Uma grande preocupação do pecuarista no período do inverno é a probabilidade de doenças no rebanho. Isso, principalmente, por conta da queda da imunidade dos animais junto com a temperatura. Mas, de acordo com a médica veterinária e doutoranda em Produção e Nutrição de Bovinos Leiteiros, Caroline Hoscheid Werle, de Quatro Pontes, PR, a boa nutrição e correto manejo neste período crítico do ano podem evitar que doenças acometam o rebanho e causem perdas ao produtor.
Mas mesmo com todos os cuidados, algumas enfermidades são velhas conhecidas do pecuarista no inverno, principalmente na produção de bovinos leiteiros. “A doença com maior incidência no inverno é a pneumonia. Porém, a mastite, retenção de placenta, metrite (infecção do útero), tristeza parasitária (amarelão) e doenças metabólicas, como por exemplo o deslocamento de abomaso e cetose, também podem ocorrer”, explica a médica veterinária.
Caroline informa que o primeiro sinal de manifestação de uma enfermidade é a falta de apetite ou a interrupção da alimentação do animal. “A vaca se afasta do rebanho, apresenta apatia e queda da produção”, alerta. Ela conta que no caso de pneumonias, os animais apresentam a frequência respiratória mais elevada e pode ocorrer hipertermia (febre). Já em mastites são observadas alterações no úbere e no aspecto do leite, como a presença de edema, hiperemia (vermelhidão) e grumos no leite. A médica veterinária conta que nas retenções de placenta e metrites, o sinal mais característico é a presença de placenta ou conteúdo purulento na vulva ou cauda da vaca, apresentando odor fétido. E na tristeza parasitária as mucosas esbranquiçadas e a hipertermia são os principais sinais.
Para evitar que estas e outras doenças atinjam o rebanho, segundo Caroline, a principal atitude é a prevenção. “Uma dieta de qualidade e manejo adequado são a chave para a solução de enfermidades do rebanho”, afirma. Ela comenta que para vacas no período pré-parto deve-se fornecer uma dieta aniônica, que tem por objetivo prevenir as enfermidades relacionadas a deficiência de cálcio no pós-parto. Já para as vacas em lactação, o manejo alimentar, ambiental e de ordenha são essenciais para a prevenção da ocorrência de doenças, informa. “Dietas balanceadas, ambientes limpos, regulagem do equipamento de ordenha, pós dipping, controle de endo e ectoparasitas e conforto são ferramentas essenciais na produção de bovinos leiteiros”, cita Caroline.
Outro ponto destacado pela médica veterinária é a importância do acompanhamento de um profissional capacitado para auxiliar na propriedade no caso de suspeita de alguma doença. “Para o correto diagnóstico das enfermidades, deve-se buscar ajuda de um profissional especializado na área, evitando gastos desnecessários com medicamentos e reduzindo a resistência do patógeno aos princípios ativos”, afirma.
Além disso, as doenças ainda podem acusar prejuízos na propriedade. De acordo com Caroline, os principais danos estão relacionados à queda da produção, descarte do leite, diminuição da imunidade, gastos com medicamentos, além da resistência dos microrganismos ao princípio ativo quando utilizado de forma inadequada e por tempo insuficiente e, consequentemente, o óbito do animal.
A profissional destaca também que é importante a atenção que deve ser destinada às bezerras e novilhas da propriedade leiteira, já que elas serão as futuras produtoras do rebanho. “O manejo alimentar, sanitário e ambiental é essencial para o desenvolvimento, interferindo diretamente na produção e sanidade da fazenda”, completa.
Fonte: O Presente Rural.
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