Foto: Cristina Perito Cardoso

Santa Catarina é o único Estado no país a ser certificado pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como estado livre de febre aftosa sem vacinação no Brasil. Esse diferencial garante cada vez mais a simpatia de mercados estrangeiros e ótimos resultados para a agropecuária catarinense. Quem também busca estar certificado junto a OIE é o Paraná, que em outubro de 2019 foi autorizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a retirar as vacinas contra febre aftosa. A meta é conseguir este reconhecimento até 2021.

Essa movimentação do estado vizinho refletiu aqui. Recentemente o governo catarinense aprovou novas regras para o ingresso de bovinos e búfalos vindos de outros estados, o que hoje é expressamente proibido. Para isso, no entanto, algumas exigências devem ser cumpridas.

Animais imunizados com B19 contra brucelose, por exemplo, não podem entrar em Santa Catarina. O mesmo acontece com animais imunizados contra Febre Aftosa. Outro critério fundamental é a comprovação de sua origem, que obrigatoriamente deve ser de um Estado que a OIE reconheça livre de febre aftosa sem vacinação. Esta comprovação é feita pela identificação individual de todo bovino e bubalino ingressante.

Como funciona o processo de identificação

Em Santa Catarina a identificação de bovinos e búfalos é obrigatória desde 2008, um ano depois do reconhecimento junto a OIE. Também conhecido como “brincagem”, esse processo é fundamental para o monitoramento do rebanho catarinense, uma ação de prevenção contra doenças que podem afetar o status sanitário do estado.

Funciona assim: todo o bovino ou bubalino que nasce no estado deve ser identificado com dois brincos, um para cada orelha. Isso deve acontecer até o sexto mês de vida desse animal, ou seja, até ele completar 180 dias.

Os brincos colocados nos búfalos e bovinos mostram o número de registro do animal. São dois: um amarelo que fica na orelha direita e um menor, verde, na orelha esquerda, que serve de backup. Ambos apresentam o número de registro do animal, cuja numeração é compatível com o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), do Ministério da Agricultura. Os brincos são gratuitos.

— Claro que o processo não é simplesmente adicionar acessórios na orelha do animal. Também existe o processo de registro dele junto ao Cidasc. Então, até o sexto mês de vida do boi, o produtor deve solicitar a Cidasc o brinco, informar os dados do animal e também fazer a brincagem — explica Fabio de Carvalho, veterinário da Cidasc.

De acordo com Fábio, isso torna possível rastrear o animal e identificar qualquer provável clandestinidade. Afinal, no estado só existem bovinos e búfalos nascidos aqui. E uma vez que eles saem, se não cumprirem as novas exigências, não podem voltar mais.

Com a identificação do animal é possível saber de qual município ele vem, seu produtor, sua idade, sexo e até mesmo quem foi sua mãe. Todas essas informações ficam armazenadas no sistema da Cidasc e, a partir delas, é possível chegar também a registros de sobre atendimentos veterinários, medicações e exames que o animal fez.

Status sanitário é uma constante preocupação

Ainda segundo Carvalho, todo o rebanho catarinense – hoje na faixa de 4 milhões e 600 mil de cabeças de gado – está devidamente identificada. Mas nem por isso a Cidasc descuida da fiscalização.

— Trabalhamos com vigilância ativa. Nossos veterinários de campo fazem visitas periódicas nas propriedades e assim já conseguem identificar qualquer tipo de irregularidade, como reposição de brincos de forma incorreta, animais que perdem os brincos e não são repostos, animais com identificação incorreta do sexo e animais mortos sem a baixa do brinco.

A constante vigilância e o controle do rebanho visa manter o status sanitário do estado, conquistado em 2007. Com a retirada da vacinação contra febre aftosa no estado vizinho, a fiscalização deve se intensificar, afinal o rebanho catarinense não recebe vacina desde 2000, ou seja, há 19 anos sem qualquer imunidade contra a doença. Se houver algum contágio por contato, os prejuízos podem ser catastróficos.

Por isso, além do processo de identificação por brincagem, o Estado ainda conta com 299 médicos que atuam em sua defesa agropecuária, além de um grupo de 428 profissionais envolvidos na segurança das 63 barreiras sanitárias catarinenses.

— O status de sanidade animal do estado de Santa Catarina é um diferencial e um fator competitivo para a agropecuária local. Podemos garantir a origem de todos os bois catarinenses e seus produtos e podemos rastrear qualquer situação com o rebanho. Tanto é que hoje Santa Catarina pode exportar animais vivos para outros país, por causa desse controle. Esse diferencial implica em valorizar o produto em si e impacta em vários outros pontos da cadeia de produção — completa Fábio.

Fonte: NSC Total

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