Foto: Departamento Regional de Xanxerê

A captura de morcegos hematófagos faz parte da rotina de atividades da companhia no controle à população da espécie Desmodus rotundus presente em todo o Estado. Essa espécie de  morcegos pode atacar animais das propriedades rurais e transmitir a raiva caso a colônia esteja contaminada com o vírus.

Profissionais da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc de Xanxerê capturaram morcegos hematófagos na noite do dia 18 de outubro, no município de Entre Rios, Oeste Catarinense. A colocação das redes foi na saída da mina de pedras preciosas abandonada. 

O município possui algumas minas de pedras preciosas em atividade e outras inativas, neste caso se tornam excelentes abrigos para morcegos. A atividade foi realizada no final da tarde e a captura de oito morcegos ocorreu  durante a noite quando os morcegos vão em busca de animais para se alimentarem com o sangue depois de espoliar os mesmos. Após a ação de captura é realizada a aplicação da pasta vampiricida (com anticoagulante) no dorso dos morcegos, sendo os mesmos soltos na sequência para que o ocorra o trabalho de controle já que os morcegos têm o hábito de  lamberem  uns aos outros no interior da colônia. A atividade foi coordenada pelo médico veterinário da Cidasc Geraldo Scariot, acompanhada pelo médico veterinário da prefeitura municipal de Entre Rios Cleberson Leandro Biasi e pelo médicos veterinários da Cidasc do Departamento Regional de Xanxerê Mario Henrique Conde e Diana Balbinott, além da estagiária de medicina veterinária Carolina Luiza Gehlen Schmit.

Foto: Departamento Regional de Xanxerê

De acordo com o médico veterinário Mário Henrique Conde, a captura de morcegos faz parte da rotina dos técnicos da Cidasc, em todo o território catarinense. “O objetivo é controlar a população de morcegos que, além de atacar animais das propriedades rurais, podem ser potenciais transmissores da raiva. É importante ressaltar que os morcegos são animais silvestres protegidos por legislação, por isso o seu manejo só deve ser realizado por pessoas treinadas e habilitadas para esta atividade, não devendo ser capturados e mortos pela população. Caso o produtor identifique sinais de mordedura em seus animais, e possíveis abrigos de morcego hematófago a Cidasc deverá ser comunicada’, explica Conde. 

A raiva é uma doença fatal que acomete os mamíferos, inclusive seres humanos, transmitida entre animais domésticos, animais de produção e animais silvestres, tendo o morcego hematófago principal reservatório. A raiva ataca o sistema nervoso central, causando mudança de comportamento, paralisia de membros, agressividade em alguns casos e morte em praticamente todos os animais acometidos.

Foto: Departamento Regional de Xanxerê

Orientações sobre a Raiva

Das aproximadas 178 espécies de  morcego no Brasil, apenas 03 se alimentam de sangue e são chamadas de morcegos hematófagos (morcegos vampiros), são das  espécie Desmodus rotundus, Diphylla ecaudata e Diaemus youngi, sendo estes os responsáveis pela transmissão da raiva para herbívoros ou outros animais. As espécies de morcegos hematófagos e não hematófagos são protegidos por lei e seu manejo e controle caracteriza crime ambiental. Por isso, somente profissionais capacitados, do serviço veterinário oficial, podem intervir em colônias de morcegos em área de risco para a raiva, porque são capazes de diferenciar as espécies de morcegos em um abrigo.

O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva, por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Usualmente, a doença é transmitida através da mordida do animal infectado, mas o simples contato entre saliva e feridas abertas, mucosas e arranhões também propaga o vírus.

Para ajudar no controle da raiva

– Vacine seu rebanho contra a raiva, a orientação é para que os produtores vacinem seus animais em regiões de risco; a vacinação é a ação mais efetiva na prevenção da doença.

– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade

– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique à Cidasc, mesmo que não estejam doentes;

– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas, poços, casas e construções abandonadas.

ATENÇÃO! Nunca tente capturar um morcego, chame um profissional capacitado para que seja removido adequadamente.

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