A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc realizou uma palestra sobre Brucelose e Tuberculose, no Centro de Ciências Agrárias – CCA da Universidade Federal de Santa Catarina – Cidasc, para acadêmicos do curso de Zootecnia, na última quinta-feira, 27 de abril. A apresentação da médica veterinária da Cidasc Débora de Andrade, da coordenação do Programa Estadual de Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PEEBT, abordou a epidemiologia da doença e a importância do controle oficial na prevenção de perdas econômicas nos rebanhos e preservação da saúde pública. As duas doenças são bacterianas e crônicas, somente é possível detectar animais doentes através de exames de diagnóstico realizados por médicos veterinários habilitados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa e laboratórios credenciados.

A brucelose tem clínicos importantes, como por exemplo o aborto. Essa condição ocorre principalmente na primeira gestação após a infecção, no entanto, vacas que não estão abortando podem estar acometidas pela doença. O nascimento de bezerros fracos, as repetições de cio e retenções de placenta também são características da doença e muitas vezes passam despercebidas pelo proprietário dos animais.

O mesmo acontece com a tuberculose, que popularmente transmite a imagem de um animal magro e apresentando tosse, porém, isso é um mito. A tosse só acontece quando a infecção afeta os pulmões e as lesões são bem desenvolvidas.

Os animais infectados pelo Mycobacterium bovis, agente da tuberculose, quando estão em condições ótimas de manejo e alimentação se apresentam fortes e de aparência saudável, pois o organismo consegue reduzir os danos causados pela doença. A tuberculose causa lesões diversificadas no organismo afetando principalmente os aparelhos digestivo, respiratório e o úbere dos animais, sendo uma fonte de infecção aos humanos a ingestão do leite cru destes.

Santa Catarina possui o Protocolo de Manejo Clínico da Brucelose Humana desde 2012, e todos os anos milhares de catarinenses são examinados clínica e laboratorialmente para brucelose humana por terem tido contato com animais doentes. No ano de 2016 foram diagnosticadas 188 pessoas reagentes, o tratamento é realizado gratuitamente pelo estado através da Diretoria de Vigilância Epidemiológica – Dive.

O Estado possui a mais baixa prevalência destas duas doenças no país e é o único que entrou em situação de erradicação destas. Neste cenário, todo o controle é importante para o avanço desse status e uma das ações da Cidasc neste momento é a difusão do conhecimento através dos profissionais da área. “Os alunos são multiplicadores do conhecimento no campo, tanto agora como após sua formação profissional, e toda informação sobre doenças zoonóticas é de fundamental importância aos profissionais da área”, comentou a médica veterinária da Cidasc Karina Diniz Baumgarten, uma das coordenadoras do PEEBT.

Fonte: Karina Diniz Baumgarten – Departamento Estadual de Defesa Sanitária Animal.

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