A alta do dólar em relação ao real, ao garantir novo fôlego às exportações brasileiras de carne bovina, o que foi positivo, trouxe também preocupação ao segmento por ter provocado aumentos significativos nos custos. Nos primeiros nove meses de 2015 o Custo Operacional Total (COT) da pecuária de corte teve aumento de 7,43%, na média de preços do Brasil, acima da inflação acumulada do período, de 7%, segundo o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI), calculado pela Fundação Getúlio Varga (FGV). Ao mesmo tempo, as exportações de carne bovina tiveram incremento de 9,2% e receita equivalente de R$ 10,6 bilhões.
De acordo com o Ativos da Pecuária de Corte, elaborado pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), em conjunto com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), entre os insumos que mais tiveram aumento de preços, de janeiro a setembro deste ano, estão: adubos e corretivos (+14,67%); suplementação (+11,92%); combustíveis (6,2%); e antiparasitários (+5,1%).
O fato é que a elevação do dólar frente ao real permitiu aos principais tipos de carnes exportadas pelo país apresentar bom desempenho, com destaque para a carne bovina. O preço médio da carne bovina in natura subiu de R$ 11, 619 mil, a tonelada, para R$ 17,767 mil, uma valorização expressiva de 53% no decorrer dos primeiros nove meses de 2015, segundo o Cepea/CNA. Neste mesmo período, o preço da tonelada das carnes de frango e suína in natura valorizou 36%, mostrando o bom momento vivido pelos três segmentos no mercado internacional.
Exportações de carne bovina – Nos nove primeiros meses deste ano, os embarques brasileiros de carne bovina geraram receita de R$ 10,6 bilhões, incremento de 9,24% em comparação com igual período do ano passado. A valorização do preço da carne só não foi ainda maior porque as moedas de vários países importadores do produto também foram desvalorizadas. E, além disso, a economia de várias nações consumidoras da carne bovina brasileira está diretamente relacionada à cotação do petróleo, commodity que enfrenta um período prolongado de preços baixos no mercado internacional.
Já no mercado interno, os preços da carne bovina também seguem firmes sustentados, principalmente, pela oferta reduzida de animais para abate. Os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, em relação ao primeiro semestre de 2015, foram abatidos 15,4 milhões de bovinos, queda de 9,2% em comparação com igual período de 2014. Com relação ao preço médio do quilo do produto exportado, o valor praticado no mercado interno apresentou queda considerável: perto de 40% em relação ao ano passado, na mesma época.
Fonte: Portal do Agronegócio