Os irmãos Vunibaldo e Nestor Welchen são donos da primeira propriedade rural certificada como “livre de Brucelose e Tuberculose” de São João do Oeste, município integrante da Agência de Desenvolvimento Regional de Itapiranga, região com 18 municípios que produz cerca de 49 milhões de litros de leite/mês. Deste total, 4,1 milhões/mês são produzidos em São João do Oeste, cujo plantel ordenhado chega a 15 mil vacas.
O trabalho de certificação de propriedades livres de Brucelose e Tuberculose é feito em parceria por técnicos da CIDASC, da Epagri e da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de São João do Oeste (Copafasjo), com recursos do Programa SC Rural. O trabalho já certificou 627 estabelecimentos da agricultura familiar em todo o estado. Os irmãos Welchen são associados da Cooperfasjo, que até setembro deste ano receberá a mesma certificação para outras 132 propriedades de cooperados – cujo plantel totaliza mais de 5.300 animais (incluindo bezerras e novilhas) e uma produção de 12 milhões litros de leite/ano.
SC Rural supera meta de certificação de propriedades
De acordo com o Engenheiro Agrônomo Mateus Seganfredo, Secretário executivo do SC Rural para a região de São Miguel do Oeste, a Brucelose e a Tuberculose são responsáveis por significativas perdas econômicas na produção pecuária de todo o Brasil: Além da queda da produção de leite, provocam abortos, menor número de bezerros e desenvolvimento tardio de animais infectados. ”Além disso, em propriedades certificadas o agricultor pode receber preço maior pelo litro de leite, e os consumidores têm acesso a um produto de melhor qualidade, dentro de um padrão sanitário aceito internacionalmente. No início de abril o preço do litro de leite produzido em propriedades certificadas girava (na região) em torno de R$1,30 – valor que representa um ganho em torno de R$0,20 por litro em relação ao leite de propriedades não certificadas”, destaca Mateus. Consolidada como uma das principais bacias leiteiras do estado, a região do extremo oeste caminha para obter – graças ao trabalho da CIDASC e da Epagri apoiado pelo SC Rural – uma ampla cobertura de propriedades com certificação livre para Brucelose e Tuberculose, informa Mateus: “No município de Guarujá do Sul serão certificadas 45 propriedade de produtores ligados à Cooperflor, e em Itapiranga outras 42 propriedades do Condomínio Agropecuário Boa Fé também estão em processo de certificação”. O trabalho de certificação de propriedades livres das duas doenças é uma das metas superadas pelo Programa SC Rural, que se encerra em setembro com previsão inicial de certificar 700 propriedades em todo o estado.
Código Zoosanitário Internacional
A certificação garante e padroniza o controle das duas enfermidades conforme normas técnicas do Código Zoosanitário Internacional,qualificando o leite produzido inclusive para exportação.”O trabalho de certificação estende-se por cerca de um ano de acompanhamento in loco dos plantéis por médicos veterinários credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, supervisionados pela CIDASC, que realizam três coletas para análise de sangue dos animais. Os testes em todo o rebanho são repetidos até se obter três resultados sem um único animal reagente positivo ao longo de um período mínimo de nove meses. Uma vez saneada, a propriedade recebe o certificado de sanidade para Brucelose e Tuberculose”, informa Mateus. Os testes de diagnóstico para Brucelose são realizados exclusivamente em fêmeas com idade igual ou superior a 24 meses, desde que vacinadas a partir dos oito meses de idade em machos e fêmeas não vacinadas, a partir dos 8 meses de idade. Já os testes de diagnóstico de Tuberculose abrangem todos os animais com idade igual ou superior a seis semanas. As propriedades certificadas são obrigadas a repetir os testes anualmente, em todos os animais.
Fonte: Programa SC Rural – Romeu Scirea Filho