A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, participa da missão apresentando a excelência de Santa Catarina em sanidade animal e vegetal. Foto: divulgação/Ascom Cidasc

Desde o dia 14 de junho, a comitiva liderada pelo governador de Santa Catarina Jorginho Mello está realizando reuniões com o meio político e empresarial no Japão e na China, em busca de oportunidades de negócios e parcerias em diversos segmentos econômicos. O agronegócio está contemplado nestas agendas, cabendo à presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Celles Regina de Matos, e ao secretário de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), Carlos Chiodini, apresentarem o trabalho desenvolvido em defesa defesa agropecuária e programas de fomento da agricultura e pecuária catarinense. 

Na primeira etapa da viagem de trabalho, no Japão, um dos temas centrais foram as condições sanitárias, que são um diferencial da produção agropecuária catarinense. O estado de Santa Catarina foi o primeiro do Brasil a ser reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), como área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, em 2007, e possui outros excelentes indicadores de saúde dos rebanhos.  O governador solicitou ao Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão (MAFF) que autorize a importação da carne bovina proveniente de Santa Catarina. 

Os diferenciais de Santa Catarina em termos de sanidade animal foram elencados pela presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos. Entre os dados apresentados aos japoneses, constam a certificação de mais de 3400 propriedades como livres de brucelose e tuberculose e as mais de 40 mil fiscalizações em propriedades rurais no último ano. 

Celles Regina de Matos destacou ainda o sistema de rastreabilidade bovina e bubalina, em vigor há 18 anos. Todos os animais destas espécies são identificados individualmente com brincos, o que permite atuar com rapidez e eficiência se houver qualquer suspeita em relação à sanidade animal. O rebanho bovino tem atualmente mais de 4,5 milhões de animais e o governo estadual estimula os produtores a investirem na melhoria da qualidade da carne. 

Neste quesito, o Programa Novilho Precoce tem forte contribuição, ao conceder um crédito tributário de 2,8% a 3,5% no abate de novilhos precoces, animais abatidos jovens, geralmente com idade entre 30 e 36 meses para os precoces e os superprecoces onde o abate ocorre ainda mais cedo, geralmente entre 14 e 20 meses de idade, em comparação com sistemas tradicionais onde o abate ocorre mais tarde. Existem 26 abatedouros credenciados no programa, que no ano passado beneficiou mais de 2200 produtores rurais, com abate de 188 mil bovinos.  Essa prática visa aumentar a produtividade e melhorar a qualidade da carne, resultando em cortes mais macios e saborosos.

Além da bovinocultura, outros segmentos se destacam em sanidade animal e vegetal

A Província de Aimori e Santa Catarina têm histórico de cooperação. Foto: divulgação/ Secom GovSC

Além das questões ligadas à bovinocultura, as reuniões já realizadas permitiram abordar outros programas sanitários desenvolvidos pela Cidasc, voltados tanto para ramos da pecuária quanto para a produção vegetal. Um deles é o Programa Nacional de Controle Higiênico-sanitário de Moluscos Bivalves (Molubis), de grande importância para a maricultura. 

A presidente da Cidasc pode falar sobre o pioneirismo de Santa Catarina no monitoramento de áreas de cultivo de moluscos bivalves, com coleta de amostras e análise laboratorial sistemática, para garantir que a produção seja própria para o consumo humano. Com o trabalho dos produtores e a atenção à sanidade, Santa Catarina é líder nacional na produção de ostras e tem potencial para exportação. Na comitiva da missão de negócios, inclusive, está o empresário Jaime Barcelos, do tradicional restaurante Ostradamus, de Florianópolis. 

Há uma bela história entre o agro catarinense e o Japão, a começar pela cooperação técnica para a produção de maçãs, que permitiu que o estado se tornasse o maior produtor da fruta no Brasil. O país asiático importa diversos produtos agropecuários e por diversas vezes enviou missões técnicas para avaliar o trabalho de defesa agropecuária realizado pela Cidasc. No último ano, eles ampliaram em 44% estas compras e o estado vê a possibilidade de intensificar essa relação comercial. 

A delegação catarinense foi recebida com cortesia pelas autoridades e empresários japoneses e também pelo corpo diplomático do Brasil no país. O embaixador do Brasil no Japão, Otávio Cortez, ofereceu um jantar com pratos japoneses e brasileiros para recepcionar a comitiva de Santa Catarina.

Missão acompanha oportunidades na área tecnológica, com aplicações para o agro

Além de ofertar a qualidade dos produtos catarinenses, a missão à Ásia tem como objetivo apresentar o potencial do estado para investimentos estrangeiros. “Santa Catarina tem um ambiente de negócios competitivo, mão de obra qualificada e uma localização logística estratégica. Queremos ser cada vez mais um destino atrativo para indústrias de alta tecnologia”, afirmou o governador Jorginho Mello durante visita à uma indústria chinesa. 

Entre as oportunidades vislumbradas pelo Governo do Estado, estão parcerias para implementação de ferrovias, que beneficiariam o transporte de cargas (incluindo a produção agropecuária). A comitiva também visitou uma empresa chinesa que produz baterias de lítio, usadas em painéis para geração de energia eólica e solar fotovoltaica, que demonstrou interesse em produzir os equipamentos em Santa Catarina. 

Reuniões com empresas permitiram também conhecer tecnologias que podem beneficiar o agro de Santa Catarina. Foto: divulgação/ Ascom Cidasc

Existe potencial de aplicação desta tecnologia para o agro, como destaca a presidente Celles Regina de Matos. “O secretário Chiodini me delegou a tarefa de representar os interesses da agricultura e pecuária na negociação desta tecnologia e na prospecção de oportunidades para nosso setor produtivo”, afirma a presidente da Cidasc. 

Outros exemplos de tecnologias capazes de agregar valor à produção agropecuária foram vistos nas reuniões com empresas japonesas que desenvolvem soluções sustentáveis. Uma delas diz respeito à utilização de ração que reduz a emissão de gases de efeito estufa na produção de suínos. Outra, de equipamento para transformar resíduos, inclusive os da produção animal, em fertilizantes ricos em nitrogênio. “Pelos dados repassados pelas empresas, a soma de ambas as técnicas geraria cerca de US$ 800 por cabeça de suíno (ciclo completo) com a venda dos créditos de carbono, além do fertilizante e do ganho ambiental”, explica a presidente Celles. A negociação deve ter continuidade em encontros virtuais, a fim de expandir o conhecimento sobre a tecnologia e buscar parceiros em Santa Catarina para experimentos.

Comitiva ainda tem compromissos na Ásia até quarta-feira

O governador e demais componentes da comitiva cumprem agenda na Ásia até quarta-feira, 25 de junho. Em relação ao agronegócio, um dos destaques nos próximos dias é a reunião prevista para esta terça-feira, sobre a prevenção da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP). 

Nesta ocasião, a presidente da Cidasc apresentará o trabalho de defesa agropecuária, que obteve sucesso em manter a avicultura comercial catarinense livre da doença. Serão destacadas as ações de vigilância ativa (fiscalização em estabelecimentos avícolas), vigilância passiva (resposta às notificações de casos suspeitos feitas por produtores e outros agentes) e o controle de trânsito, no qual são conferidas as condições sanitárias de cargas de interesse agropecuário. 

Os documentos trazem ainda a apresentação da estrutura disponível para as ações de defesa: a Cidasc conta com 220 médicos-veterinários e 70 técnicos agrícolas em seu quadro funcional. Além disso, a Cidasc, com apoio do Governo do Estado de Santa Catarina, investiu em tecnologia, com drones para monitoramento, e renovação da frota de veículos para as atividades de campo. 

Os investimentos, somados à expertise dos profissionais concursados, têm permitido não só manter, mas aprimorar a qualidade do trabalho prestado à sociedade catarinense. A defesa agropecuária de Santa Catarina é reconhecida no Brasil e no exterior por sua excelência, contribuindo para a produção de alimentos que atendem a altos padrões sanitários. 

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