A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc, através do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, realizou nesta semana o primeiro Exercício Simulado em Emergências fitossanitárias para o Fogo Bacteriano em Pomáceas. O evento aconteceu nos dias 24 e 25 de outubro, em Fraiburgo, Santa Catarina.

O Simulado foi composto por teorias e práticas à campo relacionados ao tema. Na parte teórica, Fabiana Alexandre, Engenheira, agrônoma, explicou a Metodologia de trabalho do Simulado. Posteriormente, Alexandre Mees, Chefe de Divisão do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, apresentou e discutiu a Instrução Normativa 34 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa, que institui o Plano Contingência para Erwinia amylovora. Leonardo Araújo, Pesquisador da Epagri de São Joaquim, proferiu a palestra sobre a bactéria Erwinia amylovora causadora do Fogo Bacteriano. Como encerramento da parte teórica, o Grupo Fischer repassou aos presentes todas as orientações sobre Segurança do trabalho dentro dos pomares.

Já a prática no campo, foi realizada dividindo os participantes em 3 grupos, que foram submetidos à situações que simularam a realidade de fatos, onde tiveram que tomar decisões estratégicas e aplicar a legislação vigente. Cada grupo, acompanhado por um tutor, recebeu um caso hipotético que levaria à identificação e detecção da praga quarentenária Erwinia amylovora no pomar.

O objetivo do simulado foi treinar os profissionais que atuam na Defesa Sanitária Vegetal para uma eventual emergência fitossanitária. “A equipe precisa estar treinada e ter conhecimento sobre como agir caso aconteça a identificação ou entrada de uma praga quarentenária no Estado de Santa Catarina, e assim, promover de maneira correta a contenção, a supressão e a erradicação da praga”, acrescenta Alexandre Mees, Chefe de Divisão do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal.

Além dos profissionais da Defesa Sanitária Vegetal do Estado de Santa Catarina, participaram também Fiscais Agropecuários Estaduais do Paraná – Adapar e Rio Grande do Sul – Seapi, além dos Fiscais Federais Agropecuários e Fiscais Auditores do Mapa de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Toda a parte prática do Exercício Simulado em Emergências fitossanitárias para o Fogo Bacteriano foi realizado nas fazendas do Grupo Fischer, empresa produtora de maçãs de Fraiburgo, que atuou como parceira do evento. Os tutores e, também, comissão organizadora do evento é representada pelos engenheiros agrônomos Fabiana Alexandre, Jader Alfredo Deobald e Janice Ebel.

O Fogo Bacteriano

O Fogo Bacteriano, causado pela bactéria Erwinia amylovora, é uma doença grave, sendo a sua evolução em função da quantidade e virulência da bactéria, das condições ambientais favoráveis e do grau de suscetibilidade dos hospedeiros à doença. Embora ainda seja uma doença ausente no Brasil, possui alto potencial de dano econômico e epidemiológico.

A bactéria passa o inverno na forma de cancros hibernantes, formados na madeira no período vegetativo anterior. Na primavera e com condições ambientais favoráveis, a bactéria desenvolve-se produzindo o inóculo primário para desenvolver os sintomas da doença.

O inóculo primário é disseminado por insetos, chuva e vento, contaminando as flores e ramos em crescimento. Uma vez disseminado penetra nos tecidos através das aberturas naturais ou feridas causadas por agentes externos (poda, granizo, picada de insetos, etc.).

Normalmente os primeiros sintomas aparecem na primavera, podendo ser infetadas por Erwinia amylovora todas as partes verdes das plantas hospedeiras. Os frutos desidratam, ficando aderentes ao corimbo, podendo ser acompanhados do exsudado bacteriano característico da doença.

As folhas apresentam manchas de cor castanhas a negra nas margens e nervura central. Os ramos secam, ficam castanhos e a ponta encurva, conferindo a forma característica de “cajado de pastor”. Estes sintomas podem ser acompanhados de exsudado bacteriano se as condições climáticas forem favoráveis. Este exsudado também pode ser observado nos ramos e troncos, onde se desenvolve cancros em depressão, com fendas irregulares na casca, evidenciando um aspeto geral de “queima” advindo a designação de “fogo bacteriano”.

A Produção de Maçã em Santa Catarina

O estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçã. De acordo com informações da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã – ABPM, a safra 2017 obteve uma colheita em torno de 1,2 milhão de toneladas no país, cerca de 600 mil em Santa Catarina e aproximadamente 200 mil toneladas na região de Fraiburgo.

A Cadeia Produtiva da Maçã, considerando todo o seu ciclo, proporciona anualmente ao Brasil cerca de R$ 6 bilhões em riquezas, e gera 58,5 mil empregos diretos e outros 136,5 mil empregos indiretos.

O setor potencializou o desenvolvimento das regiões de Fraiburgo e São Joaquim, que possuem hoje a principal fonte de renda oriunda da exploração da cultura da macieira. A maçã permite viabilizar economicamente a pequena propriedade, incrementar a agroindústria e explorar adequadamente as potencialidades climáticas das regiões produtoras.

Fonte: Janice Ebel

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