Foto: Arquivo Ascom

O médico veterinário da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), Fábio de Carvalho Ferreira, e coordenador estadual do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros e Vigilância para Encefalopatias Transmissíveis realiza capacitações nos dias 29 e 30/11 e 01/12 nas cidades de Caçador, Matos Costa e Curitibanos, respectivamente. O objetivo é levar aos participantes esclarecimentos sobre a doença. Confira abaixo a programação.

A raiva é uma doença fatal que acomete todos os mamíferos, inclusive os seres humanos. A doença, que é transmitida por animais domésticos, animais de produção e animais silvestres ataca o Sistema Nervoso Central (cérebro), causando mudança de comportamento, paralisia e por vezes agressividade.

O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva. Não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Cães, gatos e animais silvestres transmitem a doença pela mordida do animal doente.

Programação: 

Caçador
Data: 29/11
Hora: 9h
Local: Câmara Municipal de Vereadores de Caçador
Rua Fernando Machado, 139 – Centro – Caçador

Matos Costa
Data: 30/11
Hora: 9h
Local: Auditório da Prefeitura Municipal de Matos Costa
Rua Manoel Lourenço de Araújo, 137 – Centro – Matos Costa

Curitibanos
Data: 01/12
Hora: 9h30
Local: Auditório anexo à Associação de Municípios da Região do Contestado (AMURC)
Rua Cornélio de Haro Varela, 1.835 – Água Santa – Curitibanos

Data: 01/12
Hora: 13h30
Local: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Campus Curitibanos
Rodovia Ulysses Gaboardi, 3.000 – Curitibanos

Saiba mais:

Foto: Arquivo Ascom

Morcegos

O morcego hematófago da espécie Desmodus rotundus é o responsável pela transmissão da raiva para os herbívoros, portanto jamais coloque a mão em um morcego mesmo que ele esteja imóvel e aparentemente morto.

O médico veterinário e responsável pelo Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros, Fábio de Carvalho Ferreira, ressalta que as espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental.

Desta forma, somente profissionais capacitados, do Serviço Veterinário Oficial (SVO), podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo.

Em caso de acidente com um desses animais, procure um hospital ou posto de saúde mais próximo, relate o ocorrido para receber o tratamento adequado.

Sintomas nos animais

O animal apresenta um sangramento na ferida onde ocorreu a mordedura. Os sintomas mais comuns da contaminação são a respiração ofegante, o descontrole da coordenação motora e a morte em torno de dez dias. O animal contaminado pela raiva sempre vai a óbito. O morcego vampiro (Desmodus rotundus) têm hábitos noturnos e são encontrados

em cavernas, ocos de árvores, minas e casas abandonadas.

Sintomas nos humanos

Os sintomas da raiva humana são inespecíficos no início da doença, como mal-estar geral, pequeno aumento da temperatura corporal, falta de apetite e, em seguida, instalam-se alterações de sensibilidade, queimação, formigamento, dor no local do ferimento, com posterior quadro de infecção e febre, evoluindo para aerofobia, hidrofobia e crise convulsiva. O período entre o aparecimento do quadro clínico até o óbito varia entre cinco e sete dias.

Como proceder em caso de contágio?

Em caso de agressão por um animal suspeito de ter a doença, a vítima deve lavar imediatamente o ferimento com água e sabão e procurar com urgência o serviço de saúde mais próximo, para avaliação da situação. No caso do agressor ser animal doméstico (cão e gato), não deve-se matar o animal e, sim, deixá-lo em observação durante 10 dias, para que se possa identificar qualquer sinal indicativo da raiva.

Para ajudar no controle da raiva

– Vacine seu rebanho contra a raiva;
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade;
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique à Cidasc do seu município, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como: cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.

ATENÇÃO! 

Foto: Arquivo Ascom

Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para removê-lo adequadamente.

Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros (PCRH) em Santa Catarina

O PCRH em Santa Catarina tem como estratégias de atuação o controle da população de transmissores (morcegos hematófagos da espécie – Desmodus rotundus); a vacinação dos herbívoros domésticos em situações específicas; a vigilância epidemiológica; o monitoramento sistemático e cadastramento de abrigos de morcegos e a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial (SVO).

A raiva é de notificação obrigatória. Por se tratar de uma zoonose, o pecuarista não deve manipular os animais que apresentarem sintomas de doença nervosa como andar cambaleante, animais caídos. A presença de espoliação/mordedura no animal, também é um indicativo de que esteja sendo atacado por morcegos. Para isso, notifique a Cidasc para realização de investigação dentro das normas do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros.

A vacinação dos animais é a melhor saída, pois a doença não tem tratamento e leva o animal à morte. Podendo também ser transmitida ao ser humano. Mas atenção à correta armazenação da vacina, para garantir que seu animal seja devidamente imunizado. Ela precisa ser guardada e transportada em temperatura de 2 a 8ºC para manter sua eficiência. Frascos abertos com alguma dose restante de vacina para raiva não podem ser guardados para a dose de reforço.

Um guia rápido sobre a vacina da raiva

  • A vacina anti-rábica deve ser aplicada anualmente nos animais domésticos e de criação. 
  • Vacine ovinos, bovinos, caprinos e equinos com mais de 90 dias de vida. 
  • Quanto à vacinação de cães e gatos, consulte o médico veterinário. 

Abaixo, orientações para cada situação envolvendo animais de criação

Caso o animal nunca foi vacinado contra raiva:

  • Vacine;
  • Dê uma dose de reforço em 30 dias;
  • Faça uma nova dose em 180 dias;
  • Revacine anualmente.

Caso o animal foi vacinado alguma vez, mas não vinha recebendo o reforço anual:

  • Vacine;
  • Dê uma dose de reforço em 30 dias;
  • Faça nova dose de reforço em 180 dias;
  • Revacine anualmente.

Caso o animal foi vacinado e recebeu dose de reforço há mais de 180 dias:

  • Vacine agora;
  • Revacine anualmente;

Caso o animal foi vacinado e recebeu dose de reforço há menos de 180 dias:

  • Aguarde o prazo para vacinar.

Atenção para a conservação da vacina, pois ela precisa de refrigeração

Tanto na hora de guardar, quanto de transportar o produto para a propriedade, ela precisa ser mantida entre 2°C e 8°C. Ela perde eficácia se guardada depois que o frasco é aberto, por isso o que resta no vidro aberto não pode ser guardado para o momento da aplicação do reforço. 

Fique atento e lembre que a vacina da raiva deve ser reforçada anualmente!

Mais informações à imprensa:
Alessandra Carvalho
Assessoria de Comunicação – Cidasc
Fone: (48) 3665 7000
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