O Selo Arte é uma distinção para produtos artesanais de origem animal, criada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e concedida em Santa Catarina pela Cidasc. Até agora, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de SC já entregou 33 selos e um pequeno município de 12 mil habitantes conseguiu colocar duas agroindústrias neste seleto grupo. 

Correia Pinto, na região serrana, já havia celebrado a entrega do selo a produtos do apiário Lirion, em agosto do ano passado. Agora comemora o feito da Keylex Alimentos, que em janeiro ganhou o direito de ostentar o selo em seus queijos colonial, colonial com pimenta, colonial ao vinho e fresco colonial. 

“Foi um estímulo ver os outros com Selo Arte, pois eu sabia que tinha potencial”, afirma o sócio da empresa, Alex Buratto. Desde o início das atividades da empresa, o empreendedor já tinha interesse em obter o selo e buscou a orientação da Cidasc para consegui-lo e poder comercializar a produção para todo país. O objetivo foi alcançado rapidamente, pois as vistorias mostraram que a empresa adota boas práticas de produção e montou uma estrutura adequada para a produção de alimentos.

O responsável pelo Serviço de Inspeção Estadual no Departamento Regional de Lages, Alcenir Alves da Cruz, diz que depois do apiário Lirion e da Keylex, uma terceira agroindústria da cidade também procurou saber mais sobre os requisitos para solicitar o selo futuramente. O interesse pelo Selo Arte na região serrana vêm crescendo e em breve mais agroindústrias na serra devem recebê-lo, relata Diego Gindri, Gestor do Departamento Regional de Lages.

A Keylex Alimentos foi criada por Alex Buratto e sua esposa, Keyla Maier Buratto, tendo obtido o registro no Serviço Municipal de Inspeção (SIM) há pouco mais de um ano. “A gente entrou com o projeto da queijaria na prefeitura, para fazer tudo da forma certa, e conseguimos um terreno e o financiamento”, conta Buratto. Ele também agradece o apoio recebido do CISAMA, o Consórcio Intermunicipal da Serra Catarinense, e da Epagri.

A empresa é nova, mas a produção de queijo já fazia parte da história familiar bem antes, pois foi através dela que os pais de Buratto garantiam o sustento da casa. A tradição teve continuidade com ele e com a esposa. Juntos, eles desenvolveram mais de uma dezena de receitas, algumas mais tradicionais e outras bastante inovadoras, como os queijos recheados com goiabada, nutella ou doce de leite. 

Por ter registro no SIM, a agroindústria pode comercializar toda sua produção nos municípios da região da Serra Catarinense. Como o Selo Arte é atribuído ao produto e não à unidade produtora, apenas quatro produtos da Keylex podem ser distribuídos em todo país até agora, mas Buratto já deu entrada em outros pedidos e aguarda a avaliação da Cidasc. 

A empresa familiar tem capacidade para processar até mil litros de leite por dia, mas ainda está operando abaixo deste limite. A expectativa é aumentar a produção e as vendas com Selo Arte, pois os sócios têm prospectando novos clientes em Santa Catarina e em outros estados.  

Existem outros registros em serviços de inspeção para comercialização em toda Santa Catarina (o SIE) e em todo Brasil (o SISBI). Porém, o Selo Arte tem como característica única valorizar o caráter artesanal da produção.  “O Selo Arte  veio ao encontro de uma necessidade da região serrana. Nós não tínhamos legislação que contemplasse produtos locais como o queijo serrano, o mel de melato da bracatinga…”, explica Alcenir Alves da Cruz. 

Os critérios de avaliação do Selo Arte beneficiam principalmente empreendimentos familiares e que adotam processos menos mecanizados que os de agroindústrias maiores.  As boas práticas de fabricação e boas práticas agropecuárias continuam sendo exigidas, sem comprometer a segurança no consumo destes alimentos de origem animal.

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