Foto: Cidasc Canoinhas.

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) de Canoinhas, participou no dia 24 de março, do Dia de Campo da Cooperativa dos Produtores de Leite (Cooperleite), na localidade do Engenho Queimado, em Três Barras. O evento, que contou com o apoio da Cidasc, foi realizado na Leiteria Sudoski, do produtor Valdemiro Sudoski. 

O objetivo foi demonstrar a importância da atividade leiteira e do Programa Planorte Leite para as famílias e para a região do Planalto Norte catarinense, quando construído e conduzido de forma organizada, participativa, trazendo os resultados econômicos e sociais. Participaram da ação, agricultores, famílias do Planalto Norte, secretários municipais da agricultura dos municípios da região, a prefeita de Canoinhas, Juliana Maciel Hoppe.

Foto: Cidasc Canoinhas.

A Cooperleite em parceria com a Cidasc, tem estimulado junto aos seus associados a Certificação de Propriedades Livres de Brucelose e Tuberculose. Hoje são aproximadamente 21 propriedades certificadas e outras 15 em processo de certificação. No dia de campo foram entregues três renovações de Certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose para produtores do município de Bela Vista do Toldo.

Pela Cidasc, os médicos veterinários, Fernando Roberto Leite Braga e Carolina Pazda Dambroski, da equipe da Defesa Sanitária Animal, foram responsáveis em tirar as dúvidas e explicar os procedimentos que precisam ser tomados pelos produtores para Santa Catarina continuar livre das doenças animais; como obter a Certificação de uma propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose; a realização do cadastro na Cidasc; como retirar a Guia de Trânsito Animal (GTA); a distribuição de folders explicativos, além de tratar sobre ações preventivas contra a Influenza Aviária.

Foto: Cidasc Canoinhas.

“A Cidasc está ao lado dos produtores. Especialmente aqui no Planalto Norte, algumas cooperativas e o Senar são parceiros na certificação das propriedades. Quem ganha com a certificação é toda a cadeia produtiva. Animais saudáveis representam saúde pública, saúde ambiental e produtos de qualidade e seguros para o consumo”, comenta Braga.

Foto: Cidasc Canoinhas.

Sintomas das doenças no bovinos
Nos bovinos, a brucelose provoca abortos e infertilidade nos animais e a tuberculose tem como principal sintoma a tosse persistente e o emagrecimento, embora muitas vezes o animal contaminado fique assintomático. Ambas as doenças prejudicam a produção de carne e leite. 

A transmissão para humanos pode ocorrer pelo contato com os animais contaminados e suas secreções ou pelo consumo do leite cru (que não foi fervido ou pasteurizado) ou da carne mal cozida provenientes de bovinos com brucelose ou tuberculose.  

Qual a importância de se ter uma propriedade livre de brucelose e tuberculose?
A médica veterinária da Cidasc, Carolina Pazda, destaca a importância de uma propriedade ter o Certificado de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose. “A certificação de propriedades Livres de Brucelose e Tuberculose, além de resguardar a sanidade do rebanho e agregar valor ao produto final, confere ainda proteção à saúde da família, que trabalha diariamente com os animais, evitando que se contaminem com essas zoonoses”, reforça Carolina.

As perdas que a Brucelose e Tuberculose podem acarretar rebanho, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), falam que a Brucelose causa perda de 25% e a Tuberculose de 15% na produção de leite, além da perda na comercialização dos animais, porque uma propriedade com Tuberculose e Brucelose é um foco. E a propriedade foco, além das perdas dos animais e no saneamento, não pode comercializar os animais. Além disso, a propriedade certificada dá uma garantia maior para quem compra os animais. Com isso, são mais visadas para fornecer animais para a venda das propriedades com certificação livre de Brucelose e Tuberculose.

Produtor tem benefícios com certificado de propriedades livre de brucelose e tuberculose
Certificar propriedades como livres de brucelose e tuberculose traz ganhos do ponto de vista sanitário e econômico. Além de preservar a própria saúde e dos seus rebanhos, os produtores podem obter melhor remuneração pelo litro do leite, já que há maior segurança quanto à qualidade; mais facilidade para comercialização destes animais ou participação em feiras agropecuárias. 

Ambas as doenças são zoonoses: atingem os animais e também humanos. A transmissão ocorre principalmente através do contato com os restos de placenta ou de aborto das fêmeas (no caso da brucelose), do contato direto com as secreções respiratórias do animal doente ou sua carne (no caso da tuberculose) ou pela ingestão do leite e/ou derivados crus (não pasteurizados) de animais contaminados por qualquer uma das doenças. 

A maioria das propriedades certificadas em Santa Catarina são de produção leiteira. Para elas, um dos benefícios mais imediatos é a melhor remuneração oferecida por alguns laticínios. No entanto, a certificação é válida e também traz vantagens para criação de bovinos de corte, por reduzir perdas na produção e reprodução dos animais. Do ponto de vista coletivo, o maior número de propriedades certificadas contribui para o controle das doenças e, juntamente com outras medidas sanitárias implementadas pela defesa agropecuária, reduz o risco dos produtores adquirirem animais contaminados.

Segundo a Portaria SAR 44/2020, alterada pela Portaria SAR 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam realizar o controle da brucelose e tuberculose. Todos os bovinos precisam ser testados de forma simultânea para tuberculose a cada 36 meses, conforme calendário para realização dos exames, publicado pela Cidasc. 

Já para brucelose é colhida uma amostra de leite de tanque para diagnóstico da doença no mínimo uma vez a cada 24 meses. Apenas se essa amostra for reagente o produtor precisará realizar exames individuais do rebanho leiteiro para brucelose. Os rebanhos oriundos de fazendas certificadas têm um status sanitário diferenciado e por isso, para manter o certificado válido, precisam realizar o controle de ingresso de animais e realizar exames anualmente para renovar o certificado da propriedade.

A propriedade certificada não necessita fazer o teste de diagnóstico para transportar os animais e participar em eventos agropecuários. Basta que renove o certificado a cada ano, realizando novos exames. Outra vantagem é a possibilidade de obter melhor remuneração pelo litro de leite. 

A certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose faz parte das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em 2001. A Cidasc é a responsável pela execução do programa em todo o território catarinense.

O produtor que se interessar em certificar sua propriedade deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. Os escritórios da companhia possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados para auxiliar o produtor rural. Ele deve preencher um requerimento e um termo de compromisso.

A partir de então, o médico veterinário da Cidasc faz a vistoria oficial e emite seu parecer para que se inicie o processo de certificação. É preciso ter dois exames consecutivos negativos para brucelose (fêmeas e machos inteiros a partir de 8 meses) e tuberculose (todos os bovídeos do rebanho com idade a partir de 42 dias), em um intervalo de 6 a 12 meses para a propriedade ser certificada. 

Dados dos últimos três anos mostram, que mesmo com o número de exames realizados para detecção das duas doenças ser maior a cada ano, o número de animais positivos encontrados vêm diminuindo, e demonstra a evolução do programa estadual de erradicação. São 2.692 propriedades certificadas e mais de  mil em processo de certificação, ou seja, é uma demanda crescente por parte dos produtores rurais. O objetivo da Cidasc é a obtenção de um status sanitário diferenciado dos animais e produtos de Santa Catarina e a proteção da saúde pública.

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Alessandra Carvalho
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