Inicia nesta terça-feira, 15 de junho, o período do vazio sanitário da soja. A portaria da Secretaria de Estado da Agricultura nº 18/2017 estabelece que anualmente, entre 15 de junho e 15 de setembro, é proibido cultivar, implantar lavoura de soja ou manter estas plantas  vivas em qualquer estágio de desenvolvimento em Santa Catarina. 

A medida é adotada para reduzir a ocorrência da doença conhecida como Ferrugem Asiática. Ela é provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, cujos esporos  são produzidos no verso das folhas da planta, podendo provocar a desfolha. Isto afeta o crescimento da lavoura e impede a formação dos grãos, trazendo enormes prejuízos aos produtores. 

O vazio sanitário tenta conter a ocorrência da Ferrugem Asiática. Sem a planta hospedeira para sobreviver e se multiplicar, o fungo se dissemina menos e os produtores podem reduzir o número de aplicações com fungicidas para o controle desta praga nos meses posteriores.

A medida adotada em Santa Catarina vem de encontro ao Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, para fortalecer a produção de soja no país. O Mapa 

Histórico:

O primeiro registro do agente da ferrugem asiática da soja foi em 1902, no Japão, , mas apenas em 1914 o fungo foi descrito pelos pesquisadores Hans e Paul Sydow com o nome atual Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. Está presente em 52 países distribuídos entre a África, Ásia, Europa, Oceania, América do Norte e América do Sul. 

Chegou no arquipélago do Hawaii (EUA) em 1994, e somente na safra 2001/2002 foi detectada pela primeira vez no Paraguai e Brasil, causando prejuízo estimado na época de 2 bilhões de dólares para os produtores brasileiros.

Quando presente em um território, a ferrugem asiática da soja se torna um problema recorrente para os produtores. Estima-se que as perdas em grãos até o momento, no Brasil, chegam a 3,8 bilhões de dólares, sem contar aquelas de ocorrência localizadas, assim como o custo de controle que já ultrapassam os 36 bilhões de dólares, de acordo com a EMBRAPA. 

O produtor pode encontrar mais informações no site do consórcio Anti-ferrugem http://www.consorcioantiferrugem.net/ . Os dados do texto acima foram reunidos pela engenheira agrônoma Fabiane dos Santos, gestora da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc, a partir das seguintes fontes científicas:

Goellner, K., Loehrer, M., Langenbach, C., Conrath, U. W. E., Koch, E., & Schaffrath, U. (2010). Pathogen profile Phakopsora pachyrhizi , the causal agent of Asian soybean rust. MOLECULAR PLANT PATHOLOGY (2010), 11(2), 169–177. https://bsppjournals.onlinelibrary.wiley.com/journal/13643703

Hartman, Glen L, Soybean, N., Sciences, C., & Frederick, R. D. (2005). Symposium Breeding for Resistance to Soybean Rust. 89(6), 664–666. https://doi.org/10.1094/PD-89-0664

Custo ferrugem, informações sobre a ocorrência da ferrugem-asiática e perdas pela doença nas safras de soja. Disponível em: http://acacia.cnpso.embrapa.br:8080/cferrugem_files//764411951/Tabela_resumo_ferrugem_atual.pdf. Acesso em: 31 de ago. de 2020. 

Relatório para Phakopsora pachyrhizi (ferrugem da soja).Disponível em: https://www.cabi.org/isc/datasheetreport/40019. Acesso em jun. de 2021.

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