Série de vídeos da Epagri ensina como criar essas valiosas guardiãs da natureza

Jataí, Mandaçaia, Uruçu, Guaraipo, Manduri, Bugia, Mirim e centenas de outras espécies fazem parte do fascinante mundo das abelhas sem ferrão, que nativas do Brasil e também conhecidas como abelhas indígenas. Essas pequenas trabalhadoras são gigantes na tarefa de manter a biodiversidade dos biomas brasileiros. Muitas espécies vegetais são totalmente dependentes delas para que possam se reproduzir. Ao passar de flor em flor, essas abelhinhas carregam o pólen e fazem a fecundação, gerando assim a produção da semente e o surgimento de uma nova planta. Em torno de 90% das espécies da Mata Atlântica dependem das abelhas em ferrão para se reproduzirem. 

Diferentemente do que indica o nome, essas abelhas possuem ferrão, porém é atrofiado e, assim, elas são incapazes de ferroar.  Não são necessários equipamentos de proteção e nem fumaça para o manejo. Por isso, elas podem ser criadas próximas de residências, inclusive em áreas urbanas. Muita gente possui algumas caixas nos jardins de casa.

Na atividade comercial, denominada meliponicultura, as colônias vivem em caixas pequenas

No ambiente natural, as abelhas sem ferrão costumam se alojar em cavidades de árvores, ninhos abandonados de cupins ou formigas ou em galhos. Já na atividade comercial, denominada meliponicultura, as colônias vivem em caixas pequenas, disponibilizadas pelo meliponicultor, e ali mantêm o controle da produção e a família fortalecida. A organização social é composta pelas operárias que fazem a manutenção da colmeia, alguns zangões e uma rainha, responsável pela postura, nascimento de novas abelhas e por manter a colônia unida.

As espécies de abelhas sem ferrão possuem tamanhos, cores, formas e hábitos distintos. Elas são divididas em duas grandes tribos: a Trigonini e a Meliponini. Cada tribo possui uma estrutura que a identifica na entrada do ninho. A Trigonini constrói um pito com cerume na entrada e a Meliponini faz raios salientes de barro ou geoprópolis ao redor da entrada que, por sinal, permanece sempre protegida pelas sentinelas.

Criação racional

Essas abelhas são dóceis e usadas, inclusive, para educação ambiental

A meliponicultura está em expansão no Brasil e em Santa Catarina.  A criação racional de abelhas sem ferrão é uma alternativa de geração de renda em muitas propriedades catarinenses. Por serem dóceis e de fácil manejo, cada vez mais novos produtores despertam o interesse em trabalhar com essas abelhinhas. Os motivos são muitos e vão desde a produção de mel, delicioso e muito utilizado para fins terapêuticos, produção própolis, geoprópolis, pólen e cera, multiplicação e venda de colônias até para fins de educação ambiental ou, simplesmente, passatempo.

Elas estão na TV e nas redes sociais da Epagri

A tribo Trigonini constrói um pito com cerume na entrada do ninho

Para que o meliponicultor tenha sucesso na atividade, é preciso conhecer as características e técnicas de manejo dessas abelhas. No Centro de Treinamento, em Florianópolis, a Epagri possui unidade didática em Meliponicultura, com diferentes espécies. O local tem sido palco para a gravação de uma série de vídeos técnicos sobre como criar abelhas sem ferrão. A equipe de TV da Epagri já produziu cinco módulos que abordam dicas práticas de manejo, cuidados com as colônias, características das espécies, tudo o que o meliponicultor precisa saber antes de iniciar a atividade. Os temas são os seguintes: manejo das colônias e alimentação de inverno, iscas para atrair enxames, como fazer o extrato de própolis, fabricação de potes e lâminas de cerume e uma receita prática de verniz ecológico, um tratamento natural para as caixas das abelhas.

Cada vídeo apresenta de maneira simples, passo a passo, as tecnologias mais recomendadas pela Epagri, com a orientação do extensionista rural Edegar Becker, que atua no município de Botuverá e Rodrigo Durieux da Cunha, gestor da Divisão de Estudos Apícolas da Epagri. “A criação racional de abelhas sem ferrão diminuiu de forma significativa a atividade extrativista. Técnicas e manejos adequados para o desenvolvimento e a multiplicação de colônias têm contribuído para o restabelecimento das populações naturais, além de promover a meliponicultura como uma importante atividade formadora de renda por meio da produção de mel e da multiplicação e venda de colônias”, explica Rodrigo.

Fonte: Epagri

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