A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, através do Departamento Regional de Concórdia, alerta produtores sobre o ataque de morcegos hematófagos (Desmodus rotundus) aos bovinos nas propriedades rurais na região.
No início de fevereiro, a Cidasc de Arvoredo recebeu do médico veterinário municipal Daniel Somensi, a notificação de espoliação de bovinos em uma propriedade na Linha Nossa Senhora da Saúde. Segundo a notificação, bovinos apresentavam espoliações devido ao ataque de morcegos hematófagos. A médica veterinária Vanessa Lucca Alano, da Unidade Veterinária Local da Cidasc de Seara, visitou a propriedade e constatou as espoliações.
Vanessa fiscalizou a propriedade do senhor Iuri Zanini, inspecionou os 62 bovinos e registrou 2 bovinos com espoliações típicas de ataques de morcegos hematófagos. O município de Arvoredo tem o ambiente favorável para morcegos, com paredões de pedra, furnas, barragem e terrenos acidentados.
De acordo com a médica veterinária Vanessa Lucca Alano, no Estado de Santa Catarina o principal transmissor da raiva aos herbívoros é o morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus. “A notificação de espoliações e de raiva em animais (bovinos, caprinos, equinos e suínos), ao serviço veterinário oficial, além de evitar que a doença se propague, com prejuízos à produção agropecuária, também facilita e torna mais eficaz o trabalho de sanidade animal desenvolvido pelo Cidasc. Essa parceria com produtores rurais e técnicos dos municípios faz toda a diferença no nosso trabalho”, disse Vanessa.
Os trabalhos desenvolvidos pela Cidasc nas propriedades rurais com registro de espoliações em animais e focos de Raiva são embasados no Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros e tem como objetivo baixar a prevalência da doença na população de herbívoros domésticos (bois, ovelhas, cabras, búfalos, cavalos, entre outros).
Também fazem parte desse programa a educação sanitária, através da conscientização dos produtores rurais e crianças nas escolas (através do Projeto Sanitarista Junior), a caracterização de área de risco, ação continuada ao cadastramento de abrigos, capturas de morcegos hematófagos, atendimento a notificações e vigilância ativa.
A médica veterinária Vanessa destaca que existem mais de 1000 espécies de morcegos. Mas somente três são hematófagos. Todos os morcegos podem carregar o vírus da raiva, mas para que ocorra a transmissão é necessário o contato da saliva com o sangue. Por isso os morcegos hematófagos, conhecidos popularmente como vampiros, que se alimentam de sangue dos animais, são os transmissores mais frequentes.
Sintomas de Raiva Bovina
O animal apresenta um sangramento na ferida onde ocorreu a mordedura. Os sintomas mais comuns da contaminação são a respiração ofegante, o descontrole da coordenação motora e a morte em torno de dez dias. O animal contaminado pela raiva sempre vai a óbito. O morcego vampiro (Desmodus rotundus) têm hábitos noturnos e são encontrados em cavernas, ocos de árvores, minas e casas abandonadas.
Papel do produtor rural
Se o produtor notar a existência de morcegos em sua propriedade, espoliações nos animais, deve notificar à Cidasc mais próxima. A raiva não tem cura, logo, a vacinação é a única forma de conter os focos da doença e garantir um rebanho saudável.
Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina
O PCRH em Santa Catarina tem como estratégias de atuação o controle da população de transmissores (morcegos hematófagos da espécie Desmodus rotundus); a vacinação dos herbívoros domésticos em situações específicas; a vigilância epidemiológica; o monitoramento sistemático e cadastramento de abrigos de morcegos e a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial – SVO. Para conferir a página do programa, acesse o link.
Fonte: Departamento Regional de Concórdia
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