
Entre os dias 22 e 26 de setembro de 2025, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr), realizou uma missão técnica estratégica no Estado de Roraima. A ação integra a segunda etapa do Projeto de Capacitação Técnica para Identificação Precoce e Gestão de Pragas Quarentenárias, realizada com apoio institucional do Crea-SC.
A Cidasc foi representada pelos engenheiros-agrônomos da Cidasc Lucas Eduardo Moraes e Júlio Vilperte, que é coordenador estadual do Programa de Sanidade da Bananicultura, e pela engenheira-agrônoma Fabiana Alexandre Branco, gestora estadual da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal. Para os participantes, esta se consolidou como uma experiência única de intercâmbio de conhecimentos entre dois estados que, embora distintos em sua geografia e produção, compartilham o mesmo compromisso: proteger a agricultura brasileira contra ameaças fitossanitárias.


Logo no primeiro dia, em Boa Vista, a equipe catarinense conheceu em detalhes os programas de defesa vegetal da Aderr. Acompanhou ainda o monitoramento da mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae) em áreas urbanas da capital e participou das inspeções no Terminal Rodoviário Internacional, que conta com um moderno escâner do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para monitoramento de bagagens e interceptação de hospedeiros da praga.
Em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela, os técnicos puderam observar o monitoramento da monilíase do cacaueiro (Moniliophthora roreri) em áreas de cupuaçu, além da atuação dos postos de vigilância da Aderr. Foi também uma oportunidade para refletir sobre as particularidades da agricultura roraimense, marcada pela diversidade de culturas e pelas diferenças regionais em relação a Santa Catarina.

A programação seguiu por Bonfim, na fronteira com a Guiana, onde a comitiva acompanhou o trabalho do posto de vigilância do Mapa e estabeleceu contato direto com o Ministério da Agricultura da Guiana, para atualizar informações sobre a mosca-da-carambola, praga que exige cooperação internacional para seu controle. Na região, também foi visitada uma propriedade tecnificada, com 40 hectares de maracujá e 400 hectares de melancia, demonstrando o potencial produtivo e o nível de organização da agricultura local.
No sul de Roraima, passando por Cantá, Iracema, Caracaraí, Rorainópolis, São Luís e São João da Baliza, a equipe da Cidasc realizou visitas técnicas em áreas de bananicultura, com foco principal no moko da bananeira (Ralstonia solanacearum raça 2). Observar in loco a ocorrência da doença e as medidas de manejo adotadas foi um dos objetivos centrais da missão técnica, pela relevância dessa praga quarentenária para a cadeia produtiva da banana.

A Aderr tem desenvolvido um trabalho atento e consistente de vigilância, não apenas para conter o avanço do moko, mas também para prevenir a introdução do Fusarium oxysporum f. sp. cubense raça 4 tropical (Foc R4T), considerada a doença mais destrutiva da bananicultura mundial. A preocupação se justifica: Roraima é um estado de fronteira agrícola, limítrofe com a Venezuela e a Guiana, regiões que aumentam a vulnerabilidade à entrada de pragas exóticas.
Esse contato direto com as realidades de campo e com as estratégias de monitoramento e prevenção implementadas em Roraima trouxe aprendizados fundamentais para Santa Catarina, reforçando a importância da integração entre os estados no fortalecimento da defesa fitossanitária nacional.
O encerramento ocorreu em Caracaraí, em uma grande propriedade de citros, onde foram observadas as práticas de monitoramento de pragas como a mosca-das-frutas e o ácaro hindustânico, reforçando a importância do trabalho integrado de vigilância fitossanitária.
Para Fabiana Alexandre Branco, gestora estadual da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc, “esta missão foi mais do que uma visita técnica: foi um mergulho no profissionalismo e dedicação dos colaboradores da ADERR, que nos receberam com carinho e generosidade, compartilhando experiências fundamentais para a defesa agropecuária. Levo de Roraima aprendizados que irão fortalecer Santa Catarina e contribuir para a proteção da agricultura brasileira como um todo”.
Com um trabalho integrado, técnico e humano, a semana de atividades em Roraima demonstrou que a defesa agropecuária brasileira é fortalecida quando os estados se unem em prol de um objetivo comum: a sanidade vegetal como base para a sustentabilidade, a competitividade e a segurança alimentar.
(texto com a colaboração de Fabiana Alexandre Branco)
Mais informações à imprensa:
Denise De Rocchi
Assessoria de Comunicação – Cidasc
Fone: (48) 3665 7000
ascom@cidasc.sc.gov.br
www.cidasc.sc.gov.br
www.facebook.com/cidasc.ascom
https://www.instagram.com/cidascoficial/
Ouvidoria: 0800 644 8500