Foto: Ascom / Cidasc.

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Um problema frequente e muitas vezes não percebido pelo produtor em seus bovinos leiteiros são as doenças de casco. Problema que resulta em altos prejuízos para o produtor merece maior atenção, já que pode comprometer totalmente a produção. Alguns aspectos que devem ser levados em consideração para prevenir que este tipo de doença não atinja o rebanho é dieta e bem estar. O médico veterinário e professor doutor Rogério Carvalho Souza falou um pouco sobre as doenças de cascos em bovinos leiteiros durante o 13° Simpósio do Leite, que aconteceu de 08 a 09 de junho em Erechim, Rio Grande do Sul.

Segundo o profissional, as doenças mais comuns em rebanhos brasileiros estão divididas em dois grandes grupos: as de causas infecciosas, como podridão dos cascos e dermatite digital, e as metabólicas ou de parte dura, como por exemplo úlcera de solo e doença da linha branca. Na opinião do estudioso, são problemas que podem ser evitados com cuidados simples do criador. “Trabalhar bem a higiene das instalações, fazer um manejo nutricional adequado, especialmente durante o período de transição, aí se destaca a dieta de transição, conforto para as vacas, atenção aos pisos onde elas pisam, camas nos sistemas confinados e de uma maneira direta o casqueamento adequado e pedilúvio eficiente”, enumera, como algumas formas de prevenção.

Entre os tratamentos mais eficientes apontados por Souza está o casqueamento, a utilização de bandagens, antibióticos tópicos ou parenterais e, nos casos mais graves, cirurgia. “São as melhores formas de o produtor tratar este problema que causa muita dor ao animal, sendo hoje tido como a principal causa de estresse em vacas leiteiras no mundo”, explica. O professor doutor ainda informa que as principais causas para este tipo de doença estão em erros e negligenciamento em características como dieta, manejo e conforto. “Que são, na verdade, as formas de prevenção”, esclarece.

Souza ainda acrescentou que o diagnóstico também é uma parte difícil neste tipo de doença. “Este é o aspecto mais falho com relação às afecções de casco, uma vez que para cada vaca diagnosticada como manca pelo produtor, nossos trabalhos têm mostrado haver outras três não diagnosticadas, sendo as chamadas de manqueiras subclínicas. Essa mesma tendência é contemplada atualmente em diversos trabalhos recentes publicados no mundo”, comenta. É preciso que o produtor tenha muita atenção, na opinião do professor, mas também busque o auxílio de um profissional para detectar a doença precoce e realizar o tratamento de forma correta.

Um fato que o produtor deve prestar bastante atenção no animal são os membros posteriores, diz Souza, já que são neles que ampla parte das doenças ocorre. “Normalmente eles recebem a maior parte do peso, ficam mais úmidos e sujos, já que o animal defeca e urina atrás, e estão mais propensos às alterações na forma de andar, decorrentes da glândula mamária, e por questões anatômicas próprias”, explica.

Custa Caro

Os prejuízos causados pela doença na propriedade vão além de diminuição na produção de leite. Souza informa que vacas mancas são responsáveis pelo comprometimento de vários aspectos econômicos. Ele cita, por exemplo, que a prevalência de mastite e metrite em vacas mancas é o dobro do que em vacas sadias. Outras perdas citadas pelo profissional dão conta de que vacas mancas demoram em torno de 60 dias a mais para emprenhar, há aumento de 2,1% nos serviços por concepção e ocorre redução de 10 a 30% na produção de leite. A manqueira está entre as três maiores causas de descarte de vacas de leite no mundo; e finalmente uma vaca que manca no Brasil já determinou um prejuízo de aproximadamente US$ 227. “São coisas que poderiam ser evitadas com os cuidados básicos para que o animal não fique doente”, reforça.

Fonte: O Presente Rural.