Foto: Julio Cavalheiro / Secom

Após a notificação do primeiro foco de peste suína africana (PSA) nas Américas, Santa Catarina intensifica ações de defesa agropecuária para proteger o plantel. Os catarinenses são os maiores produtores e exportadores de carne suína do Brasil e têm no agronegócio a base da sua economia. Para definir as estratégias de prevenção e conscientização, a Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural reuniu técnicos e lideranças do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e iniciativa privada nesta sexta-feira, 6, durante encontro do Comitê de Sanidade Suídea.

“Estamos agindo preventivamente para proteger o nosso rebanho e o nosso agronegócio. A suinocultura é uma das principais atividades econômicas de Santa Catarina e nós queremos reforçar as medidas de prevenção e conscientização de produtores, turistas e catarinenses. Embora a peste suína africana não seja uma doença transmissível para o ser humano, ela prejudica a economia como um todo e nós precisamos proteger a nossa economia. Nós somos guardiões da saúde animal em Santa Catarina e esse é um grande desafio diário”, destaca o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva.

A peste suína africana está presente em mais de 50 países, entre eles, a República Dominicana – este é o primeiro registro da doença no continente americano desde a década de 80. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pretende reforçar a vigilância em portos e aeroportos, além de fortalecer sua capacidade de prevenção do ingresso do vírus da PSA no Brasil. Em Santa Catarina, as ações contarão com o apoio da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e da iniciativa privada.

Segundo o diretor de Defesa Agropecuária da Cidasc, Diego Torres Severo, a confirmação do foco de PSA na República Dominicana é recebida com preocupação pelos catarinenses, que já mobilizam o setor produtivo para mapear as ações que devem ser tomadas no estado.

“Em um primeiro momento haverá um reforço na conscientização da população e a Cidasc fará uma reunião com suinocultores, médicos veterinários e técnicos que atuam na cadeia produtiva para que todos tenham informações sobre a gravidade da doença e os modos de prevenção. A Secretaria da Agricultura atualizará ainda as normas que proíbem tanto a alimentação de suínos com restos de alimentos que contenham produtos de origem animal quanto a permanência de suínos em lixões”, explica Diego Torres Severo.

A união de esforços do Ministério da Agricultura, Secretaria da Agricultura, Cidasc, Embrapa Suínos e Aves, Udesc e iniciativa privada visa manter a saúde dos rebanhos e a continuidade da produção de suínos no país. “Devemos estar sempre vigilantes para termos a plena segurança de que essa doença, que assola a Europa e a Ásia, não chegue de forma alguma à América do Sul. Assim continuaremos produzindo com segurança e com sanidade e, sem dúvida alguma, oferecendo o melhor produto aos consumidores, como sempre fizemos. Para isso contamos com a colaboração de todos”, ressalta o gerente executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes (Sindicarnes-SC), Jorge Luiz de Lima.

Impacto na economia

O agronegócio é o carro-chefe da economia catarinense, responsável por quase 70% de toda exportação e por mais de 30% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. As agroindústrias empregam mais de 60 mil pessoas de forma direta e contam com 55 mil famílias integradas no campo. A produção catarinense é exportada para mais de 150 países, entre eles os mercados mais exigentes e competitivos do mundo.

Peste Suína Africana

A Peste Suína Africana é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar criações de suínos, pois é altamente transmissível e leva a altas taxas de mortalidade e morbidade. Considerada pela OIE como uma das doenças mais relevantes para o comércio internacional de produtos suínos, a PSA afeta somente suínos.

No Brasil, a doença foi introduzida em 1978 no estado do Rio de Janeiro, por meio de resíduos contaminados de alimentos provenientes de voos internacionais com origem em países onde a doença estava presente. A última ocorrência de PSA no Brasil foi registrada em 1981 e, desde 1984, o país é livre de peste suína africana.

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