O ano de 2017 inicia-se bastante promissor para os suinocultores brasileiros, após meses amargando prejuízos devido a expressiva alta no preço do milho e a redução no consumo de proteínas, causada pelo aumento do desemprego e pela queda na renda os brasileiros. Esta é a visão da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos  – ABCS, diante das novas perspectivas de mercado.

Foto: Ana carolina Souza

A exemplo de 2016, as expectativas para o mercado externo são positivas e o comércio mantem-se firme. Apenas em janeiro, o país exportou 54,5 mil toneladas, aumento de 39% se comparado ao mesmo período do ano anterior. Em termos de faturamento, a melhora foi ainda mais significativa, saltando de US$ 70,8 para US$ 124,7 milhões, representando uma evolução de 76%. Tal incremento deve-se ao melhor valor da carne suína no mercado internacional, que foi comercializada a US$ 2.286,4/ton em janeiro de 2017, valor 26,5% superior ao valor de janeiro de 2016 (U$1.807,6/ton).

“Manter acelerada as exportações é de extrema importância diante da expectativa de maior competitividade da carne bovina e aumento de cerca de 3% na produção de carne suína e frango”, explica o diretor executivo da ABCS, Nilo Chaves de Sá. Na visão do executivo, este é um ponto fundamental para o equilíbrio do preço no mercado interno, que ainda sofre com as turbulências do campo político e econômico.

A ABCS também destaca a importância dos países asiáticos no mercado externo. De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC somente a China foi responsável por quase metade do incremento das exportações no ano de 2016. “O gigante asiático foi o terceiro principal destino da carne suína brasileira e auxiliou na redução da dependência do mercado russo, cuja participação caiu de 45% para 33%”, explica Nilo de Sá.

Já os preços pagos pelo quilo do suíno vivo no mercado interno apresentaram importante reação nas últimas semanas de janeiro, uma dinâmica que contraria a tendência histórica de redução de preço nesta época do ano, em que o consumidor compromete sua renda com impostos e outras obrigações como matrícula e material escolar, despesas com viagens, férias, etc.

Enquanto no começo do mês o suíno vivo era comercializado entre R$4,10/kg a R$4,30/kg nos mercados de MG e SP, na segunda quinzena o preço atingiu R$4,80 a R$4,90/kg, respectivamente. “O mercado está demonstrando uma oferta inferior a demanda, com efeito positivo sobre o preço pago ao produtor. A expectativa é que o mercado permaneça firme nas próximas semanas”, comenta Nilo de Sá.

O agronegócio avança e dribla recesso econômico do país

Com previsão de produzir mais de 210 milhões de toneladas de grãos, inserindo até R$237 bilhões na economia e impulsionando o comércio e a geração de renda em inúmeras cidades com a venda de máquinas e insumos agrícolas, o agronegócio mostra vigoroso crescimento em contraste com a recessão observada em diversos setores. O presidente da ABCS, Marcelo Lopes, destaca o setor como um dos poucos que ainda dribla a crise no país. “O agronegócio gera 19 milhões de empregos no Brasil e vem crescendo constantemente, apesar de todas as dificuldades. É o setor mostrando o caminho para o país sair desta infindável crise”, argumenta o presidente.

Lopes garante que os dados positivos do agronegócio também estão sendo sentido pelos produtores de suínos. “Os indicadores de mercado interno e externo, aliados aos custos de produção em patamares normais devido a expectativa de uma boa safra de milho, indicam que 2017 será um ano de recuperações para o suinocultor brasileiro”.

Fonte: O Presente Rural.