Foto: Fabiane dos Santos

Foto: Fabiane dos Santos

As moscas-das-frutas, que atacam citros no Brasil são principalmente de duas espécies a mosca sul americana (Anastrepha fraterculus) e a do mediterrâneo (Ceratitis capitata). Os danos são causados diretamente em laranjas e tangerinas a partir do momento em que a fêmea perfura o fruto com o ovipositor, localizado no final do abdômen para depositar os ovos, iniciando o ciclo de vida desse inseto que irá completar o desenvolvimento em mais três estágios: Larva, pupa e adulto. As larvas se alimentam da polpa, provocando o apodrecimento interno e inviabilizando o consumo dessas frutas, até o momento em que saem para puparem no solo, tornando-se adultas assim que as condições climáticas sejam favoráveis.

Os insetos podem viver no pomar e, em locais com baixas temperaturas, até que as temperaturas se tornem ótimas para iniciar o ciclo de vida, quanto mais longo for o período de frio, mais prolongado é o tempo até a reprodução da espécie. Os fatores que podem afetar o ciclo de vida do inseto são a temperatura, umidade e fotoperíodo, em média a Anastrepha fraterculus completa o ciclo entre 25 à 35 dias, já a espécie Ceratitis capitata de 18 à 30 dias. Em Santa Catarina nos locais de produção de citros ocorrem predominantemente a mosca sul americana (Anastrepha fraterculus), apenas na região do extremo-oeste há o registro da mosca do mediterrâneio (Ceratitis capitata).

No fruto atacado por essas moscas, ao redor da perfuração, ocorre a mudança de cor para uma tonalidade de marrom. Além disso, é possível ver o orifício por onde a larva sai da fruta. É comum que os citricultores confundam as lesões provocadas pela mosca-das-frutas com as de bicho furão. A principal diferença entre elas é que, após penetrar no fruto, o bicho furão libera excrementos e restos de alimentos para a parte externa endurecendo a casca. Já o local atacado pela mosca fica mole e apodrecido.

Monitoramento

A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc desenvolve o Projeto de Detecção e Monitoramento de espécies de Mosca-das-Frutas, por meio de coleta de frutos infestados e armadilhas contendo atrativos, instaladas em diversas regiões do Estado pelos engenheiros agrônomos e técnicos da Companhia, assim como pela coleta de frutos infestados. As identificações das espécies coletadas estão sendo realizadas por profissionais do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc.

Armadilhas

Armadilha McPhail. Foto: Philippe Gomes/G1

Armadilha McPhail. Foto: Philippe Gomes/G1

O monitoramento das moscas é realizado por meio de armadilhas. O tipo mais utilizado é o frasco McPhail, feito de plástico ou vidro, para captura de machos e fêmeas. Dentro é colocado um atraente, sendo o mais comum e que tem eficiência a base de proteína hidrolisada a 5%. As armadilhas devem ser presas em ramos de 1,60 a 1,80 metros de altura nas bordas do pomar, contornando toda a área produtora com algumas poucas no interior do pomar para observar a distância de captura, uma vez que as moscas estão frequentemente em frutos silvestres próximos aos locais de produção comercial

Armadilha Jackson. Foto: Keliane Carvalho da Silva

Armadilha Jackson. Foto: Keliane Carvalho da Silva

As armadilhas modelo Jackson, de formato delta, dotado de base com cartão colante, utilizadas com feromônio, são exclusivas para o monitoramento de Ceratitis capitata. Neste caso, é utilizado o feromônio sexual trimedlure, específico para captura de machos.

Fonte: Fabiane dos Santos, Engenheira Agrônoma do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal da Cidasc / Grupo Cultivar.

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