O setor agropecuário catarinense nunca produziu tanto como em 2017. Segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri, a estimativa para o total produzido neste ano é de 17,8 milhões de toneladas, incluindo o segmento de animais, um recorde na história de Santa Catarina. O número é 7,5% maior que o do ano passado. Os preços pagos aos produtores, no entanto, sofreram queda no paralelo com 2016.

Foto: Cristina Perito Cardoso00

Os dados, da Síntese Anual da Agricultura de Santa Catarina, foram divulgados nesta terça-feira pela Epagri e pela Secretaria de Estado da Agricultura. O incremento de 6,6% na produtivididade aliado às boas condições climáticas foi o que trouxe o resultado positivo em produção.

— A soja em Santa Catarina teve a maior produtividade do país, e em geral ficamos em segundo lugar. Milho e soja tiveram um crescimento de 15% em produção. Foi uma excelente safra, não vamos conseguir repetir isso tão cedo – afirma o pesquisador técnico da Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola – Cepa, da Epagri, Luiz Toresan.

Com mais alimentos no mercado, quem se beneficiou foi o consumidor, já que os preços caíram, o que, por sua vez, contribuiu para o alívio nos índices de inflação. Por outro lado, com a oferta maior, o produtor saiu perdendo. Os preços pagos aos agricultores caíram, em média, 6,5% em relação a 2016. As maiores quedas de valores entre os vegetais foram da maçã (-41%), do tomate (-36%) e da batata inglesa (-26%).

Com isso, o Valor Bruto de Produção – VBP – a soma dos valores pagos aos produtores – deste ano é estimado em R$ 29,6 bilhões, uma queda real – levando-se em conta a inflação – de 2,4% no paralelo com 2016. Apesar da variação negativa, o número não chega a ser ruim, já que no ano passado o VBP catarinense alcançou um patamar excepcional ao se beneficiar da crise que afetou principalmente o Centro-Oeste do país.

O secretário adjunto de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, avalia positivamente o cenário, e afirma que o bom desempenho do agronegócio catarinense mesmo em meio à crise se deve muito às exportações.

—   Todas as cadeias incluídas no comércio global não entraram em crise. Produtos não conectados, como o arroz e o leite, foram diretamente impactados pela crise econômica do Brasil. A força da agropecuária catarinense está muito assentada na sua conexão com o mercado global, e o mundo continua consumindo. Esta crise é uma crise made in Brazil. – diz Spies.

Para 2018, o secretário adjunto acredita que os preços pagos aos produtores devem voltar a subir, impulsionadaos pelo aumento da demanda que espera que aconteça à medida que a economia se recupera. Pode haver, no entanto, uma queda na safra.

– A safra 2017/2018 caminha bem, mas já teve percalços com estiagem, que atrasou plantios de verão. E agora temos a confirmação de uma La Niña (em 2018), que significa chuvas abaixo da média. Mas, se as chuvas forem bem distribuídas, menos chuvas não significa necessariamente grandes perdas – afirma o secretário.

Em nível nacional, a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab estima que a próxima safra de grãos seja  4,7% menor em relação à deste ano, considerada excepcional.

Fonte: Agrolink

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