Imagem: Ascom / Cidasc

A Unidade Veterinária Local de Florianópolis da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc realizou no dia 21 de agosto, uma palestra com o professor da faculdade de veterinária da Universidade do Estado de Santa Catarina – Udesc, Aldo Gava. A palestra abordou a patologia da Raiva e seus diagnósticos diferenciais, tema muito pertinente para o Estado de Santa Catarina. Em 2019, depois de muitos anos, ocorreu no município de Gravatal um caso de óbito de ser humano devido a Raiva. Além disso, em relação aos herbívoros, alvo de Programa Sanitário Específico da Cidasc, muitos foram os casos suspeitos na Grande Florianópolis, inclusive com casos positivos.

A UVL de Florianópolis recebeu 3 notificações referentes a sintomatologia de doenças nervosas em herbívoro. Entretanto, os 3 casos foram negativos para raiva. Isso ocasionou a seguinte pergunta: qual a causa da morte desses animais? A Raiva é uma doença que se confunde com diversas outras doenças nervosas, tais como botulismo e intoxicações por uso de medicamentos veterinários. O objetivo da palestra foi mostrar aos veterinários presentes as diferenças entre as doenças, a maneira de chegar aos diagnósticos e as maneiras de evitá-las.

O evento contou também com a participação do responsável estadual pelo Programa de Raiva em Herbívoros, Médico Veterinário Fábio Ferreira. Na ocasião, o profissional mostrou aos presentes um panorama atual do Programa no Estado, aonde ocorreram os casos positivos e também contou um pouco sobre suas experiências no estudo e o comportamento dos morcegos hematófagos, principais responsáveis pela transmissão do vírus aos herbívoros.

Estiveram presentes na ocasião veterinários autônomos da Grande Florianópolis, veterinários da Universidade Federal de Santa Catarina – Ufsc, Prefeitura Municipal de Florianópolis, bem como os veterinários do Departamento Regional de Tubarão, Itajaí, Lages e Escritório Central. A palestra teve transmissão ao vivo pelas redes sociais da Cidasc. O Dr. Aldo Gava foi professor de muitos veterinários que estavam presentes no evento, o que foi um grande reencontro para muitos profissionais.

Assista a palestra:

Palestra sobre Raiva e diagnóstico diferencial de Síndromes Nervosas. Com Prof. Dr. Aldo Gava – Udesc Lages

Publicado por Cidasc – Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina em Quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Saiba como se prevenir da Raiva

A raiva é uma doença transmissível que atinge mamíferos como cães, gatos, bois, cavalos, macacos, morcegos e também o homem, quando a saliva do animal infectado entra em contato com a pele ou mucosa por meio de mordida, arranhão ou lambedura do animal. O vírus ataca o sistema nervoso central, levando à morte após pouco tempo de evolução. A raiva não tem cura estabelecida (há apenas três casos de cura conhecidos no mundo, um deles no Brasil) e a única forma de prevenção é por meio da vacina.

O animal doente elimina o vírus da raiva pela saliva, por isso não devemos colocar a mão na boca de cavalos ou bovinos que estejam com dificuldade de locomoção e/ou salivação intensa. Usualmente, a doença é transmitida através da mordida do animal infectado, mas o simples contato entre saliva e feridas abertas, mucosas e arranhões também propaga o vírus.

Para ajudar no controle da raiva

– Vacine seu rebanho contra a raiva;

– Informe ao escritório da Cidasc mais próximo sempre que seus animais ficarem doentes e apresentarem dificuldade para caminhar, se alimentar, e/ou agressividade

– Caso seus animais tenham marcas de mordedura causada pelo morcego hematófago, comunique a Cidasc, mesmo que não estejam doentes;

– Avise ao médico veterinário da Cidasc se souber de algum local que possa abrigar morcegos hematófagos, tais como, cavernas; grutas; ocos de árvore; túneis; bueiros; passagem sob rodovias, cisternas e poços; casas e construções abandonadas.

Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros em Santa Catarina

Ao longo deste ano, a Cidasc realizou 87 atendimentos a notificações de suspeita de síndrome nervosa, onde 42 desses atendimentos foram diagnosticados como raiva. O programa está apoiado em quatro pilares:

  1. Educação Sanitária;
  2. Vacinação do rebanho;
  3. Vigilância Epidemiológica;
  4. Monitoramento de abrigo e manejo populacional do Desmodus rotundu (principal vetor de transmissão da raiva dos herbívoros).

O produtor é peça chave para o bom andamento do programa, porque as notificações dos animais doentes e as informações sobre abrigos dos morcegos hematófagos, são dependentes da comunicação do produtor à Cidasc. Além dele ter a responsabilidade de vacinar seu rebanho contra a raiva, ação realmente efetiva para o controle da doença.

A Cidasc estimula a vacinação e também a identificação dos animais doentes com sintomas compatíveis com a raiva dos herbívoros, que quando vierem a óbito terão material colhido para diagnóstico da doença. Além disso, monitoramos os abrigos cadastrados na área de foco para fazer o controle populacional do vetor da doença, o morcego hematófago Desmodus rotundus.

Para manter a sanidade do rebanho catarinense, o Programa desenvolve um conjunto de ações, a mais importante é a vacinação dos rebanhos de forma sistemática, e, também, a educação em saúde e capacitação dos profissionais do Serviço Veterinário Oficial, pois ela sensibiliza o produtor rural quanto ao seu papel fundamental para o controle da raiva dos herbívoros em Santa Catarina através da comunicação à Cidasc do surgimento de animais doentes.

Fonte: Marcelo Serpa

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