Comitiva do País asiático visita o Estado nos próximos meses para inspecionar frigoríficos e negociar a compra de carne suína. 

Arte: Ascom - Cidasc

Arte: Ascom – Cidasc

A fiscalização de uma comitiva coreana em Santa Catarina nos próximos meses será um dos últimos passos para o Estado começar a exportar carne suína para a Coreia do Sul. Ontem, 11, o diretor da Agência de Quarentena Animal e Vegetal, Bong-Kyun Park, confirmou a decisão para a missão catarinense no país asiático.

Além de inspecionar os frigoríficos, serão feitas as negociações comerciais em que serão decididos os procedimentos para o envio de até 30 mil toneladas por ano de carne – quantidade que representa aumento de 20% no volume exportado de SC no ano passado (169 mil toneladas) e um faturamento anual de US$ 108 milhões a mais. Atualmente, a Coreia importa quase 400 mil toneladas de carne de porco.

LOGOO presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc e vice-presidente da Federação da Agricultura de Santa Catarina – Faesc, Enori Barbieri, explica que a conquista é fruto de um trabalho árduo de sanidade dos rebanhos. Segundo ele, em setembro, o presidente em exercício Michel Temer e o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, devem ir para a Ásia assinar o acordo sanitário entre os dois países. Nesse período os coreanos devem visitar os frigoríficos catarinenses para habilitação para exportação.

Santa Catarina é o único Estado brasileiro que possui o certificado de zona Livre de Aftosa Sem Vacinação, conquistado ainda em 2007, na assembleia da Organização Mundial de Saúde Animal, em Paris. Desde então, SC busca abrir novos mercados. Em 2013, foi fechado acordo com o Japão.

O presidente da Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, prevê que a partir de outubro o Estado já comece a exportar. “É uma bela notícia para Santa Catarina que faz valer seu diferencial sanitário”, acrescenta Lanznaster. O presidente da Aurora acredita que inicialmente serão embarcados de 15 a 30 contêineres até o fim do ano. Cada estrutura abriga cerca de 30 toneladas. Lanznaster destaca ainda que abrir mercado é importante para manter a produção e as indústrias gerando emprego e desenvolvimento no Estado, porém a exportação para o país asiático não deve mudar o preço do suíno, em torno de R$ 3 por quilo, que não cobre os custos de produção.

O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, acrescenta que a notícia é boa e importante, mas que não resolve a situação crítica dos criadores. Nos últimos meses, os produtores de SC são impactados com o alto custo do milho, que representa aproximadamente 50% das despesas para produzir a carne. “O Estado está fazendo seu papel, mas no momento temos que salvar quem está produzindo”, disse o dirigente, lembrando que os criadores têm prejuízo de cerca de R$ 100 por suíno vendido. O problema, segundo ele, é que o custo da produção da carne subiu muito e o preço do quilo da carne estacionou. Losivânio acredita que alguns suinocultores podem não sobreviver no mercado até se iniciarem as exportações da Coreia.

Fonte: Darci Debona – Diário Catarinense.