O município de São Joaquim sediou no sábado, 24 de fevereiro, a abertura da Safra Nacional de Maçã, com perspectiva de uma colheita até 5% maior que a registrada no ano passado. Santa Catarina é o estado líder na produção de maçã, sendo responsável por 54% da produção da fruta no país. Na safra 2022/2023, Santa Catarina colheu 550 mil toneladas.

A maçã catarinense também se destaca pela qualidade, graças ao empenho do produtor e também das ações da Defesa Sanitária Vegetal Além de conseguir erradicar a Cydia Pomonella, a Cidasc tem obtido bons resultados no controle de outra praga que afeta as pomáceas, o cancro europeu (Neonectria ditissima), razão pela qual recebeu homenagem da Associação Brasileira de Produtores de Maçã durante a abertura da safra. 

A distinção foi recebida pela presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos. Outra empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura, a Epagri, também foi homenageada, sendo representada no ato por seu presidente, Dirceu Leite. Entre as autoridades presentes, destacam-se ainda o presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, e a governadora em exercício, Marilisa Boehm, que participou da colheita simbólica das maçãs. 

O apoio da Cidasc aos mais de 2800 pomicultores catarinenses não se limita à sanidade vegetal. A empresa pública também certificou três empresas beneficiadoras de maçã da região de São Joaquim com o Selo de Conformidade Cidasc (SCC) e acompanha mais duas em processo de certificação. 

A adesão ao SCC é voluntária: trata-se de uma certificação de processo concedida a fabricantes e beneficiadores de produtos de origem vegetal que implementam um Sistema de Gestão da Segurança dos Alimentos (SGSA) e que são aprovadas em auditoria. O SCC se torna um diferencial para empresas, indicando que adotam padrões de qualidade e ajudando a abrir mercados inclusive no exterior. As empresas que aderiram ao SCC já exportam para 16 países. 

Santa Catarina, terra da maçã

A cadeia produtiva da maçã se desenvolveu a partir de 1968, quando o Governo do Estado de Santa Catarina instituiu o Projeto de Fruticultura de Clima Temperado (PROFIT). A parceria com outras instituições, iniciativa privada e o acordo de cooperação técnica com o Governo do Japão viabilizaram grandes investimentos para aprimorar a qualidade e aumentar a produtividade. 

O cultivo da maçã deu um novo rumo à economia de São Joaquim, município que concentra a maior parte dos pomares, seguido por Fraiburgo. A produção da fruta in natura deu origem a novas agroindústrias e estimulou o turismo na região. 

Santa Catarina tem 2.863 pomicultores, a maioria deles agricultores familiares, e uma área plantada de 16.300 hectares de macieiras. A produtividade média é de 31.000 kg/ha, mas a ABPM tem registro de pomares adultos com alta tecnologia que superam 70.000 kg/ha. 

A expectativa para Safra 2023/2024 é da produção de um volume próximo ao do ano passado, podendo ser um pouco superior, destacando para colheita de uma fruta de excelente qualidade.

O que é o cancro europeu?

O cancro europeu é causado pelo fungo Neonectria ditissima, que ataca as partes lenhosas das pomáceas. 

A praga foi registrada pela primeira vez em 2002, no Rio Grande do Sul, e se disseminou rapidamente. No momento é considerada sob controle. Em Santa Catarina, a Cidasc executa o Programa Nacional de Prevenção e Controle do Cancro Europeu (PNCE) e 

Programa Estadual de Mitigação de Risco do Cancro Europeu das Pomáceas, criado pela Portaria SAR nº 20 de 19 de abril de 2023, com medidas complementares ao programa nacional. 

As temperaturas amenas, combinadas com chuvas e alta umidade, são propícias para o desenvolvimento e esporulação do patógeno causador do cancro europeu. Mudas contaminadas podem disseminar o fungo pelo pomar. A Cidasc fiscaliza a comercialização de mudas e seu trânsito, exigindo a apresentação de Permissão de Trânsitos de Vegetais (PTV) para quem transportá-las. A medida é válida também para frutos de espécies hospedeiras. 

Outra exigência é o cadastro georreferenciado de todas as propriedades com cultivo comercial de maçã ou produção de mudas. É exigido ainda que estes locais adotem medidas de biosseguridade e façam a declaração anual da situação fitossanitária das macieiras. 

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