Os grãos do milho presentes na silagem são responsáveis por repassar cerca de 65% da energia necessária para os bovinos. A importância desse material na composição do alimento é consenso entre produtores e técnicos, mas disposto com a trituração inadequada o milho perde seu potencial nutritivo e o animal apresenta queda no desempenho zootécnico. Se os pedaços do cereal são muito grandes, o bovino não absorve seus nutrientes, o milho passa direto pelo sistema digestivo e vai parar nas fezes. Malfeita, a silagem não atende as exigências nutricionais do plantel, que terá que receber suplementação alimentar, encarecendo os custos de produção de leite e carne.
O processamento dos grãos é um assunto que tem chamado a atenção do produtor de silagem brasileiro, que passou a dar mais relevância a esse processo a partir da introdução de forrageiras automotrizes, com o sistema denominado cracker, que mói os grãos com mais eficiência em relação às lâminas de máquinas tratorizadas. O engenheiro agrônomo Robson Fernando de Paula, explica que esses novos equipamentos trouxeram à luz um problema que pode gerar até 20% de perdas no aproveitamento do amido pelo animal.
“O milho mais quebrado melhora a degradabilidade do amido da silagem, que obviamente vem nos grãos, e o animal passa a aproveitar melhor o valor energético do alimento. Não adianta ter alta quantidade de grãos na silagem se não estão bem processados. O bom processamento do grão, quando está quebrado com 65% de umidade da planta, ou 35% de matéria seca, que é o momento certo de colheita, melhora o aproveitamento do amido. O grão mal quebrado não vai passar direto pelo trato digestivo e sair inteiro nas fezes. No Brasil ainda não há dados concretos, mas estudos feitos nos Estados Unidos mostram que, quando há processamento dentro do cenário ideal, os ganhos de aproveitamento de amido superam 20%”, revela.
“O processamento de grãos é um assunto que sido comentado no setor agropecuário. Quebrar o grão adequadamente no momento da colheita é muito importante. Esse tema do processamento dos grãos está ligado ao avanço do uso de ensiladeiras e forrageiras automotrizes”, aponta. “Antes dessas máquinas não se tinha atenção devida ao quebramento de grão. Isso foi possível também com a chegada ao Brasil do equipamento para avaliar esse quebramento, para saber o quanto o grão está quebrado”, cita Robson.
O procedimento, chamado KPS, é feito em laboratórios, mas, conforme o profissional, o produtor pode saber se o grão está sendo adequadamente quebrado com uma técnica rústica e simples, fácil de fazer durante a colheita. “O adequado é que entre 50 e 60% do milho esteja com partículas menores que 4.75 milímetros, mas acima de 70% é um cenário mais interessante. Esse equipamento que mede o grau de quebramento é uma sequência de peneiras, onde são colocadas amostras do milho. Aquela silagem que os grãos presentes passarem pela sequência de peneiras está bem processada”, revela.
Fonte: O Presente Rural
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