Foto: Divulgação/Epagri

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Florianópolis/SC

Em plena safra da tainha, Epagri e Ufsc comemoram os bons resultados alcançados na reprodução da espécie em cativeiro. Os dois tanques do experimento, localizados na Barra da Lagoa, em Florianópolis, estão cheios com cerca de 100 mil animais, frutos de uma desova de sucesso ocorrida nos últimos 40 dias.

Sérgio Winckler da Costa, oceanógrafo da Epagri, é coordenador do projeto “Tecnologia para a produção comercial da tainha no Estado de Santa Catarina”, desenvolvido em parceria com a Ufsc. Ele explica que a pesquisa já ultrapassou a fase mais crítica, que é justamente a desova. Agora, com os peixes com mais de 40 dias de vida, fica garantida a continuidade dos trabalhos, pois a mortandade diminui expressivamente.

Essa foi a primeira alevinagem realizada com sucesso pelos pesquisadores. A etapa seguinte prevê a definição de um pacote tecnológico para recria e engorda, com avaliação técnica e econômica do cultivo. Por fim, se tudo correr como planejado, a tecnologia será transferida para empresas do Estado.

A pesquisa iniciou em 2014, com captura de 68 tainhas nos municípios de Laguna, Jaguaruna e Penha. O objetivo é transformar o peixe numa alternativa para os viveiros de camarão desativados a partir de 2005, após infestação com o vírus mancha-branca. Essa doença não ataca as tainhas, que poderiam facilmente ocupar os cerca de 1000ha de área alagada que ficaram ociosos após a infestação e não podem mais ser usados para cultivo do crustáceo.

O projeto de pesquisa da Epagri e Ufsc ainda aguarda a liberação de verba específica e vem sendo desenvolvido com recursos próprios das entidades. Representa um esforço do poder público para gerar emprego e renda para os catarinenses, mas também preservar essa espécie, de grande tradição na culinária do Estado, cuja captura vem caindo ano a ano.


Fonte: Epagri