Foto: Nicole Barbieri - Ascom/Cidasc

Foto: Nicole Barbieri – Ascom/Cidasc

A exigência por qualidade e quantidade da produção leiteira no Brasil cresce a cada ano. Para atender essa exigente demanda, o criador de gado de leite sofre com um problema que compromete não só a qualidade do produto final, mas como também a saúde do animal: a mastite. Nesta época do ano, com o aumento da chuva, o clima quente e a umidade são os principais fatores para a proliferação das bactérias causadoras da doença. O problema ocorre no momento em que a vaca se deita no pasto úmido e, com acúmulo de barro, o teto do animal se torna a via de entrada para microrganismos que dão início ao processo infeccioso na glândula mamária.

A doença pode ser classificada em três graus ou formas de apresentação conforme as alterações clínicas. O primeiro grau da doença consiste em alterações apenas no leite, sendo mais comum a presença de grumos. O segundo grau consiste em alterações que são mais perceptíveis como o aparecimento de edema (inchaço) na glândula mamária. Muitas vezes esta apresentação é uma evolução do grau anterior, mas não necessariamente começa com a presença dos grumos. Já o terceiro grau é a apresentação mais perigosa, pois a vida do animal está comprometida e ele pode morrer em poucas horas. Isso se deve ao fato de que as bactérias já chegaram ao organismo do animal.

Controle e prevenção 

Foto: Ascom/Cidasc

Foto: Ascom/Cidasc

A forma de controle mais importante da mastite é a prevenção, que deve ser feita seguindo uma série de práticas que visam principalmente à higienização no manuseio e do local de manejo dos animais, como por exemplo, nos piquetes, e especialmente em locais de confinamento intensivo. Recomenda-se a limpeza do excesso de barro, fezes e de pastagens muito altas.

Além da necessidade de sempre manter os materiais utilizados na ordenha limpos, também é importante que os animais sejam higienizados antes e depois da prática da ordenha. Portanto, é necessário que seja feita a assepsia dos tetos da vaca com o emprego de um agente germicida a base de iodo, cloro e peróxidos, seguido da secagem da região.

Outra prática indicada no controle da mastite e redução de novas infecções é a utilização de antibióticos nos períodos em que as vacas não produzem leite, conhecido também como tratamento da vaca seca. Este método consiste no uso de antibióticos em todos os quartos mamários logo após a última ordenha feita no final da lactação. O tratamento de vaca seca é muito eficaz na cura da mastite subclínica e não gera contaminação ao leite, já que a aplicação dos antibióticos é realizada na sua ausência.

A mastite é um grave problema para a bovinocultura mundial dado o seu grande número de agentes causadores e o alto poder de disseminação entre os animais, desta forma, a erradicação da doença torna-se um desafio para todos os produtores de leite. Contudo, é possível atenuar as perdas resultantes da mastite, através da adoção de um programa de controle que contemple práticas de restrição às contaminações dos animais e, que utilize tratamentos no combate da doença, tal como vacinas e tratamentos alternativos, sendo necessária a consulta a um médico veterinário para escolha do tratamento mais apropriado.

Fontes: O Presente Rural e Clube Amigos do Campo.