Foto: Departamento Regional da Cidasc de Mafra.

Nesta quarta-feira, 20 de dezembro, duas propriedades de produção de gado de leite em Campo Alegre receberam um reconhecimento ao serem certificadas como livres de Brucelose e Tuberculose. Os proprietários do estabelecimento “Cláudio Carneiro” e do estabelecimento “Leonides Hoff” foram agraciados com o Certificado de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), reforçando o compromisso com a qualidade e a sanidade dos seus rebanhos.

Claudio Carneiro, Divanilda de Souza Carneiro e Scheila Carneiro, responsáveis pelo estabelecimento “Claudio Carneiro”, receberam o certificado referente à localidade de Faxinal, no município de Campo Alegre. Por sua vez, o estabelecimento “Leonides Hoff”, sob a gestão dos produtores Leonides Hoff, Ivone Bahr Hoff e Matias Hoff, localizado em Serrinha, também no município de Campo Alegre, foi distinguido com a mesma honraria.

Foto: Departamento Regional da Cidasc de Mafra.

A entrega dos certificados contou com a presença do gestor do Departamento Regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) de Mafra, Fabiano Franco dos Santos. A médica veterinária, Arquidelques Chaves Alves, da Unidade Veterinária Local (UVL) de Campos Alegre, vinculada ao Departamento Regional de Mafra, também participou do evento, reforçando a importância da parceria entre os setores público e privado na promoção da saúde animal e na garantia da qualidade dos produtos lácteos.

Essa certificação não apenas destaca o comprometimento dos produtores locais com as melhores práticas de manejo e cuidado com seus animais, mas também reforça a posição de Campo Alegre como um polo de referência na produção leiteira do estado. A conquista da condição de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose é um reconhecimento do trabalho árduo e da dedicação desses produtores em proporcionar produtos lácteos seguros e de alta qualidade para os consumidores.

“Este marco representa mais do que uma conquista individual; é um passo coletivo em direção a padrões elevados de bem-estar animal e segurança alimentar. As propriedades certificadas demonstram a responsabilidade ambiental e social dos produtores de leite de Campo Alegre, que continuam a elevar o nível da indústria leiteira regional”, comenta o gestor do Departamento Regional da Cidasc de Mafra, Fabiano Franco dos Santos.

Santa Catarina é o quarto maior produtor de leite do país e erradicar as doenças do plantel será mais um diferencial competitivo do agronegócio catarinense na conquista de mercados exigentes, principalmente para exportação de produtos lácteos. A presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, explica que há um grande esforço do poder público estadual e da iniciativa privada para melhorar ainda mais a sanidade dos rebanhos.

Classificação do Estado de SC
A menor incidência de Brucelose, com classificação A, em relação ao grau de risco para a doença, é registrada em Santa Catarina, sendo o único Estado brasileiro com essa classificação. O Estado também obteve a classificação A para Tuberculose Bovina, com mais outros quatro Estados brasileiros. 

A Cidasc é a responsável pela execução do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas em todo o território catarinense. Hoje, com índices baixíssimos, de 0,91% dos rebanhos infectados com Brucelose e 0,5% dos rebanhos infectados de Tuberculose, fica comprovada a eficiência do trabalho realizado pelos profissionais da companhia e por toda a cadeia produtiva catarinense.

O Estado possui atualmente cerca de 1350 propriedades em processo de certificação, ou seja, é uma demanda crescente por parte dos produtores rurais e a conscientização é um dos pilares de uma produção pecuária de qualidade e dentro dos padrões sanitários internacionais. A certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose faz parte das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT), criado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 2001, os Estados podem ser classificados de A até E, conforme a prevalência das doenças.

Consequências da Brucelose
A Brucelose gera perdas econômicas que podem se caracterizar por abortos, nascimentos prematuros, repetições de cio, entre outros. Estima-se que a Brucelose seja responsável pela redução de até 25% da produção de leite e 15% da produção de bezerras. 

Importante frisar que é necessário tomar algumas medidas de proteção caso o aborto aconteça, tais como: desinfectar o local em que aconteceu, isolar a vaca que abortou das demais, para impedir a propagação do possível agente infeccioso e observar as demais fêmeas no rebanho, com relação ao aparecimento de novos casos. O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) é essencial no manuseio de partos e abortos, pois se trata de material altamente infectante.

Consequências da Tuberculose
As propriedades que possuem produção leiteira precisam verificar a saúde de seus animais com maior frequência que outras propriedades. A médica veterinária da Cidasc, Karina Diniz Baumgarten explica que “a transmissão da doença entre os animais pode ocorrer, principalmente, através da alimentação em cochos compartilhados e pela respiração próxima um dos outros. O manejo de ordenha e a permanência dos animais leiteiros de forma aglomerada na propriedade são fatores de maior risco para que esta doença se dissemine e permaneça nesse tipo de produção”, comenta Karina. 

“Para as pessoas que manejam os animais leiteiros o risco é ainda maior, já que elas permanecem muito próximas da respiração dos animais e de gotículas de leite da ordenha e podem se infectar caso a doença esteja no rebanho”, frisa Fabrício Bernardi, médico veterinário da Cidasc.

Como agir quando houver a doença no rebanho?
Quando um foco de Brucelose ou Tuberculose é encontrado no rebanho leiteiro, os animais positivos devem ser isolados da produção leiteira e o restante do rebanho pode continuar produzindo leite e comercializando para a indústria onde será pasteurizado ou esterilizado. O saneamento do foco deve respeitar os prazos vigentes na legislação estadual para que a indústria continue a captação do leite. 

Quando não há o cumprimento da legislação para a eliminação da doença presente no rebanho, a indústria é impedida de captar o leite do rebanho doente. Para o rebanho de corte, os mesmos prazos de saneamento previstos na legislação também devem ser cumpridos. A realização do correto saneamento da propriedade, conforme a legislação, evita perdas econômicas.

Caso perceber a ocorrência de sinais clínicos nos animais como aborto, nascimento de bezerros fracos, queda de produção, perda de peso, mastites de difícil resolução ou tosse, o produtor deve informar à Cidasc para receber as orientações de como proceder o saneamento. Quanto antes o problema for detectado e solucionado, mais rapidamente a produção bovina se recupera.

Santa Catarina, através do Governo do Estado, é um dos únicos Estados do país indenizar, integralmente, os criadores que cumprem com as normas do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), pelo abate sanitário de animais doentes, de modo a possibilitar a futura aquisição de animais sadios para a continuidade da produção.

Apoio aos produtores
A Cidasc com mais de mil empregados, e com o apoio dos médicos veterinários habilitados, incentiva os produtores a buscarem a certificação, tanto pelos ganhos para a saúde pública, quanto pelos benefícios econômicos. 

Produtor tem benefícios com certificado de propriedades livre de Brucelose e Tuberculose
Certificar propriedades como livres de Brucelose e Tuberculose traz ganhos do ponto de vista sanitário e econômico. Além de preservar a própria saúde e dos seus rebanhos, os produtores podem obter melhor remuneração pelo litro do leite, já que há maior segurança quanto à qualidade; mais facilidade para comercialização destes animais ou participação em feiras agropecuárias. 

A maioria das propriedades certificadas em Santa Catarina são de produção leiteira. Para elas, um dos benefícios mais imediatos é a melhor remuneração oferecida por alguns laticínios. No entanto, a certificação é válida e também traz vantagens para criação de bovinos de corte, por reduzir perdas na produção e reprodução dos animais. 

Do ponto de vista coletivo, o maior número de propriedades certificadas contribui para o controle das doenças e, juntamente com outras medidas sanitárias implementadas pela defesa agropecuária catarinense, reduz o risco dos produtores adquirirem animais contaminados.

Testagem Brucelose e Tuberculose
Segundo a Portaria SAR 44/2020, alterada pela Portaria SAR, n.º 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam realizar o controle da Brucelose e Tuberculose. 

Todos os bovinos da propriedade com idade a partir de 42 dias precisam ser testados para Tuberculose a cada 36 meses, conforme calendário para realização dos exames, publicado pela Cidasc. 

Já para Brucelose é colhida uma amostra de leite de tanque para diagnóstico da doença no mínimo uma vez a cada 24 meses. Apenas se essa amostra for reagente o produtor precisará realizar exames individuais do rebanho leiteiro para Brucelose.

Os rebanhos oriundos de fazendas certificadas têm um status sanitário diferenciado e por isso, para manter o certificado válido, precisam realizar o controle de ingresso de animais e realizar exames anualmente para renovar o certificado da propriedade.

A propriedade certificada com o certificado válido não necessita fazer o teste de diagnóstico para transportar os animais e participar em eventos agropecuários. Basta que renove o certificado a cada ano, realizando novos exames. Outra vantagem é a possibilidade de obter melhor remuneração pelo litro de leite. 

Como fazer a certificar sua propriedade?
O produtor que se interessar em certificar sua propriedade deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. O produtor deve preencher um requerimento, solicitando formalmente à Unidade Veterinária Local (UVL) da Cidasc, na qual a propriedade está localizada, além da necessidade de cumprir as medidas previstas na Instrução Normativa da Secretaria de Defesa Agropecuária, n.º 10, de 3 de março de 2017, e ter supervisão técnica de médico veterinário habilitado no Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas (PNCEBT).

Após o envio da documentação por meio eletrônico, comunicando o médico veterinário da Cidasc com antecedência mínima prevista na legislação, o processo de certificação é iniciado. É preciso ter dois exames consecutivos negativos para Brucelose (fêmeas e machos inteiros a partir de 8 meses) e Tuberculose (todos os bovídeos do rebanho com idade a partir de 42 dias), em um intervalo de 6 a 12 meses para a propriedade ser certificada. Posteriormente, realizar novos exames de rebanho anualmente antes do vencimento do certificado.

Vigilância constante
Dados dos últimos três anos mostram, que mesmo com o número de exames realizados para detecção das duas doenças ser maior a cada ano, o número de animais positivos encontrados vêm diminuindo, e demonstra a evolução do programa estadual de erradicação. O Governo do Estado ampliou os investimentos na vigilância ativa para localização de focos das doenças, realizações de diagnósticos definitivos em animais no abate e indenização de animais doentes abatidos sanitariamente. 

Mais informações sobre Brucelose e Tuberculose, clique e acesse o Programa de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas (PNCEBT) da Cidasc.

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