Com um papel fundamental na melhora da disponibilidade dos nutrientes e nos resultados zootécnicos de ruminantes, as enzimas, utilizadas na alimentação, estão se tornando indispensáveis na dieta dos animais. Com diversos benefícios, o produtor consegue economia e mais rentabilidade na produção. As vantagens do uso das enzimas podem ser percebidas pelo produtor em todas as fases da vida do animal.
Dos animais de fim zootécnico, os ruminantes são os recicladores, explica o médico veterinário e especialista em ruminantes, Osmair Flávio Stuani. “Devido a sua capacidade de digerir grandes quantidades de fibras, a formulação de suas dietas permite o uso de matérias-primas mais fibrosas. Sendo assim, as enzimas têm um papel fundamental na melhora da disponibilidade dos nutrientes e nos resultados zootécnicos”, informa.
Entre os benefícios citados pelo profissional na utilização das enzimas está a formulação de dietas mais econômicas, melhor performance produtiva, menor efeito de fatores anti-nutricionais, mais saúde ruminal e melhoria da resposta produtiva dos ruminantes. “A melhora na conversão alimentar geralmente reflete em uma economia de recursos, nos estudos realizados houve uma economia na ordem de 15%, e isso reflete em mais lucro por animal. Outro aspecto observado é a melhora na fermentação ruminal, e isso reflete em mais saúde para o ruminante”, comenta Stuani.
Para o profissional, as enzimas serão indispensáveis. “Com o passar dos anos, os ingredientes nobres, como o milho e o farelo de soja, irão se tornar commodities de uso em monogástricos ou para a alimentação humana, o que tornará a enzima necessária na alimentação de ruminantes”, afirma. Além disso, o médico veterinário diz que não existe contraindicação para utilização na dieta animal.
Stuani orienta para o uso em fases específicas e mais propícias da vida do animal. Ele comenta que a melhora na digestibilidade sempre será um otimizador de resultados, porém, nas fases iniciais e em períodos de transição, quando o rúmen precisa se adaptar a novos substratos, a enzima será mais valorosa. O médico veterinário também recomenda o uso nas rações iniciais, “já que a enzima estimula a formação das papilas ruminais e a formação mais rápida de um rúmen funcional”. Vacas em transição em equilíbrio energético negativo também devem receber a dieta com enzimas, uma vez que ela dá mais estabilidade ruminal e aumenta a disponibilidade de nutrientes, principalmente energia, que é o maior fator limitante para a expressão genética de vacas de alta produção. “Ainda em recrias e terminação de gado de corte, já que aumenta o lucro por animal, diminuindo as desordens ruminais e intestinais”, conta. Stuani ainda destaca que as enzimas oferecem os mesmos efeitos tanto em vacas de leite quanto gado de corte. “Os efeitos são os mesmos nas duas atividades, pois as enzimas atuarão no rúmen, favorecendo a fermentação e a disponibilidade dos carboidratos no intestino, melhorando a absorção dos carboidratos”, informa. Ele ainda acrescenta que em produção de leite ou carne as melhoras são relacionadas ao aumento da digestibilidade e estabilidade ruminal, implicando em melhor conversão alimentar e aumento em produtividade e saúde.
Além da melhora na conversão alimentar e benefícios para a produtividade, a utilização das enzimas na dieta também é positiva para o meio ambiente, já que elas possibilitam maior aproveitamento das dietas e melhor desempenho animal em dietas de baixa digestibilidade. “Isso possibilita aos ruminantes um papel de reciclador de ingredientes. Consequentemente, ele não compete com a alimentação de humanos e de monogástricos, permitindo uma pecuária ambientalmente sustentável”, explica. Ele informa que isso acontece porque as enzimas permitem uma produção de mais leite por hectare/ano, mais animais por área e menor contaminação ambiental, pois desencarcera minerais, proteínas e energia. “Isso implica em menor contaminação do ambiente”, sugere.
Fonte: O Presente Rural.