Produtores da região I tinham até 1° de julho para erradicar as plantas e os da região II têm prazo até o próximo dia 11

foto: Dedev/Cidasc

Entre o  dia 1° de julho e 30 de agosto está em vigor em Santa Catarina o Vazio Sanitário do Maracujá, que consiste na eliminação de todas as plantas de Passiflora edulis dos pomares. A Cidasc está fiscalizando o cumprimento da Portaria SAR nº 17/2022, de 15 de março de  2022, que tem por finalidade combater a virose que provoca o endurecimento dos frutos, causada por Cowpea aphid-borne mosaic vírus (CABMV). 

O engenheiro agrônomo e gestor do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal (Dedev) da companhia, Alexandre Mees, informa que a fiscalização está sendo realizada com o auxílio de drones, que permitem identificar de maneira mais ágil áreas que ainda não foram erradicadas. “Os produtores que ainda não erradicaram suas plantas estão sujeitos a autuações (multas) e, se necessário, também a medidas de erradicações compulsórias, visando beneficiar toda a cadeia produtiva do maracujá”, finaliza.

A medida estabelece a necessidade de eliminação de plantas já existentes e limita  o plantio de novos pomares neste período até o dia 30 de agosto na região I, que é a principal área produtora no Estado (confira o calendário para as quatro regiões abaixo). A exceção é a produção de mudas em viveiros que atendam a legislação, como por exemplo, ser construídos com telas antiafídeos e demais estruturas mínimas necessárias.

Santa Catarina é o terceiro maior produtor de maracujá do Brasil, com cerca de 1.800 hectares cultivados com a fruta e produção de cerca de 25t/ha, segundo dados da Epagri. Características como tamanho do fruto, o formato e o preenchimento de polpa garantem ao fruto catarinense também o reconhecimento de melhor maracujá do país.

foto: Dedev/Cidasc

Para que serve o vazio sanitário? 

O vazio sanitário é uma medida que visa dificultar a proliferação de alguma praga que afeta uma determinada cultura, deixando microorganismos ou insetos que as causam sem a planta hospedeira para concluir seu ciclo biológico durante um período do ano. A soja e o maracujá são exemplos de culturas em que esta prática é adotada, com calendário elaborado de acordo com critérios técnicos. 

A erradicação de todas as plantas de uma dada espécie entre uma safra e outra permite fazer o controle sanitário com menor uso de defensivos, gerando um resultado eficiente com menos despesa para o produtor. A ausência de plantas vivas de maracujá durante o vazio sanitário impede que insetos vetores se contaminem com o vírus ao picarem plantas doentes e a transmitam a uma planta sadia, quebrando o ciclo da doença e reduzindo a disseminação da virose nos pomares.

A Cidasc estabeleceu um calendário regionalizado para início do vazio sanitário do maracujá e uma mesma data para seu término considerando-se o ciclo produtivo da cultura e suas variações devido a geografia e clima de cada região do estado.
Mais informações na página do Programa de Sanidade do Maracujazeiro .

Calendário do Vazio Sanitário do Maracujá

I – De 01 de julho a 30 de julho de 2023: Araranguá, Balneário Arroio do Silva, Balneário Gaivota, Balneário Rincão, Criciúma, Ermo, Forquilhinha, Içara, Jacinto Machado, Maracajá, Meleiro, Morro Grande, Passo de Torres, Praia Grande, Santa Rosa do Sul, São João do Sul, Sombrio, Timbé do Sul e Turvo;

II – De 11 de julho a 09 de agosto de 2023: Biguaçu, Bombinhas, Canelinha, Capivari de Baixo, Cocal do Sul, Florianópolis, Garopaba, Governador Celso Ramos, Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Morro da Fumaça, Nova Veneza, Palhoça, Paulo Lopes, Porto Belo, Sangão, São José, Siderópolis e Tijucas;

III – De 21 de julho a 19 de agosto de 2023: Águas Mornas, Angelina, Anitápolis, Antônio Carlos, Armazém, Balneário Camboriú, Bom Jardim da Serra, Botuverá, Braço do Norte, Brusque, Camboriú, Grão-Pará, Gravatal, Guabiruba, Itajaí, Itapema, Lauro Müller, Major Gercino, Nova Trento, Orleans, Pedras Grandes, Pescaria Brava, Rancho Queimado, Rio Fortuna, Santa Rosa de Lima, Santo Amaro da Imperatriz, São Bonifácio, São João Batista, São Ludgero, São Martinho, São Pedro de Alcântara, Treviso, Treze de Maio, Tubarão e Urussanga;

IV – De 31 de julho a 29 de agosto de 2023: Demais municípios do estado não listados nos incisos I , II e III.

O que é o endurecimento dos frutos?

O endurecimento dos frutos do maracujazeiro é a virose mais importante da cultura no Brasil, pelo seu alto potencial destrutivo e rápida disseminação.

A doença é causada pelo Cowpea aphidborne mosaic virus (CABMV), pertencente à família Potyviridae e do gênero Potyvirus. Além de espécies de Passiflora, esse vírus infecta também, espécies das famílias Fabaceae, Solanaceae, Chenopodiaceae, Amaranthaceae e Cucurbitaceae.

O vírus é transmitido por meio de inoculação mecânica (ferramentas de poda, por exemplo) ou por insetos vetores, as de espécies de pulgões Myzus persicae, Aphis gossypii, Aphis fabae, Aphis solanella, Toxoptera citricida, Uroleucon ambrosiae, Uroleuconam sonchi e Myzus nicotianae, durante as picadas de prova de alimentação, apesar do maracujazeiro não ser hospedeiro desses insetos.

Os sintomas da doença podem ser observados nas folhas e frutos, quando plantas infectadas têm seu crescimento retardado, com encurtamento de entrenós dos ramos e drástica redução da produção de frutos (perdas podem chegar a 60% da produção).

Os sintomas iniciais nas folhas novas alternam a coloração do limbo (superfície da folha) de verde escuro e verde claro, em forma de mosaico. Nas folhas mais velhas, há distorção do limbo, bolhosidades, rugosidades, e o mosaico apresenta alternâncias do verde com o amarelo. Já os frutos apresentam-se deformados, rugosos e redução de tamanho, além do endurecimento no albedo (parte branca interna da casca), que se torna espesso e com baixo rendimento de polpa, tornando-o impróprio para o comércio.

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