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Na regional de São Joaquim estão confirmados 30 casos da praga. Foto: ATribuna

Em 02 de julho aconteceu no auditório da Secretaria Regional do Desenvolvimento – SDR São Joaquim, uma reunião técnica de avaliação das atividades da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina – Cidasc com relação ao controle do Cancro Europeu. Segundo Aarão Luiz Schmitz Junior, Engenheiro Agrônomo e Gerente Estadual de Defesa Sanitária Vegetal, o Cancro Europeu é uma das mais importantes pragas da macieira em regiões com alta precipitação e a CIDASC está preocupada com o avanço da doença. “Estamos fazendo um monitoramento estadual, para termos o controle e procurar definições e ações que possam erradicar essa praga”, disse.

A disseminação da praga é outro ponto que preocupa a entidade. Segundo informações extraoficiais, atualmente o Rio Grande do Sul possui um registro muitogrande da doença e isso tem possibilidade de avançar para Santa Catarina. “O trabalho é de conscientização junto aos produtores, uma vez eles trazem muitas mudas clandestinamente de outros estados, sem vigilância e controle de exames. No início a muda pode aparentar saudável, porém a praga pode começar a desenvolver os sintomas após dois ou três anos”, comenta Aarão.

Aarão ainda salienta que o principal objetivo da CIDASC é de erradicação do Cancro Europeu pelo fato da disseminação em Santa Catarina não estar em um estágio tão avançado. “Podemos citar como exemplo a erradicação da Cydia pomonella, que se tornou famosa a nível mundial, por sermos os precursores da erradicação. Acredito que com batalha e esforço poderemos erradicar também o Cancro Europeu do Estado”, enfatizou.

O Cancro Europeu na região

Segundo informações de Reinhard Krueger, Engenheiro Agrônomo e Coordenador da Agricultura da CIDASC – ADR São Joaquim, o Cancro Europeu não tem cura e a melhor medida a ser tomada são os cuidados com os sintomas e a eliminação das plantas contaminadas. “A região da Serra Catarinense tem condições de erradicar essa praga. Porém, deve haver uma conscientização entre os produtores, para que eles observem os primeiros sintomas e consigam tomar as medidas preventivas necessárias”, afirma.

Com relação ao número oficial da praga na região, especificamente em São Joaquim desde 2012 tem incidência de aumento nas propriedades e estão registrados 20 pomares ao total. Em Urupema e Bom Jardim da Serra são dois cada, Bom Retiro um e Urubici três. “Observamos 30 propriedades que tem o cancro confirmado. Isso serve como um alerta aos produtores. Saliento que estamos à disposição para esclarecer dúvidas  e também prestar quaisquer esclarecimentos ou encaminhamentos laboratoriais necessários das plantas”, enfatiza Krueger.

De acordo com informações repassadas na reunião além de produtores também está sendo feito um trabalho de conscientização junto aos viveiristas catarinenses. “É um trabalho que demanda tempo e boa vontade, mas acima de tudo comprometimento por parte de toda a classe, sejam produtores, fornecedores de mudas e profissionais da área. Imaginamos que assim como fomos referência na Cydia pomonella, poderemos também nos tornarmos no Cancro Europeu”, conclui Rides Campos Ferreira, Gerente Regional da Cidasc – ADR São Joaquim.

Sobre a praga

O Cancro Europeu das pomáceas é causado pelo fungoNeonectriaditissima(=neonectriagalligena).  É uma das mais importantes pragas da macieira em regiões com alta precipitação pluviométrica. Pode infectar macieiras, pereiras européias, asiáticas e marmeleiro, além de várias outras plantas não frutíferas a exemplo do álamo.

Sintomas

O sintoma inicial é uma depressão de coloração marrom-escura, na casca dos ramos e troncos. Mais tarde a casca morre, seca, trinca ou racha. A lesão aumenta e deixa visível o lenho. As plantas jovens são mais sensíveis à praga. Estas, quando atacadas podem secar e morrer. Em plantas mais velhas surgem calosidades ou engrossamento do ramo em torno do cancro. Nestas, os ramos jovens são os mais afetados e prejudicados. O fungo pode permanecer na muda ou planta.

Fonte: A Tribuna SJ