O elevado consumo de água e matéria-prima na produção suína gera um alto volume de efluentes, aumentando os riscos de contaminação ambiental, por isso técnicas de tratamento dos resíduos e economia no uso de insumos devem ser aplicadas em conjunto. Na AveSui 2016 – evento dedicado neste ano à redução de custos e ao aumento da produtividade sem danos ao meio ambiente na suinocultura –, a palestra Tecnologias de Produção mais limpa na Suinocultura Brasileira, que será apresentada pelo consultor do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), Dr. Cleandro Dias, abordará as metodologias usadas nos sistemas produtivos da suinocultura para reduzir os impactos ambientais, além de aumentar a eficiência na utilização de matérias-primas, água e energia.
Diferentemente das técnicas tradicionais, que tratam dos resíduos gerados na produção apenas ao final do processo, a Produção Mais Limpa (PmaisL) aplica estratégias de minimização ou reciclagem dos dejetos na fonte, ou seja, no início do processo. A iniciativa pode representar fonte de renda e energia ao produtor, além de garantir sustentabilidade ecológica ao processo. Fabiano Coser, também consultor do Mapa, aponta a compostagem e o biodigestor como “processos básicos para o aproveitamento econômico dos dejetos suínos”. O biogás pode ser usado como energia térmica e elétrica no aquecimento de leitões, na cozinha e nos chuveiros utilizados pelos funcionários nas propriedades.
A nutrição responde por até 80% dos custos de produção e algumas tecnologias voltadas ao manejo da alimentação podem ser aplicadas visando minimizar desperdícios. Cleandro Dias aponta como alternativas os programas alimentares por fases, enzimas, alimentação eletrônica e aminoácidos sintéticos.
Quanto menos desperdício, menores a geração de efluentes e os gastos com limpeza. A água é outro foco de atenção. Substituir os bebedouros tipo vala por chupetas é uma medida econômica nas maternidades de suínos. Na limpeza, Dias cita o armazenamento da chuva em cisternas e o uso de água residual do próprio tratamento de dejetos para lavar as canaletas, além da raspagem das baias para reduzir o volume de resíduos sólidos, minimizando a necessidade de água na higienização.
Como propõe o tema deste ano da AveSui 2016, a transformação é um meio de produzir com inteligência e garantir continuidade ao negócio, gerar renda sendo econômico e criar fontes de renda e energia sem comprometer os meios de produção.
Esperam-se 14 mil visitantes para a feira, que apresentará todas as novidades e tendências mundiais em produção intensiva de proteína animal e conta com a participação de empresas líderes nos segmentos de nutrição, saúde animal, equipamentos, geração de energia limpa e reciclagem animal. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC) está presente no evento interagindo e colaborando com os demais representantes do cenário agropecuário catarinense.
Fonte: SENAR SC