Foto: Greice Menezes/Cidasc

Com sala cheia e centenas de participantes na transmissão online, o 1º Fórum Estadual sobre Influenza Aviária e Doença de Newcastle em Santa Catarina foi um sucesso. O evento desta terça-feira, 20 de maio, no auditório da Fiesc, em Florianópolis, foi uma realização da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária. O evento contou com o apoio do Sindicarne/SC, da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e do Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa). 

A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, fez a abertura do fórum, destacando o quanto todo o setor produtivo tem contribuído para que Santa Catarina mantenha seu status sanitário diferenciado. O controle de diversas doenças, tanto na produção avícola quanto em outros segmentos da pecuária, é um diferencial que permite ao estado se destacar na exportação de produtos cárneos, em especial aqueles à base de aves e suínos. 

Segundo a presidente, o caminho para proteger a avicultura catarinense é educação sanitária e biosseguridade: “Biosseguridade pode parecer uma palavra difícil para o produtor, mas que significa coisas simples: são boas práticas, como trocar de calçado ao entrar na área de produção da granja”, exemplificou Celles Regina de Matos. 

Coube ao professor da USP Fernando Ferreira fazer a primeira apresentação da tarde, sobre Vigilância Baseada em Risco para Influenza Aviária. Ele mostrou como a vigilância da doença se torna mais eficiente aplicando o resultado de pesquisas científicas, que permitem identificar os locais de maior risco. Isto permite priorizar as atividades de vigilância nestes pontos, como as propriedades que se encontram próximas à rota de aves migratórias e coleções de água, otimizando recursos. 

A palestra do professor Fernando Ferreira apresentou o conceito de Vigilância Baseada em Riscos. Foto: Greice Menezes/Cidasc

De acordo com a médica-veterinária Carolina Damo, da Coordenação de Sanidade Avícola da Cidasc, a metodologia de vigilância adotada no estado segue as recomendações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e é executada pela própria Cidasc. Em sua palestra durante o fórum, Carolina destacou que as ações de vigilância abrangem diferentes tipos de estabelecimentos avícolas, tanto comerciais quanto de subsistência. No total, estão previstas mais de 4 mil atividades de vigilância realizadas pelo Serviço Veterinário Estadual (SVE) em propriedades com criação de aves em Santa Catarina, incluindo a verificação da biosseguridade dos estabelecimentos avícolas comerciais.

Neste ano, 406 estabelecimentos — entre comerciais e de subsistência — estão sendo monitorados por meio da vigilância ativa para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. A seleção dessas propriedades é feita com base em critérios de risco para a introdução dessas enfermidades. Até o momento, cerca de 90% das ações programadas já foram concluídas pela Cidasc. Além da vigilância ativa, o trabalho de prevenção e controle dessas doenças inclui prioritariamente a vigilância passiva, que ocorre a partir de notificações de casos suspeitos, recebidas de produtores rurais ou da sociedade civil. Nesses casos, médicos veterinários do serviço veterinário estadual realizam inspeções nos plantéis e, quando necessário, coletam amostras para exames laboratoriais. De 2024 até agora, foram coletadas 51 amostras, todas com resultados negativos para influenza aviária e outras doenças de notificação obrigatória em aves.

Sula Alves, da ABPA, abordou as diretrizes sobre sanidade animal quanto ao comércio internacional destes produtos. Foto: Jaqueline Vanolli/Cidasc

O impacto das questões sanitárias no mercado foi o assunto abordado por Sula Alves, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em transmissão online, a executiva destacou as regras existentes quanto ao comércio exterior de produtos de origem animal, que tem como propósito evitar a introdução de doenças em rebanhos de um país para o outro. Segundo Sula Alves, as diretrizes da Organização Mundial de Sanidade Animal (Omsa) permitem que se estabeleça uma zona de contenção de 25 km em torno do foco: na prática, isto significa que é possível tratar emergências zoossanitárias de forma regionalizada, restringindo o comércio para os produtos da área em torno do foco e não de todo o país. 

Na palestra, Sula Alves lembrou do foco registrado em aves de subsistência em Maracajá, rapidamente solucionado pela Cidasc no ano passado. Naquela ocasião, os embarques de ave de frango de Santa Catarina foram suspensos num primeiro momento, mas retomados rapidamente, evitando maiores prejuízos ao setor agropecuário estadual e nacional. 

Os mais atingidos pela influenza aviária no continente sulamericano têm sido os animais silvestres. Por esta razão, as campanhas educativas da Cidasc desde 2022 têm orientado a população a evitar contato com estes animais e a manter as aves de produção isoladas das aves de vida livre. Telar os aviários é uma importante medida de biosseguridade para evitar a introdução de doenças no plantel. 

A palestrante Cristiane Kolesnikovas abordou as ações relativas à sanidade de animais da fauna marinha, que também são suscetíveis à influenza aviária. Foto: Jaqueline Vanolli/Cidasc

As ações voltadas à fauna silvestre também foram abordadas no fórum, na palestra de Cristiane Kolesnikovas, da Associação R3 Animal. Esta Organização da Sociedade Civil (Oscip) é responsável pelo monitoramento da vida silvestre em boa parte do litoral brasileiro, inclusive de Santa Catarina. A médica veterinária explicou como é feito o monitoramento destes animais. Além das aves marinhas, espécies como leões marinhos e pinguins também são suscetíveis ao vírus da influenza aviária, havendo registro de diminuição de algumas colônias. 

Portanto, a resposta à influenza aviária envolve os órgãos de defesa agropecuária do país, como a Cidasc, mas também outros setores. A população em geral pode colaborar notificando os casos suspeitos de influenza aviária pelo e-Sisbravet (link).Este sistema é coordenado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e direciona as notificações aos setores competentes. À Cidasc, cabe o atendimento de notificações relacionadas a aves de produção (seja em estabelecimentos comerciais ou em produção de subsistência). As demandas em relação à fauna silvestre são atendidas por órgãos ambientais. 

A íntegra do 1° Fórum Estadual sobre Influenza Aviária e Doença de Newcastle em Santa
Catarina está disponível no canal da Cidasc no Youtube

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