Questões sanitárias são o foco, para garantir sustentabilidade aos produtores e pescadores e resguardar a saúde dos consumidores

Foto: Ascom/Cidasc

Nesta quinta-feira, a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, convidou para vir a seu gabinete o secretário executivo da Pesca e Aquicultura, Tiago Bolan Frigo, para tratar sobre o aprimoramento em Santa Catarina do Molubis (Programa Nacional de Moluscos Bivalves Seguros). O estado é pioneiro no monitoramento de áreas de cultivo de ostras, vieiras e mariscos e a soma de esforços da secretaria e da Cidasc visa qualificar cada vez mais este trabalho. 

Um dos pontos centrais da reunião foi como aprimorar o monitoramento que já é realizado, com coleta de amostras e análises laboratoriais para identificar a presença de ficotoxinas e microrganismos que possam ser absorvidos pelos moluscos. O quadro técnico da Cidasc foi representado pelo gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Animal, Rosemberg Tartari, e pelo responsável pelo Programa de Sanidade dos Animais Aquáticos, Pedro Mansur Sesterhenn. 

Foto: Ascom/Cidasc

Além de qualificar o trabalho técnico, a presidente Celles Regina de Matos  e o secretário Tiago Frigo  querem deixar ainda mais claro aos consumidores que o consumo de pescado e frutos do mar é seguro quando adquirido em estabelecimentos regularizados, ou seja, que seguem as regras sanitárias. Santa Catarina é líder nacional em maricultura (produção de ostras, mariscos e vieiras). 

“Faremos um trabalho mais focado e intenso na educação sanitária sobre consumo de produtos da maricultura, destacando nosso trabalho em sanidade animal e em inspeção sanitária. A produção de ostras e mariscos nas áreas de cultivo, onde há monitoramento feito pela Cidasc, é segura para o consumo humano”, afirma a presidente da Cidasc, reconhecendo o impacto da atividade também para o turismo em muitas cidades litorâneas. 

Como é realizado o monitoramento de áreas de cultivo? 

Exames laboratoriais são realizados rotineiramente para detectar presença de ficotoxinas ou microrganismos. Foto: Ascom/Cidasc

A Cidasc realiza rotineiramente a coleta de amostras em áreas de cultivo em 29 pontos do litoral catarinense, entre Palhoça e São Francisco do Sul. Os exames laboratoriais identificam se há ou não presença de ficotoxinas (produzidas pela proliferação de algas) ou de microrganismos (como a bactéria E. coli), que possam afetar a saúde de quem consome os moluscos bivalves produzidos naqueles locais. 

Os pontos de coleta são aqueles em que há produção de ostras, vieiras e mexilhões. A maricultura é uma atividade aquícola (a criação de animais para fins comerciais) e portanto cabe à Cidasc, como órgão oficial de defesa agropecuária do estado, observar a condição higiênico sanitária  destes animais, quando destinados ao consumo humano. 

Embora as ficotoxinas não afetem a saúde dos moluscos bivalves, humanos podem apresentar sintomas gastrointestinais se ingerirem esta carne quando o nível de ficotoxinas está elevado. Por isso, a Cidasc determina a interdição da retirada, venda e consumo de moluscos bivalves quando os exames laboratoriais indicam uma alteração que possa impactar a saúde do consumidor. 

Há diferença entre colher mariscos e cultivá-los? 

Nas áreas de cultivo, a Cidasc acompanha a produção e as condições quanto à sanidade animal. Foto: Ascom/Cidasc

A criação de ostras, vieiras e mariscos (chamada de maricultura) é uma atividade aquícola. Já a coleta de mexilhões em áreas naturais é uma atividade extrativa. Atualmente, apenas moluscos cultivados possuem definição de áreas com controle oficial da qualidade destes animais para consumo.

Assim como nas atividades de suinocultura, avicultura e bovinocultura, a Cidasc monitora condições de sanidade animal na aquicultura para proteger a saúde da população e as condições para o produtor desenvolver sua atividade. A defesa agropecuária faz a vigilância e o trabalho de prevenção contra diversas doenças que acometem animais de produção, sendo que parte delas podem impactar o consumidor. 

Este cuidado é o primeiro passo para que o alimento de origem animal seja seguro para o consumo. O molusco bivalve criado em uma área de cultivo tem seu desenvolvimento acompanhado pelo serviço veterinário oficial, que é a Cidasc. Quanto aos animais extraídos da natureza, não existe controle, portanto, não há informação sobre a segurança do alimento.

Como saber se o pescado ou os moluscos bivalves são de boa procedência? 

Foto: Ascom/Cidasc

Os estabelecimentos que beneficiam pescado e frutos do mar precisam estar inscritos em um serviço de inspeção sanitária, que pode ser municipal, estadual ou de âmbito federal. Não se trata de mera formalidade: a agroindústria registrada passa por fiscalização, precisa seguir as normas sanitárias e tem que usar matéria prima de origem conhecida, ou seja, das áreas monitoradas pela Cidasc.

Quando o consumidor adquire esses produtos, deve verificar se eles possuem o selo de inspeção sanitária. Esse selo dá a garantia da procedência da matéria prima e da qualidade na manipulação do produto, durante o processamento. O selo é visualizado na embalagem dos produtos de origem animal (exigência que vale para todos os tipos de carne, ovos, mel e produtos lácteos também). As peixarias e restaurantes também precisam demonstrar a origem do pescado e frutos do mar.

A Cidasc monitora a segurança do alimento na produção e no processamento dele na agroindústria. Na etapa de comercialização, ou seja, quando já está nos pontos de venda, a fiscalização da segurança dos alimentos compete à vigilância sanitária da Secretaria de Saúde de cada município.

Mais informações à imprensa:
Denise De Rocchi
Assessoria de Comunicação – Cidasc
Fone: (48) 3665 7000
ascom@cidasc.sc.gov.br
www.cidasc.sc.gov.br
www.facebook.com/cidasc.ascom