Foto: Departamento Regional de Mafra/Cidasc

A convite da regional de Mafra da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), um dos profissionais da Cidasc palestrou sobre raiva para os alunos de Medicina Veterinária e Enfermagem da UNC – Campus Mafra, no dia 29 de abril. O médico veterinário Fernando Bilinski, responsável pelo município de Mafra, compartilhou sua experiência no controle desta doença, uma zoonose que pode afetar humanos, animais de produção e animais domésticos. 

Na palestra, ele fez um relato sobre o atendimento ao foco de raiva, esmiuçando o comportamento do vírus e a importância dos vetores (morcego hematófago). Uma das ações que a Cidasc realiza é o monitoramento de morcegos hematófagos em zonas rurais, que ao espoliarem (morderem) animais como bois ou cavalos podem transmitir a eles o vírus. Os produtores rurais também recebem orientações sobre como identificar sinais da doença nos animais e a necessidade de notificação de casos suspeitos. 

Bilinski também reforçou a necessidade de trabalhar de modo integrado e preventivo, tanto no campo com o produtor e seus animais, tanto na integração com os demais setores da epidemiologia humana (Vigilância Epidemiológica) a fim de mitigar riscos ao ser humano. “Essa interação Cidasc/Dive e meio acadêmico é importante para demonstrar aos alunos a realidade que encontrarão quando estiverem na linha de frente, trabalhando”, completa o médico veterinário da Cidasc.

A bióloga Janaína Hartinger, da Dive, complementou a palestra relatando os procedimentos quando ocorrem casos suspeitos relatados pela Cidasc. Ela orientou os universitários sobre os procedimentos que devem ser adotados quando há acidentes com animais em que haja risco de contágio pelo vírus da raiva. 

A principal medida de prevenção da raiva é a vacinação de animais (de produção e domésticos), para que estes não a transmitam às pessoas. A vacina deve ser reforçada periodicamente (veja mais detalhes abaixo).

Saiba mais sobre a raiva: 

Sintomas nos animais
O animal apresenta um sangramento na ferida onde ocorreu a mordedura. Os sintomas mais comuns da contaminação são a respiração ofegante, o descontrole da coordenação motora e a morte em torno de dez dias. O animal contaminado pela raiva sempre vai a óbito. O morcego-vampiro (Desmodus rotundus) têm hábitos noturnos e são encontrados em cavernas, ocos de árvores, minas e casas abandonadas.

Sintomas nos humanos
Os sintomas da raiva humana são inespecíficos no início da doença, como mal-estar geral, pequeno aumento da temperatura corporal, falta de apetite e, em seguida, instala se alterações de sensibilidade, queimação, formigamento, dor no local do ferimento, com posterior quadro de infecção e febre, evoluindo para aerofobia, hidrofobia e crise convulsiva. O período entre o aparecimento do quadro clínico até o óbito varia entre cinco e sete dias.

Como proceder em caso de acidente
Em caso de agressão por um animal suspeito de ter a doença, a vítima deve lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar com urgência o serviço de saúde mais próximo, para avaliação da situação. No caso do agressor ser animal doméstico (cão e gato), não se deve matar o animal e, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva.

Para ajudar no controle da raiva
– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade;
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique à Cidasc do seu município, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.

Atenção! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente

Um guia rápido sobre a vacina da raiva

A vacinação dos animais é a única forma de combate à doença, pois ela não tem tratamento e leva o animal à morte. Para que a vacinação seja eficaz, fiquem atentos à correta armazenação da vacina, para garantir que seu animal seja devidamente imunizado. Ela precisa ser guardada e transportada em temperatura de 2 a 8 °C para manter sua eficiência. Frascos abertos com alguma dose restante de vacina para raiva não podem ser guardados para a dose de reforço.

A vacina anti-rábica deve ser aplicada anualmente nos animais domésticos e de criação. Vacine ovinos, bovinos, caprinos e equinos com mais de 90 dias de vida. Quanto à vacinação de cães e gatos, consulte o médico veterinário. Abaixo, orientações para cada situação envolvendo animais de criação.

Caso o animal nunca tenha sido vacinado contra raiva:
– Vacine;
– Dê uma dose de reforço em 30 dias;
– Faça reforços a cada 180 dias se houver focos de raiva no seu município;
– Caso não haja focos de raiva no seu município, revacine anualmente.

Caso o animal tenha sido vacinado alguma vez, mas não vinha recebendo o reforço:
– Vacine;
– Dê uma dose de reforço em 30 dias;
– Faça reforços a cada uma nova dose em 180 dias se houver focos de raiva no seu município;
– Caso não haja focos de raiva no seu município, revacine anualmente.

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