O plantio do milho teve início nesta semana com atraso significativo em função da estiagem. Estimativa de redução na área de produção da Coocam é de 1.500 hectares.

Com o retorno da chuva à região, o produtor de milho não perdeu tempo e deu início ao plantio de milho nesta semana, aproveitando ao máximo o que ainda resta da principal janela recomendada, que vai até 10 de outubro, como explica o engenheiro agrônomo da Cooperativa Agropecuária Camponovense – Coocam, Silvio Zanon.

Foto: Maritza Martins

“2017 é ano totalmente atípico aos outros anos, veio de um inverno seco, nós não conseguimos plantar o milho na época certa após o dia 10 de setembro por causa da estiagem. Começamos o plantio no dia 02 de outubro, ou seja, a melhor janela do milho nós já perdemos. Mas o produtor está apostando que a cultivar dará resposta, até porque a lavoura já estava programada. Até que ponto isso vai prejudicar a produtividade não se sabe, porque como a seca atrasou o plantio agora, pode haver benefícios lá na frente”.

Com a falta de incentivo no preço e alto custo de produção, a redução na área plantada de milho em Campos Novos, vem reduzindo ano a ano, com queda mais acentuada nos últimos três anos. Na área da Cooperativa Agropecuária Camponovense (Coocam), informa Silvio Zanon, a estimativa é que a área plantada na matriz seja mantida. Nas filiais, porém, a redução será de até 50%.

“A Coocam sempre planta milho e a cooperativa já chegou a plantar 10 mil hectares de milho. Neste ano aqui na matriz a área será mantida, mas não é uma realidade que vai acontecer nas filiais. Há filiais com praticamente 50% de redução de área de milho”.

A estimativa é que a área de milho na Coocam tenha uma redução de 1.500 hectares, de 5 mil em 2016 para 3,5 mil hectares neste ano. A previsão é que a área reduzida no milho seja destinada em sua maioria para a soja. Estima-se que nas filias onde há previsão de redução de 50% no milho, 40% seja destinada para soja e 10% para o feijão. Silvio Zanon, alerta, porém, que o plantio escalonado e rotação de culturas diminuem risco e garantem renda e liquidez.

“É importante escalonar plantio, não apostar somente numa cultura, como soja ou feijão. Hoje o sócio da cooperativa não planta milho só pensando na lucratividade, ele está pensando no sistema produtivo como um todo, otimizando funcionários e maquinário. A cultura do milho tecnicamente tem muito benefício para o sistema produtivo. O produtor que não planta milho acaba comprometendo também a produtividade da soja. Tem algumas doenças, que se você não quebra o ciclo dela com o plantio do milho, acaba dando muito prejuízo na soja”.

Mesmo sem incentivo no preço, o produtor de milho da Coocam não descuida da tecnologia de ponta para garantir produtividade. O investimento é garantido, ressalta ainda o engenheiro agrônomo.

“O produtor está investindo tudo em alta tecnologia no milho. Por mais que não tenho incentivo de preço, ele investe bastante, utilizando tecnologia de ponta, sementes com tecnologia de milhos transgênicos com alto potencial produtivo e fertilidade do solo. Geralmente a cultura do milho é implantada em áreas onde há maior fertilidade, com um perfil de solo corrigido, onde é aplicada a agricultura de precisão. Por ter necessidade de alta produtividade, o produtor implanta nas melhores áreas”, concluiu.

Em setembro, o Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Moacir Sopelsa, confirmou uma redução de 4,7% na produção da próxima colheita. De acordo com dados levantados pelo Centro de Planejamento e Economia Agrícola da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina – Epagri, o plantio de milho estadual será de 318.109 hectares, contra 362.987 hectares da safra anterior, uma queda de 12,4% em área.

As razões da redução, segundo o relatório, foi o baixo nível de preços na atual safra, a elevação do custo de produção e a opção pelo plantio de soja que apresenta melhores preços. Se comparado com os demais estados do sul, a redução de área, em Santa Catarina, foi menor. Segundo a Epagri, o Rio Grande do Sul terá redução de 23% e o Paraná, 33%.

Já o milho destinado à silagem na previsão da Epagri o aumento de área será de 2% na área plantada em Santa Catarina, passando de 221,687 hectares para 226.106 hectares.

Em compensação a soja terá área ampliada em 7,3%, porém, com produtividade por hectare menor do que o ano anterior. Em 2016 a produtividade da soja foi em média de 3.667 kg/ha, contra expectativa de 3.583 kg/ha para a próxima colheita.

Fonte: Agrolink

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