A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, através da Divisão de Classificação iniciou, no início do mês de fevereiro, o acompanhamento da comercialização do tabaco catarinense junto às fumageiras. A seca no começo do ano, e a chuva em excesso no mês de maio, fez com que os produtores não tivessem uma boa colheita do tabaco na safra deste ano.
A colheita do tabaco safra 2020/2021 está na fase final, pois poucos produtores ainda estão com produtos na lavoura. O tabaco é uma planta rústica, resistente e não alimentícia, mas muito conhecida e consumida por uma parcela considerável da população em todo o Mundo. Seu fim mais importante é para a produção de cigarros de papel, o que envolve um processo industrial complexo e de elevado padrão tecnológico. O tabaco movimenta mais de R$ 6 bilhões ao ano, segundo dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).
O processo industrial, porém, é apenas uma das etapas do chamado “Complexo Fumageiro” que envolve, além da indústria, o comércio e a produção da matéria-prima. Esta fica por conta de milhares de produtores rurais, integrados à indústria, ou não integrados, normalmente alicerçados no modelo de pequena propriedade familiar rural.
O fumo brasileiro é um produto de qualidade reconhecido mundialmente. De acordo com o técnico agrícola da Cidasc, Thiago Borghezan, a classificação do tabaco segue a Instrução Normativa n º 10, de 13 de abril de 2007. “A IN nº 10, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, é o instrumento de referência que todos os classificadores utilizam para classificar o tabaco e atestar a qualidade e as características físicas do produto. Em todas as safras os classificadores da Cidasc participam do processo de comercialização. Realizamos o acompanhamento do processo e se necessário conferir se a classificação indicada pelo comprador da empresa fumageira está correta”, destaca Borghezan.
Desde o início da comercialização da safra 2020/2021, a Cidasc já acompanhou a comercialização na esteira de mais de 2000 produtores em todo o estado de Santa Catarina.
Instrução Normativa nº 10
A Instrução Normativa nº 10 – IN 10 define as características do tabaco conforme a planta, sendo:
Classe: Posição da folha no pé;
Subclasse: Cor da folha após a secagem;
Tipo: Conforme a qualidade.
O tabaco separado por classe é comercializado em manocas e fardos. A valorização do produto na compra das fumageiras pode variar de uma empresa para outra dependendo do mercado a ser destinado.
Desde o início de fevereiro de 2021, profissionais da Cidasc habilitados em
classificação do tabaco estão atuando no acompanhamento da
comercialização do produto, junto às fumageiras, em todo o estado de Santa Catarina. A Companhia possui contrato com a Afubra e auxilia os produtores rurais na divergência da classificação de seus produtos pelas fumageiras.
A classificação dos produtos de origem vegetal facilita os procedimentos de comercialização dentro do país, diretamente, e indiretamente para a exportação. Conhecer profundamente a IN de cada produto vegetal é de fundamental importância. Thiago afirma que a norma do tabaco é bastante complexa e merece atenção no processo classificatório. “O trabalho do profissional da Classificação Vegetal é enunciar as características do produto e indicar a sua qualidade seguindo a IN 10. O profissional da classificação é uma figura bastante conhecida no complexo Fumageiro e têm compromissos extremos com o atesto da qualidade do produto final”, disse o técnico agrícola.
Para o gestor da Divisão de Classificação de Origem Vegetal, Carlos Eduardo Souza Prado, mais uma vez os produtores rurais sofreram com os impactos do clima no cultivo do tabaco. “Em algumas regiões do estado o clima não foi muito favorável para a produção de fumo – safra 2020/2021 e está influenciando na qualidade do produto final”, afirma Prado.
As regiões produtoras no estado são: Extremo Oeste, Planalto Norte, Alto Vale e Vale do Rio do Itajaí e Sul do Estado. Sendo 19 pontos comercializando no estado.
A Cultura do Tabaco no Brasil
O Brasil é o segundo maior produtor de tabaco do mundo, perdendo apenas para a China. Sendo os 3 estados do sul os principais produtores.
Produção
Depois de cultivada, o produtor acompanha o processo de desenvolvimento das plantas até a colheita, que não necessariamente é feita de uma só vez. As folhas podem amadurecer em ritmos distintos, de acordo, por exemplo, com a exposição de cada uma à luz solar.
Após a colheita, as folhas passam pelo processo de cura, que pode ser feito de duas formas. O tabaco Virgínia, mais comum nas lavouras brasileiras, passa de quatro a cinco dias em uma estufa, com temperatura e umidade controladas. Os demais tipos são mantidos em suspensão por cerca de 40 dias em galpões, expostos a condições naturais, até atingirem o ponto desejado.
A última etapa na propriedade é a classificação das folhas. Elas são divididas e agrupadas de acordo com a semelhança de características, observando a classe, posição da folha no pé. O valor de cada tipo será definido no processo de compra.
Fonte: Divisão de Classificação
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