Foto: Arquivo Divisão de Classificação

Com a pandemia do novo coronavírus em curso, a Divisão de Classificação Vegetal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, tem implantado medidas para garantir a segurança dos alimentos produzidos no estado e a saúde dos manipuladores de alimentos nas indústrias beneficiadoras e processadoras de alimentos vegetais. 

O técnico agrícola da Cidasc e especialista em Segurança de Alimentos, Wladmir Marcon, destaca que o controle microbiológico na indústria de alimentos é sempre necessário; bactérias e fungos são comuns na produção de alimentos e seu controle é motivado pela perda de qualidade dos alimentos. “É impossível manter os ambientes totalmente livres de microrganismos, mas é necessário manter os ambientes com baixa carga microbiana, em níveis tão baixos que não causem danos aos alimentos e às pessoas. Assim, para garantir a segurança dos alimentos, são necessárias medidas de higiene sistemática de ambientes, mas também a manutenção da higiene das pessoas, assim chamadas manipuladores de alimentos”, disse Marcon.

“Quanto aos vírus, sua importância está restrita às pessoas e não aos alimentos. Vírus não se reproduzem em células vegetais, mas sim em células animais. Não deterioram alimentos. O risco está na contaminação das pessoas e sua impossibilidade para o trabalho, podendo levar à morte. Depois de infectar uma célula humana, se reproduz violentamente e precisa sair para o ambiente externo, motivo pelo qual leva à contaminação rápida de pessoas, principalmente em locais adensados. Podem se instalar em ambientes limpos e sujos e ficam em suspensão no ar por algum tempo, quando podem tocar a pele, olhos, boca e nariz. É por essas mucosas que normalmente infectam seres humanos”, destaca Wladmir Marcom,  técnico agrícola da Cidasc e especialista em Segurança de Alimentos.

A preocupação com a segurança de alimentos é, ao mesmo tempo, uma estratégia das empresas de permanência no mercado e uma demanda dos consumidores cada vez mais exigentes. Toda e qualquer indústria beneficiadora e processadora de alimentos segue o Manual de Boas Práticas de Fabricação e Procedimentos Operacionais Padrões. Para Valdirene Régia Bizolo Sommer, gestora da Divisão de Classificação, quando a indústria segue o manual de boas práticas e intensifica a adoção de normas técnicas e sanitárias, com o olhar à segurança do alimento, garante a produção de alimentos seguros à saúde e também a satisfação dos consumidores, fortalecendo a agregação de valores no processo fabricação.

As ações de defesa agropecuária realizadas pela Cidasc assegura o direito do consumidor de ter acesso a alimentos que atendam aos padrões de segurança e qualidade estabelecidos por lei. Dessa forma, evita-se que as pessoas desenvolvam doenças que podem ser transmitidas pelos alimentos, o que poderia sobrecarregar ainda mais o sistema de saúde catarinense neste período.

Cabe ressaltar que a partir de agora, mais do que nunca, a questão da segurança dos alimentos irá fazer a diferença no processo produtivo e remeterá à rastreabilidade dos produtos e à adoção de boas práticas agrícolas. O controle da informação será ainda mais essencial para a indústria neste momento de pandemia.

Como manter os manipuladores no ambiente de produção de alimentos

Wladmir enfatiza que os protocolos de Gestão da Segurança dos Alimentos, no que envolve os manipuladores, se manifesta cada vez mais necessários, importantes e inevitáveis para conviver sob pandemia dentro dos ambientes de produção de alimentos. “O que se faz em tempos de normalidade, se faz em tempos críticos, porém, com mais cuidados”, no caso da pandemia em curso, ocasionada por um vírus, medidas de controle são acentuadas, pois os vírus têm comportamento relativamente diferente de fungos e principalmente de bactérias, afirma o especialista. 

  1. Lavar as mãos e rosto com sabonete adequado à indústria de alimentos quando chegar ao vestiário;
  2. Iniciar expediente com roupas limpas (lavadas);
  3. Colocar as roupas de trabalho no vestiario da empresa onde trabalha;
  4. Colocar os calçados do trabalho somente no vestiário;
  5. Colocar touca descartável e trocar diariamente, no máximo;
  6. Lavar as mãos novamente;
  7. Dispor álcool em todos os setores, sempre que for possível;
  8. Proibir uso de celular nas dependências internas de qualquer lugar da empresa;
  9. Portar máscara e óculos de proteção (EPI tipo surfista);
  10. Máscara descartável substituída no máximo diariamente;
  11. Se máscara de tecido, lavada diariamente (com sabão);
  12. Usar luvas somente se prescrito no PPRA da empresa ou se com machucaduras (estas já protegidas);
  13. Se o manipulador portar tosse alérgica, deve permanecer em casa;
  14. Evitar tocar no que não for necessário tocar;
  15. Sempre que possível tocar nas coisas com o cotovelo;
  16. Lavar as mãos ao longo do expediente de trabalho (pelo menos quatro vezes além do normal);
  17. Retirar o cafezinho da recepção;
  18. Não permitir que motorista transportador adentre a recepção, terminantemente proibida entrada na produção;
  19. Sempre que alguém adentrar a recepção, passar álcool gel nas superfícies tocadas;
  20. Proibir entrada de pessoas alheias à produção nos ambientes internos da empresa;
  21. Se prestador de serviço, este deve portar jaleco descartável, touca descartável, lavar mãos e rosto com sabonete, portar máscara e óculos tipo EPI;
  22. Para todos, manter distância sempre que possível, falar o mínimo, se tossir ou espirrar, cobrir boca com ombro;
  23. Afastar qualquer manipulador com sintomas, mesmo que leve.

Obs 1. Itens g, i, m, p, q, s – são adicionados nestes tempos de pandemia viral.

Obs 2. Asseverar a monitorização (vigilância) sobre os manipuladores.

Obs 3. O objetivo não é impedir que os manipuladores sejam infectados, mas sim impedir que manipuladores infectados adentrem o ambiente de produção.

Quarentena – Números da Divisão de Classificação Vegetal

A classificação vegetal é instrumento indispensável para a comercialização dos produtos agrícolas, para o consumidor e é útil para os programas que envolvem a segurança dos alimentos. 

Foto: Ascom

Durante a pandemia, ou os primeiros 30 dias da quarentena (19/03 a 18/04), foram classificados pelos profissionais da Cidasc 31.431.673 kg de produtos entre cereais (arroz e feijão), frutas (maçã), óleos vegetais, entre outros produtos padronizados e destinados ao consumo humano. Todos esses produtos classificados são comercializados no estado de Santa Catarina e atende também o comércio dos demais estados do Brasil.

Fonte: Divisão de Classificação Vegetal e especialista em segurança de alimentos Wladmir Marcon

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