Hoje em dia, cada vez mais os probióticos estão fazendo parte da nossa alimentação e suplementação diária, consumidos por meio de iogurtes, queijos ou pastilhas probióticas. Assim como nós utilizamos os probióticos para promoção, principalmente, da saúde e regulação entérica, na indústria animal esses produtos também vêm ganhando cada vez mais atenção, principalmente na produção intensiva de aves e suínos. Sua aplicação pode variar entre regiões e ou países, uma vez que os desafios e as necessidades são diferentes, mas sempre com o objetivo principal de aumentar a rentabilidade na produção.

Foto: Arquivo/ O Presente Rural

Probióticos são microrganismos vivos, que quando suplementado em quantidades adequadas, promovem saúde ao hospedeiro. Ademais, promovem o equilíbrio da microbiota do trato gastrointestinal, favorecendo a saúde de aves neste sistema. Como foi dito anteriormente, dentro desta indústria, os desafios e necessidades são muito diferentes, por esta razão é importante que se procure entender as características de cada cepa probiótica para encontrar a melhor solução probiótica para cada desafio.

Na produção animal, a seleção de microrganismos é fundamental no processo lançamento de um novo probiótico. Numa primeira etapa ocorre a triagem de cepas com caraterísticas desejáveis. Neste processo, algumas cepas são selecionadas objetivando a promoção de saúde e outras para a melhoria do desempenho zootécnico. Após este criterioso processo, ainda faz-se necessário comprovar a sobrevivência da cepa probiótica no ambiente gastrointestinal, a capacidade de suportar ao baixo pH, altas concentrações de ácidos biliares, capacidade de aderência no epitélio intestinal, bem como a compatibilidade com antibióticos usualmente empregados. Além disso, a cepa escolhida deve tolerar os processos usuais fabricação (ex: peletização), transporte e armazenagem da ração. Deve ser garantido a viabilidade da cepa a todas estas etapas. Todo este processo de desenvolvimento, se bem conduzido, demora vários anos.

Na promoção da saúde os benefícios do uso de probióticos sobre as aves são bastante variados.  Diversos estudos demonstram que animais  que recebem alguns probióticos específicos a base de Bacillus apresentam maior diversidade de bactérias benéficas, especialmente bactérias ácido láticas em sua microbiota, comprovando a efetividade de cepas específicas de bacilos, no efeito  conhecido como modulação de microbiota intestinal. Estes Bacillus específicos, que no meio ambiente estão na forma esporulada, têm como característica diferencial a capacidade de colonizar granjas de aves, melhorando a qualidade da carga microbiológica ambiental.

Algumas cepas específicas de Bacillus licheniformes, por exemplo, dentro do processo de seleção foram desenvolvidas para produzir bacteriocinas que têm a capacidade de inibir o crescimento de Clostridium perfringens, onde é possível encontrar inúmeros trabalhos científicos detalhando estas ações. Mencione-se ainda algumas cepas de B. subitilis que desempenham funções na redução da excreção de enterobactérias importantes em saúde publica, como nos casos de E.coli, Salmonella, onde as específicas cepas probióticas agem alterando o mecanismo de comunicação destas bactérias patogênicas inibindo a multiplicação e virulência das mesmas.

Já no processo de seleção para desempenho zootécnico cepas específicas de B. subitlis, foram desenvolvidas para produzir grandes quantidades de enzimas digestivas, que por terem esta característica podemos utilizar estes produtos de forma estratégica para redução de custo fórmula da ração ou melhoria do desempenho zootécnico.

De modo geral, em aves – e suínos -, os probióticos podem ser utilizados como uma alternativa natural para a substituição total ou parcial de antibióticos promotores de crescimento, além de controlar, prevenir e palear algumas patologias entéricas, tais como salmoneloses, colibaciloses, clostridiose e coccidiose.

Para que todos os benefícios sejam realmente observados é essencial comprovar in loco a viabilidade das cepas probióticas nas condições específicas de cada unidade de produção. Este é um dos grandes vieses do uso de probióticos, uma vez que muitos produtos comerciais não conseguem esta comprovação.

Em resumo, a garantia do sucesso no uso de probióticos deriva da escolha e adequação de cepas específicas para desafios distintos para saúde e desempenho. Além disso, é essencial o acompanhamento periódico da viabilidade e quantidade adequada da cepa probiótica em todas as etapas da produção.

Artigo escrito por Fernando Augusto de Araújo

Fonte: O Presente Rural

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