Especialistas, produtores, entidades e indústria uniram esforços nos últimos anos para aumentar a produtividade e competitividade do setor citrícola no Brasil. As ações foram responsáveis por um aumento de desempenho na cadeia de citros, com impactos positivos na qualidade e a na sustentabilidade do cultivo.
Prova disso, são os números de estimativa de safra, divulgados pelo Fundo de Defesa da Citricultura – Fundecitrus. De acordo com a entidade, a safra de laranja 2017/18 do principal parque citrícola do Brasil – que engloba 349 municípios de São Paulo e Minas Gerais – deve ser de 364,47 milhões de caixas de 40,8 kg. O Fundo avalia que a produção será 14% maior do que a média histórica dos últimos dez anos.
Entre os fatores responsáveis pela alta produtividade, destacam-se as boas condições climáticas para o cultivo nos últimos meses e o descanso do ciclo reprodutivo – o que favoreceu as reservas energéticas das árvores.
A saúde das plantas também foi garantida por uma série de ações integradas, como a criação do Alerta Fitossanitário para controle e manejo do Greening (HLB) – a mais destrutiva doença dos citros no Brasil, e a a integração de tecnologias, como o uso de drones e softwares de gestão para a modernização da cadeia produtiva. Tudo isso impactou a qualidade dos frutos, eficiência e alta produtividade na lavoura.
Alerta Fitossanitário
O sistema de Alerta Fitossanitário do Fundecitrus monitora a presença de psilídeo Diaphorina citri, inseto transmissor de HLB (huanglongbing/greening), a pior doença que afeta os pomares de laranja no parque citrícola que engloba municípios de São Paulo e Minas Gerais, principal área produtora de citros do país.
O sistema funciona por meio de armadilhas adesivas amarelas georreferenciadas instaladas pelos produtores das regiões, ou pelo Fundecitrus, nas áreas monitoradas. As armadilhas geram dados de análise sobre a flutuação populacional do psilídeo, organizando informações sobre o inseto e da presença de brotações nas propriedades e regiões monitoradas.
A partir dos dados gerados pelas armadilhas, os produtores conseguem informações exclusivas e que mostram a situação de cada uma das propriedades e regiões participantes, indicando quais os locais críticos de presença do inseto e onde é necessário fazer o controle.
Com os dados em mãos, eles avaliam quando fazer a aplicação de defensivos e se é preciso fazer uma aplicação integrada em toda a região – essa ação evita a migração do inseto entre pomares.
Manejo Regional
O manejo integrado é mais uma das eficientes ações de controle do greening. Ele inclui o monitoramento adequado, que deve ser feito de forma orientada e por todos os citricultores de uma mesma região. Entre os meses de fevereiro e setembro os sintomas das doenças são mais visíveis nas plantas de citros, mas o Fundecitrus orienta que os citricultores façam no mínimo seis inspeções em todas as plantas do pomar durante o ano.
O plantio diferenciado nas bordas, mais uma iniciativa que integra o manejo de citros, tem sido muito utilizado em fazendas do parque citrícola, segundo o Fundecitrus. A estratégia implanta linhas mais adensadas e paralelas à divisa da propriedade como forma de montar uma barreira para impedir a entrada de psilídeo no interior do pomar. A grande vantagem é conseguir fazer um controle mais intenso de psilídeo na área em que ele está mais presente.
Fonte: Grupo Cultivar.