Com o objetivo de orientar e padronizar as ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose – PNCEBT, foi realizada, no último dia 13 de fevereiro, reunião com médicos veterinários habilitados pelo programa e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola – Cidasc. O evento contou com 108 participantes e aconteceu no município de Chapecó.
Em Santa Catarina o programa tem por objetivo baixar os índices da brucelose e da tuberculose a níveis mínimos. Para atingir este status será necessário um grande esforço da Cidasc, produtores rurais e agroindústria.
A coordenadora do programa, Karina Diniz Baumgarten, apresentou informações do programa e os procedimentos em propriedades positivas para tuberculose, que tem como objetivo a detecção de animais anérgicos no plantel – animais que não reagem ao teste de tuberculinização porém são portadores da doença. Com o uso do teste de ELISA em paralelo à tuberculinização o esperado é eliminar os animais que mantinham a doença na propriedade de forma silenciosa, tornando o processo de saneamento de focos de tuberculose mais rápido. Um avanço no controle da tuberculose bovina em Santa Catarina.
O Departamento Regional da Cidasc de Chapecó está desenvolvendo projeto piloto em abatedouros com SIE com colheita de sangue em fêmeas de descarte para realização de testes de brucelose bovina.
Além deste projeto estão sendo colhidas amostras de leite em propriedades vizinhas a focos de brucelose e com vínculo de trânsito de animais com estas propriedades. A detecção de brucelose no leite tem proporcionado a detecção de focos de brucelose de forma ativa e precoce, colaborando com a redução destes índices.
Com a colaboração dos laticínios serão realizados periodicamente testes de brucelose no leite enviado para laboratórios de qualidade do leite, abrangendo desta forma amostras de propriedades de todo o estado.
“Precisamos baixar os índices das duas doenças no Estado de Santa Catarina. Para isso devemos buscar ativamente novos focos de brucelose e tuberculose” destaca o coordenador do Programa no Departamento de Chapecó, Pedro Flores.
Fonte: Luciane de Cássia Surdi – Coordenadora Regional de Defesa Sanitária Animal – Departamento Regional de Chapecó.
Sobre as doenças – Brucelose
A brucelose é uma doença causada pela bactéria Brucella abortus e pode ocasionar aborto e queda na produção de leite. Ela ataca animais machos e fêmeas.
Muitos animais contraem a doença quando comem ou lambem restos de placentas no pasto, visto que, quando a vaca sofre o aborto, a Brucella pode permanecer viva por cerca de seis meses no solo e pastagem. A transmissão também pode acontecer durante a monta natural, ou na inseminação com material ou sêmen contaminado.
O ser humano pode contrair a brucelose, assim como os animais, quando entra em contato direto com os restos de aborto ou placenta. Além disso, o consumo de leite cru e derivados contaminados pela bactéria também podem acometer o homem.
Como perceber
Alguns sintomas podem auxiliar o produtor na identificação da doença entre os animais da propriedade, entre eles: Aborto no 7º mês de gestação, principalmente nas primeiras crias; Queda de produção de leite; Nas fêmeas pode ocorrer retenção de placenta, repetição de cio e até infertilidade; Nos machos, observa-se o inchaço dos testículos.
Contudo, animais doentes podem não apresentar os sintomas listados acima. Portanto, é importante realizar exames em todos os animais da propriedade.
Prevenção
Ações conjuntas e alguns cuidados básico podem, a longo prazo, auxiliar na erradicação da brucelose dos rebanhos catarinenses.
– É importante comprar apenas animais que tenham exame negativo para brucelose, ou de rebanhos lives da doença e com a Guia de Trânsito Animal – GTA.
– Utilizar touros de monta que tenham exame negativo para brucelose.
– Realizar a inseminação artificial somente com material de locais que garantam a segurança contra a doença.
– Fazer testes periódicos no rebanho, para conhecer a saúde dos animais.
– Lavar as mãos após manejar os animais.
– Sempre usar luvar para mexer nos fetos abortados e placentas com infecção.
– Queimar o feto abortado e a placenta, em seguida, desinfetar o local do aborto.
– Sempre ferver o leite antes de beber.
Tuberculose
A Tuberculose é uma doença que atinge, principalmente, os bovinos e bubalinos e pode causar emagrecimento, tosse e queda na produção de leite. É comum a condenação de carcaça em abatedouros por achados de lesões sugestivas de tuberculose. A doença pode atingir outras espécies de animais, inclusive o homem.
A contaminação nos animais se dá de várias formas, seja pelo contato direto quando os animais se lambem, contato com a água e alimento contaminado por animal doente, quando o animal doente tosse perto de outro sadio, durante alimentação no cocho por contato direto e alimentação com soro de leite contaminado, pois o terneiro pode se contaminar ao mamar ou ao receber leite de outra vaca doente.
Para saber se os animais estão doentes, é preciso ficar atento a alguns detalhes, como a diminuição de produção leiteira nas fêmeas, tosse constante e resistente a tratamentos, além do emagrecimento na fase final da doença.
Suspeita da doença
Quando houver suspeita da doença, o produtor deve procurar um médico veterinário habilitado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa para realizar exames de tuberculose. Os escritórios da Cidasc possuem a lista dos nomes e contatos dos médicos veterinários habilitados.
O exame é feito mediante a realização de duas visitas de um mesmo médico veterinário à propriedade. No primeiro dia, é feita uma inoculação no animal, depois de 3 dias, ocorre a segunda visita para fazer a leitura da reação em cada animal por meio de um equipamento apropriado.
Contaminação humana
A contaminação nos humanos se dá com contato direto com animais doentes, ao tomar leite cru ou comer queijo contaminado e ao abater/carnear animais com a doença.
Os principais sintomas nos humanos são tosse constante por mais de 3 semanas, emagrecimento, cansaço excessivo, febre baixa (geralmente à tarde) e sudorese noturna.
Como evitar a doença
Só compre animais que tenham exame negativo para Tuberculose, faça exames de Tuberculose em todo o rebanho para conhecer a situação de saúde dos animais, lave sempre as mãos após lidar com seus animais, ferva sempre o leite antes de beber ou de oferecer para algum animal e não alimente cães e gatos com leite cru, eles podem manter a doença na propriedade.
Não há vacina nem tratamento para animais com tuberculose. Os animais positivos devem ser sacrificados e os produtores podem solicitar indenização ao Fundesa.
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