Na manhã desta terça-feira, 30 de maio, a Secretaria de Estado da Agricultura e a Companhia Integrada de Santa Catarina (Cidasc), com o apoio da Empresa de Pesquisa e Extensão Rural (Epagri), realizaram o VI Fórum Catarinense de Prevenção à Febre Aftosa e lançaram a atualização do cadastro agropecuário da Cidasc. O Fórum fechou a série de eventos realizados pela companhia para celebrar o Mês da Promoção da Saúde dos Animais de Produção em Santa Catarina, com ênfase na conscientização sobre as Doenças de Notificações Obrigatórias (DNO).
O Fórum foi conduzido pelo presidente da Comissão de Agricultura da Alesc, deputado estadual Altair Silva, e contou com a presença do secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto; da presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos; do presidente da Epagri, Dirceu Leite; da chefe do Serviço de Fiscalização de Insumos e Saúde Animal da Superintendência em Santa Catarina do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Silvia Camargos Quintela.
O evento aconteceu na Sala de Comissões da Alesc, durante a reunião ordinária da Comissão de Agricultura, e transmitido ao vivo pelo YouTube da TVAL, para que produtores e entes da cadeia produtiva pudessem acompanhar em tempo real a cerimônia. O Fórum contou com as palestras da produtora rural do município de Concórdia Marcia Stuelp, suinocultura há 20 anos; do gerente-executivo do Sindicarne e da Associação Catarinense de Avicultura (Acav), Jorge Luiz de Lima; e do médico veterinário e diretor de Defesa Agropecuária da Cidasc, Diego Rodrigo Torres Severo.
Desde 2022, em Santa Catarina o mês de maio é dedicado às ações de promoção da saúde dos animais de produção. A escolha se deve, em maior parte, ao marco da certificação de 16 anos de Área Livre de Febre Aftosa sem Vacinação e de oito anos de Área Livre de Peste Suína Clássica (PSC) recebida pelo Estado, concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).
O status sanitário diferenciado foi fundamental para que o Estado se tornasse o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, além de abrir as portas para os mercados mais exigentes e competitivos do mundo. Atualmente, a produção agropecuária catarinense é comercializada em mais de 150 países e os embarques de produtos de origem animal respondem a 38% de todo o comércio internacional.
O secretário de Estado da Agricultura, Valdir Colatto, falou sobre a satisfação de realizar um evento com as empresas do Governo e as entidades do agro. “O trabalho conjunto entre todos os envolvidos da cadeia produtiva é algo que deu certo e que trouxe resultados para o agronegócio de Santa Catarina. Queremos continuar essa parceria de muitos anos, que deu certo e que vai continuar dando certo, não só na questão da Aftosa, comemorando os 16 anos, mas também com outras epizootias”, destaca Colatto.
“Tive o privilégio de estar presente na entrega do Certificado de Santa Catarina Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, em Paris. Com certeza é uma história que vem se desenvolvendo ano a ano e nós continuaremos promovendo esse trabalho. Santa Catarina é cada vez mais um Estado de excelência na defesa sanitária e por isso temos números expressivos de produção e comercialização, que colocam Santa Catarina em destaque e que muito nos orgulha. Quero também aplaudir os nossos produtores, que fazem o nosso Estado ser destaque na qualidade dos produtos em todo o país e também mundo afora”, celebra Colatto.
A presidente da Cidasc, Celles Regina de Mattos, lembrou que a certificação mudou os rumos da história de Santa Catarina e comemorou os 16 anos do reconhecimento internacional, recebido em 25 de maio de 2007. “A jornada dessa conquista, que é de conhecimento dos mais experientes, e que precisa ser contada aos mais jovens, vem de muito tempo, antes de 1965, ano em que a Lei n.º 3783 tornou obrigatório o combate à doença no Estado”.
A importância das certificações sanitárias na visão do produtor rural
Márcia Stuelp, produtora rural da Granja da Lagoa (especializada em suínos), de São João do Oeste, falou sobre a importância das certificações sanitárias e sobre o crescimento dessa cultura ao longo dos últimos 20 anos. Contudo, ela avalia que muitos produtores ainda não perceberam a relevância dessas certificações para o status sanitário de Santa Catarina.
“As indústrias cresceram muito, então as exportações, o mercado externo está procurando o estado de Santa Catarina. Como produtores, temos que fazer nossa parte no dia a dia das granjas para não deixar nenhum mal entrar em nossas propriedades. Se perdermos esse status, fica ruim para todo mundo. Tanto para os produtores, como para as agroindústrias”, explica Marcia.
O agronegócio catarinense: uma visão da importância da sanidade sob o aspecto econômico
Jorge Luiz de Lima, diretor-executivo do Sindicarne, apresentou números relativos à produção e exportação de aves e suínos. Segundo ele, o número de aves abatidas no estado é gigantesco. “A cada dois dias, são abatidas, aproximadamente, 7 milhões de aves, o que corresponde ao número da população de Santa Catarina”. Já o número de suínos abatidos diariamente é de, aproximadamente, 34 mil.
Sobre a importância do certificado sanitário, Lima destacou que o estado é o segundo do país em produção, com 21%, e o segundo em exportação, com 24%. “Por vezes aconteceu de nós passarmos o Paraná na exportação, então ficamos trocando de posição, não na produção porque eles são muito maiores, mas na exportação”, frisa.
O diretor informou, também, que, em relação à suinocultura, Santa Catarina é o primeiro produtor do Brasil, responsável por 51% de toda a produção nacional e o primeiro exportador, com 57% de todo o volume no Brasil. Em relação ao tamanho e à representatividade do setor, o estado gera mais de 60 mil empregos na agroindústria, recebendo colaboração, inclusive, de imigrantes, como haitianos e venezuelanos, e mais de 480 mil postos de trabalho, diretos e indiretos. Entre integrados e cooperados, são mais de 19 mil famílias produtoras de aves, suínos e ovos.
A representatividade no Produto Interno Bruto (PIB) do setor chega a 31%, com uma geração de movimento econômico de mais de R$ 7 bilhões. Os certificados, nesse contexto, possibilitam a garantia de exportação e a movimentação econômica dos municípios catarinenses, dos produtores e de toda a cadeia produtiva, conforme Lima.
Cidasc lança atualização cadastral e participação do produtor rural nas ações de defesa sanitária animal
O diretor de Defesa Agropecuária da Cidasc, Diego Rodrigo Torres Severo lançou o Cadastro Agropecuário, que fica hospedado na plataforma Conecta Cidasc, inicialmente utilizado somente pelos profissionais da companhia e que a partir desta terça-feira, 30 de maio, os produtores rurais de todo o Estado poderão realizar a atualização cadastral. O Cadastro Agropecuário, é um conjunto de elementos necessários para a organização de dados com fins de atenção à sanidade agropecuária, composto por: cadastros de proprietários e produtores; cadastros de estabelecimentos agropecuários; e cadastro de Unidade de Exploração Pecuária (UEP); entre outros.
Severo fez um breve relato sobre a história de combate à Febre Aftosa em Santa Catarina e explicou que o cadastro agropecuário representa uma das bases mais importantes do sistema de defesa agropecuária catarinense, onde desde 1971, a Cidasc já possuía uma ferramenta para cadastro agropecuário, a conhecida pelos cidasquianos e produtores, como a “Ficha Rosa”. Falou sobre a evolução das campanhas cadastrais em Santa Catarina, como era realizada a atualização cadastral durante as campanhas de vacinação contra a Febre Aftosa, registradas todas em papel e que ficavam armazenadas nos escritórios locais da companhia, nos municípios.
“Do papel à tecnologia, a Cidasc evoluiu e iniciou um novo modelo de levantamento agropecuário em 2002-2003, utilizando palmtop (computador de mão). A partir de 2013, o produtor rural pode solicitar a Guia de Trânsito Animal (GTA) fora do escritório da Cidasc, quando a companhia lançou a e-GTA (Guia Eletrônica de Trânsito Animal), e o produtor pode emitir o documento utilizando um computador, conectado à internet, e solicitar a guia diretamente do Sistema de Gestão da Defesa Agropecuária Catarinense (Sigen+), pela primeira vez”, explanou Severo.
Sobre prazos para a atualização cadastral
Atualização do cadastro agropecuário através da plataforma Conecta Cidasc inicia nesta terça-feira, 30 de maio, com previsão de término no dia 30 de julho de 2023. A atualização será feita pelo proprietário de forma on-line, via sistema Conecta Cidasc, e em plataforma web (para este ano ainda não terá o aplicativo). O login do proprietário é o CPF e a senha será a mesma já usada no Sigen+. “Contamos com o produtor para manter o cadastro de sua propriedade sempre atualizado de forma espontânea (on-line ou presencial)”, enfatiza Severo.
Como atualizar cadastro na Cidasc
Acessar o site (www.conecta.cidasc.sc.gov.br), preencher com o número do CPF (login/nome de usuário), a senha já utilizada no Sigen+ e clicar em “entrar”.
Informações que deverão ser atualizadas
Atualização de dados pessoais; telefone comercial e residencial; celular e WhatsApp; e e-mail. O produtor também deve informar se possui ou trabalha em alguma propriedade de criação de suínos, ovinos, caprinos ou bovinos localizada fora de Santa Catarina.
Dados das pessoas vinculadas à propriedade
As informações necessárias à identificação das pessoas que possuem vínculo com a propriedade já virão preenchidas, restando ao proprietário conferir e corrigir o telefone comercial e residencial; celular e WhatsApp (todos opcionais, exceto celular); e o e-mail (opcional). Caso a pessoa possua ou trabalhe em alguma propriedade de criação de suínos, ovinos, caprinos ou bovinos localizada fora de Santa Catarina é obrigatório informar no ato da atualização cadastral.
Mês da Saúde dos Animais de Produção
Ao longo do mês de maio, a Cidasc realizou diversos eventos educativos e comemorativos em prol de sensibilizar a sociedade catarinense sobre a responsabilidade compartilhada na manutenção do status sanitário em saúde animal conquistado pelo Estado.
Com informações: Agência AL.
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