Foto: Departamento Regional da Cidasc de Concórdia.

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), por meio do Departamento Regional de Concórdia, promoveu, na quinta-feira (14/03), uma aula do Projeto Sanitarista Acadêmico, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC), campus Concórdia. O evento teve como principal objetivo realizar a atualização cadastral e de saldos de animais, além de avaliação clínica e epidemiológica, especialmente dos animais suscetíveis à Febre Aftosa, Brucelose, Tuberculose, e das Doenças Alvo de Vigilância da Suinocultura.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Concórdia.

O IFC, campus Concórdia, é certificado como Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose, possuindo um plantel de bovinos da raça holandesa. Integrado ao laticínio da Cooperativa de Produção e Consumo Concórdia (Copérdia). O campus mantém rebanhos bovinos leiteiros e de corte em sistema semi-intensivo, com instalações adequadas e voltadas ao bem-estar animal.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Concórdia.

Devido à intensa movimentação de alunos, professores e funcionários, o campus representa um potencial risco para doenças como a Peste Suína Clássica (PSC), Peste Suína Africana (PSA) e Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS). O campus mantém um plantel suíno com excelentes condições físicas, clínicas e sanitárias. A instituição possui um sistema suinícola de ciclo completo constituído por plantel atual de quatro matrizes, sete leitoas, um cachaço e um macho castrado adulto. Atualmente, possui 53 leitões na creche. 

Durante a aula, ministrada pelos médicos veterinários da Cidasc, Casiel Baldissarelli e Fernanda Zordan Fontana, para as turmas do segundo ano do curso técnico em agropecuária, turma 2 A e da turma da disciplina de suinocultura, da quinta fase do curso de medicina veterinária, os alunos foram orientados sobre o Sistema de Defesa Agropecuária Animal Brasileiro, o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose, e o Programa Nacional de Sanidade Suídea. Também foram discutidas as condições sanitárias e econômicas da suinocultura brasileira, enfatizando a importância da vigilância de doenças como PSC, PSA e PRRS.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Concórdia.

A presença da Cidasc na aula do Programa Sanitarista Acadêmico reforçou não apenas objetivos educativos e sanitários, mas também atendeu aos programas sanitários instituídos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), visando garantir a segurança sanitária dos rebanhos e da saúde pública. Os alunos, professores e funcionários receberam folders educativos e, após, participaram da parte prática, com aula de contenção de animais, exame clínico e colheita de sangue dos suínos adultos, em cumprimento das normas do Plano Integrado de Vigilância das Doenças dos Suínos PIVDS, instituído pelo Mapa, ministrado pelo médico veterinário Casiel, da Unidade Veterinária Local (UVL) do município de Presidente Castello Branco. 

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Concórdia.

Foi realizada coleta de sangue de 13 suínos acima de oito meses, para posterior encaminhamento para análise laboratorial. Participaram da atividade educativa sanitária e prática 30 alunos do curso técnico em agropecuária, do segundo ano, turma 2A, sob a tutela do professor Paulo Hentz e 30 alunos da quinta fase da disciplina de suinocultura, do curso de medicina veterinária, sob a orientação da professora Roberta de Ávila.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Concórdia.

O médico veterinário Rodrigo Antônio Pivatto; o Coordenador dos setores de zootecnias da Instituição, César Antônio Schneider e funcionários do setor de suinocultura acompanharam a atividade. A interação entre os alunos, professores, funcionários e médicos veterinários da Cidasc, reforçou os vínculos entre as instituições de defesa agropecuária e de ensino, com o fortalecimento da educação sanitária.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Concórdia.

Confira os temas abordados:

– O Sistema de Defesa Agropecuária Animal Brasileiro;

– O Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose (PNCEBT); bem como o Programa de Erradicação destas Zoonoses em Santa Catarina, devido à instituição ser livre para estas zoonoses;

– O Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS), com abordagem do Programa de Integrado de Vigilância de Doenças dos Suínos (PIDVS), com ênfase na sua importância nos níveis regionais, estaduais e nacionais para a Sanidade Agropecuária;

– Os contextos sanitários e econômicos e a importância das doenças-alvo de vigilância do PNSS; 

– O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína, com um rebanho de mais de 40 milhões de animais, abastecendo o mercado nacional com cerca de 80% dessa produção e exportando o restante; sendo o quarto maior exportador mundial desta proteína;

– A suinocultura brasileira possui condição sanitária bastante favorável por ser considerada livre de doenças economicamente muito importantes que ocorrem em várias partes do mundo, notadamente a Peste Suína Africana (PSA) e a Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS) e por possuir uma vasta zona livre de Peste Suína Clássica (PSC). A manutenção desta condição sanitária no Brasil garante menores custos de produção e vantagem competitiva no acesso a mercados internacionais;

– O plano integrado de vigilância de doenças de suínos foi desenvolvido pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO), em colaboração com os setores da iniciativa privada, representando o compromisso em manter e melhorar a vigilância animal implantada no Brasil. É vinculado à Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para a vigilância de PSC, PSA e PRRS. O Plano foi delineado inicialmente para as três doenças, mas pode ser aplicado e adaptado para outras, considerando alterações na situação epidemiológica, demandas relacionadas ao comércio, interesses dos setores público e privado, bem como, disponibilidade de recursos;

– As “Pestes Suínas” apresentam lesões hemorrágicas, febre, problemas reprodutivos e alta mortalidade e a PRRS apresenta manifestações variadas na forma reprodutiva, em suínos reprodutores ou respiratória severa, em leitões em crescimento e terminação.

+Peste Suína Clássica (PSC):
No Brasil há zonas livres e não livres. Santa Catarina se encontra na Zona Livre de Peste Suína Clássica (PSC), reconhecida internacionalmente. O processo de reconhecimento internacional de Zonas Livres (ZL) do vírus da PSC priorizou as regiões de maior relevância para produção e exportação de suínos e seus produtos. Atualmente, cerca de 83% do rebanho suíno brasileiro encontra-se em ZL do vírus da PSC, envolvendo, aproximadamente, 50% do território nacional.

+Peste Suína Africana (PSA):
A Peste Suína Africana (PSA) foi introduzida no Brasil em 1978, no município de Paracambi, no Estado do Rio de Janeiro. As investigações realizadas à época revelaram que os suínos do estabelecimento caracterizado como foco índice se infectaram pela ingestão de sobras de comida servida a bordo de aviões procedentes de Portugal e da Espanha, países onde grassava a doença. A última ocorrência de PSA no Brasil foi registrada no município de Moreno, Estado de Pernambuco, em novembro de 1981. Atualmente são incrementadas as normas de biosseguridade e é proibido o fornecimento de restos de alimentos para suínos.

+Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS):
A Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS) foi descrita inicialmente nos Estados Unidos em 1987, na Europa em 1990 e logo após na Ásia. A PRRS causa alta mortalidade em suínos recém-nascidos e desmamados, baixa taxa de concepção em rebanhos de reprodutores, aumento na taxa de aborto, natimortos e nascimento de leitões fracos, acarretando enormes perdas econômicas aos produtores. No Brasil, a PRRS nunca foi registrada e trabalhos científicos publicados, analisando diversos estratos da cadeia produtiva de suínos no Brasil, sempre demonstram a ausência de anticorpos ou RNA para o vírus da PRRS. Neste sentido, o Brasil adota rigorosos controles de importação de suínos para reprodução e material genético, com vistas a mitigar o risco de introdução desta doença em território nacional. 

+Projeto Sanitarista Acadêmico
O Projeto Sanitarista Acadêmico, idealizado pela equipe da Cidasc para aproximar o setor educacional e a defesa agropecuária, foi lançado, no dia 08 de junho de 2021, e apresentado para universidades e escolas técnicas de Santa Catarina. O evento, realizado no formato on-line, aproximou o setor público e privado, com objetivo de formar uma aliança na área de defesa agropecuária, por ações conjuntas com as instituições como: palestras e futuros projetos de pesquisa, além de contribuir com a formação dos futuros profissionais do setor agropecuário, propiciando conhecimentos sobre a defesa agropecuária e o fortalecimento de redes de trabalho colaborativo. 

Com o Sanitarista Acadêmico, a Cidasc busca se aproximar da educação técnica e superior, contribuindo com a importância do trabalho da Cidasc na promoção da saúde pública, do bem-estar animal e na preservação do meio ambiente. 

A intenção do projeto é não se restringir aos cursos mais próximos do campo, como Medicina Veterinária, Agronomia e Zootecnia, abrangendo também outras especialidades no campo da saúde, uma vez que cuidar da sanidade animal e vegetal é também promover a saúde humana. Apoiado sob a ótica de One Health (Saúde Única), definida pela FAO/OIE/OMS, o projeto visa demonstrar a importância e o potencial da saúde animal, sanidade vegetal, e segurança dos alimentos para a sociedade.

O Sanitarista Acadêmico prevê, ainda, difundir os valores, a cultura e o papel da agricultura de Santa Catarina, bem como o seu potencial para gerar qualidade de vida, com a preservação, equilíbrio ambiental e produção de alimentos seguros.

A defesa agropecuária, que em Santa Catarina é de responsabilidade da Cidasc, é essencial para que o alimento oferecido à população seja seguro para consumo. Programas de educação sanitária, como o Sanitarista Acadêmico, buscam mostrar a relevância deste serviço para o bem-estar das pessoas e também para o bom desempenho das atividades econômicas ligadas ao meio rural.

Ficou interessado no Projeto Sanitarista Acadêmico?
Agende uma apresentação sobre o projeto na sua instituição. Envie sua solicitação para o e-mail: fabranco@cidasc.sc.gov.br   

+Inf.:https://www.cidasc.sc.gov.br/educacao-sanitaria/sanitarista-academico/

Mais informações à imprensa:
Alessandra Carvalho
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