Nas últimas semanas o estado de Santa Catarina registrou recordes de baixas temperaturas em boa parte do território catarinense. Segundo meteorologistas, o frio foi fortalecido pelo encontro de uma massa polar com outra da Patagônia. Essa baixa temperatura atrai muitos amantes do frio, uma vantagem para o turismo, porém essa situação traz efeitos ambíguos para outros setores, como a agricultura.
Na madrugada da última segunda-feira, dia 13, Florianópolis registrou apenas 0,6º C, temperatura mais baixa até então registrada na cidade. No amanhecer da segunda-feira, Urupema registrou incríveis -8,5º C, a cidade é considerada a mais fria do Brasil. Outras 42 cidades tiveram temperaturas negativas nesse começo de semana. Em Bom Jardim da Serra, fez -7,9°C; em São Joaquim, -5,7°C; em Porto União, -4,6°C; e, em São Bento do Sul, -4,4°C. Observando isso parece que o inverno, que inicia-se oficialmente hoje, dia 20 de junho, chegou mais cedo.
Vantagens e desvantagens do frio na agricultura
Segundo o doutor em agronomia e colunista da rádio planalto, Elmar Luiz Floss, teremos um inverno com poucas chuvas. “Significa um inverno mais frio, menos chuvoso e com maior insolação, o que favorece as culturas de inverno, cujo risco maior seriam as geadas. A confirmar esse prognóstico, o verão terá chuvas abaixo da média no Sul do Brasil e chuvas acima da média no Centro-nordeste brasileiro. No entanto, nada sinaliza, até o momento, a ocorrência de grandes estiagens”, declarou Elmar.
O frio tem como vantagem para a agricultura a influência sobre as frutíferas de inverno, como macieiras, pereiras, pessegueiros, e outros. Para o engenheiro agrônomo da Cidasc, Osmar Volpato, essa baixa temperatura pode influênciar de maneira positiva a agricultora: “Para que as espécies frutíferas de clima temperado inicie um novo ciclo vegetativo produtivo durante a primavera é necessário que as plantas sejam submetidas a um período de baixas temperaturas. Temperaturas Baixas e regulares são fundamentais para assegurar a indução da planta à entrada e saída da dormência. O período de dormência é uma condição fisiológica importante no comportamento das espécies vegetais de clima temperado. Desta forma, as baixas temperaturas têm uma dupla função, ou seja, induzir e terminar a dormência, permitindo uma nova brotação de qualidade que indicará uma previsão de boa produção, produtividade e qualidade de fruta”, destacou Volpato.
Com o frio também ocorre uma redução na população de pragas, como explica a engenheira agrônoma da Cidasc, Fabiane dos Santos: “O ciclo de vida dos insetos está ligado a sazonalidade do clima e a disponibilidade de alimentos. Muitos insetos quando as temperaturas estão baixas entram em diapausa (uma forma de hibernação), voltando a suas atividades quando as temperaturas aumentam. Em invernos rigorosos há um menor número de gerações desses insetos e consequentemente redução da população de muitas pragas”.
Sobre as desvantagens: “Os produtores devem ter cuidados. Como tem possibilidade de geadas em setembro, quando muitas culturas já estão em brotação é recomendado por exemplo, atrasar a semeadura do trigo esse ano, usar cultivares de diferentes ciclos e diversificar épocas de semeadura. O mesmo vale para a cultura de milho”, alerta o doutor Elmar Luiz Floss.
Na região Sul de Santa Catarina, em cidades como Urussanga, a colheita da banana foi antecipada como prevenção contra os efeitos negativos causados pelo frio. A fruta tem a tendência a demorar mais para ficar madura e a qualidade também diminui, fazendo com que a oferta no mercado seja menor, nesse caso, uma geada forte pode causar prejuízos preocupantes para os agricultores de banana.
Produtores de tomate, legumes e hortaliças também sofreram perdas significativas devido ao frio e as geadas. Muitos agricultores estavam se preparando para o intenso frio, entretanto não esperavam temperaturas tão baixas e, principalmente, ventos e geadas. As geadas são as principais causadoras de danos em hortaliças e culturas mais frágeis, combinada com o vento elas chegam a queimar as folhagens das plantas. Já o tomate tem o amadurecimento atrasado devido ao frio.
Fontes:
Gerência Estadual de Defesa Vegetal da Cidasc.
G1.
Ndonline.
Mais informações à imprensa:
Assessoria de Comunicação – Cidasc
Fone: (48) 3665 7037
ascom@cidasc.sc.gov.br
www.cidasc.sc.gov.br
www.facebook.com/cidasc.ascom