Profissionais da Cidasc realizaram na última terça-feira, 30, a captura de morcegos da espécie Desmosdus rotundus em algumas propriedades da Linha Pinheirinho, interior do município de Campo Erê. Os morcegos vinham espoliando animais, suínos e bovinos, na região.
O Departamento Regional de São Lourenço instalou as redes de neblina, redes de captura para fins científicos, perto da mata local, onde haveria um abrigo. Nove morcegos foram capturados, oito machos e uma fêmea. Os machos foram tratados com pomada vampiricida, uma substância anticoagulante que previne que os animais transmitam o vírus da raiva. A fêmea foi liberada sem tratamento.
A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc – é responsável pelo controle populacional dos morcegos hematófagos, que estão presentes na fauna de todo o estado. Os profissionais envolvidos nesta ação foram os médicos veterinários Milton Kasper e Odirlei Facchi, além do técnico agropecuário Ivan Biavatti.
De acordo com o médico veterinário Milton Kasper, o controle populacional dos morcegos-vampiros, como também são chamados, é necessário devido ao risco que a espécie representa a outros animais na transmissão da raiva. Dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA – revelam que a doença matava cerca de 40 mil bovinos anualmente no país até 2008.
“É importante ressaltar que os morcegos são animais silvestres protegidos por legislação, por isso o seu manejo só deve ser realizado por pessoas treinadas e habilitadas para esta atividade, não devendo ser capturados e mortos pela população. Caso o produtor identifique sinais de mordedura em seus animais, e possíveis abrigos de morcego hematófago a Cidasc deverá ser comunicada”, afirma o médico veterinário Milton Kasper.
Das 178 espécies conhecidas no Brasil apenas três são hematófagas e transmitem o vírus. As outras espécies desempenham um importante papel ecológico no processo de polinização, dispersão de sementes e redução de pragas e insetos. Todas as espécies são protegidas por lei e, devido ao risco, só devem ser manuseadas por profissionais treinados.
A raiva
A raiva é uma doença viral fatal que compromete o sistema nervoso central e que ataca mamíferos, inclusive o ser humano. Os sintomas da doença nos animais são diversos e envolvem perturbação dos sentidos, tristeza, indiferença, grande fluxo salivar, que é espumante e viscoso, e tremores musculares.
Na maioria dos casos, o animal morre entre o terceiro e o sexto dia após o início dos sintomas. O vírus pode ser transmitido até pela saliva do animal e o quadro clínico no ser humano não é muito diferente: a doença é fatal em quase 100% dos casos. Por isso, o produtor deve comunicar a Cidasc ao perceber focos de morcegos hematófagos, animais mordidos ou os sintomas da raiva em seus animais.
Para ajudar no controle da raiva
– Vacine seu rebanho contra a raiva, a orientação é para que os produtores vacinem seus animais em regiões de risco; a vacinação é a ação mais efetiva na prevenção da doença.
– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade
– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique à Cidasc, mesmo que não estejam doentes;
– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas, poços, casas e construções abandonadas.
ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para que seja removido adequadamente.
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