Foto: Departamento Regional da Cidasc de Rio do Sul.

Santa Catarina, através da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), reforça a importância do monitoramento e controle de doenças graves no Estado e realiza estudo de vigilância sorológica e clínica em suínos, abrangendo todas as regiões catarinenses. A Cidasc está no Ciclo 4, do Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos, que começou em 27 de janeiro e segue até o dia 30 de junho de 2025. 

O Plano Integrado de Monitoramento e Prevenção de Doenças Suínas, inclui as doenças: Peste Suína Clássica (PSC), a Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória Suína (PRRS). Essas enfermidades representam riscos significativos para a suinocultura, e o monitoramento ativo é essencial para garantir a segurança sanitária do setor.

Nesta quinta-feira (06/03), o médico-veterinário André Aguiar Bessa e o técnico-agrícola Rafael Dias, da Unidade Veterinária Local (UVL) de Rancho Queimado/Angelina, do Departamento Regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) de Rio do Sul, realizaram, a colheita de amostras de suínos de subsistência no município de Angelina.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Rio do Sul.

De acordo com o médico-veterinário André Aguiar Bessa, “o produtor rural é essencial neste processo de monitoramento e prevenção para a manutenção da sanidade animal no Estado. Os criadores de suínos devem estar atentos a qualquer alteração na saúde dos animais e notificar imediatamente a Cidasc em caso de suspeita de doenças nos animais”, ressalta Bessa.

O exame clínico e as análises das amostras garantem que um eventual caso dessas doenças seja detectado precocemente, permitindo uma resposta rápida e evitando sua propagação. Estas doenças não afetam humanos, mas podem provocar morte dos plantéis e prejuízos a uma das cadeias produtivas mais importantes da economia catarinense.

Atualmente, Santa Catarina é o maior produtor e exportador de carne suína, com um rebanho de mais de 8 milhões de animais. 

+Plano Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos

Visa fortalecer a capacidade de detecção precoce de casos de Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS), bem como demonstrar a ausência das doenças em suínos domésticos. 

O Plano revisa a Norma Interna 05/2009 e a Norma Interna 03/2014, publicadas pelo Departamento de Saúde Animal da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para a vigilância de PSC, ampliando o escopo de doenças-alvo para a PSA e a PRRS e redefinindo os componentes do sistema como vigilância sorológica baseada em risco, inspeções em estabelecimentos de criação, investigação dos casos suspeitos, inspeção em abatedouros e vigilância sorológica em suínos asselvajados.

Peste Suína Clássica (PSC)

A PSC é uma doença que acomete suínos domésticos e asselvajados. É obrigatória a notificação imediata ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), em Santa Catarina, a Cidasc é o órgão oficial de Defesa Agropecuária responsável por atender qualquer caso suspeito.

O vírus é encontrado nas secreções e excreções do animal infectado e pode ser transmitido pelas vias direta (contato entre animais, aerossóis e suas secreções e excreções, sangue e sêmen) ou indireta (água, alimentos, fômites, trânsito de pessoas, equipamentos, materiais, veículos, vestuários, produtos, alimentos de origem animal), entrando no organismo por via oral e oronasal.

Atualmente, cerca de 83% do rebanho suíno brasileiro encontram-se em Zona Livre de PSC.

A condição zoossanitária da doença no Brasil, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde Animal (Omsa), é constituída por três Zonas Livres: uma constituída pelos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina; outra pelos seguintes Estados: Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e os municípios de Guajará, Boca do Acre, sul do município de Canutama e sudoeste do município de Lábrea, pertencentes ao Amazonas; e a terceira formada pelo Paraná.

A Zona não Livre (ZnL) é formada por Alagoas, Amapá, Amazonas (exceto região pertencente à ZL), Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Roraima.

Peste Suína Africana (PSA)

A PSA também é uma doença de notificação imediata ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), em Santa Catarina, a Cidasc é o órgão oficial de Defesa Agropecuária responsável por atender qualquer caso suspeito. A doença foi introduzida no Brasil em 1978, no Rio de Janeiro. As investigações realizadas à época revelaram que os suínos do estabelecimento caracterizado como foco índice se infectaram pela ingestão de sobras de comida servida a bordo de aviões procedentes de Portugal e da Espanha, países onde se propagava a doença.

A última ocorrência de PSA no Brasil foi registrada em Pernambuco, em novembro de 1981, e as medidas aplicadas pelo SVO brasileiro permitiram a erradicação da doença em todo o território e a declaração do Brasil como país livre de PSA, em 1984.

Desde 2018, a PSA ingressou e se dispersou amplamente nos continentes asiático e europeu. No dia 29 de julho de 2021, foi confirmada a ocorrência da PSA na República Dominicana, ingressando nas Américas. O Mapa, os órgãos estaduais de Sanidade Agropecuária (OESA) e os setores privados da suinocultura têm desenvolvido e reforçado ações que evitem o ingresso da PSA no Brasil e que possam mitigar os impactos econômicos e sociais no caso de introdução da doença.

Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS)

A doença nunca foi registrada no Brasil. Dessa forma, qualquer caso suspeito é de notificação obrigatória e imediata ao Serviço Veterinário Oficial (SVO), em Santa Catarina, a Cidasc é o órgão oficial de Defesa Agropecuária responsável por atender qualquer caso suspeito. A PRRS causa alta mortalidade em suínos recém-nascidos e desmamados, baixa taxa de concepção em rebanhos de reprodutores, aumento na taxa de aborto, natimortos e nascimento de leitões fracos, acarretando enormes perdas econômicas aos produtores.

Pela experiência de países com suinocultura altamente especializada nas quais houve entrada da doença, foram notadas características muito preocupantes da PRRS, como alta taxa de difusão, falta de vacinas eficientes e incapacidade de medidas estritas de biosseguridade em evitar a infecção de granjas livres. O vírus da PRRS já foi identificado em importantes países produtores de suínos, sendo endêmico em vários deles.

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