A alta do dólar está trazendo maior rentabilidade em reais para as indústriasexportadoras de Santa Catarina, principalmente na área do agronegócio. A Aurora Alimentos, que no ano passado teve 20% do faturamento nas exportações, totalizando R$ 1,3 bilhão, é uma das empresas beneficiadas com a valorização da moeda americana. Principalmente porque no ano passado conquistou o mercado norte-americano.
– Vai ser bom, sem dúvida – disse o vice-presidente da cooperativa, Neivor Canton.
No entanto, Canton prevê que o crescimento das exportações não será tão significativo quanto o aumento da moeda americana, que teve um valorização de cerca de 40% em um ano.
– Os compradores vão barganhar uma redução nos valores em dólares – diz Canton.
Mesmo assim a agroindústria já teve um crescimento de 12% a 15% sobre o faturamento por tonelada exportada no primeiro trimestre de 2015. Para o diretor-executivo da Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados (Sindicarne), Ricardo Gouvêa, os ganhos com as vendas externas vão compensar aumentos de custo no mercado interno, como de energia e combustíveis.
O presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, diz que o agronegócio catarinense vive um bom momento, com incremento no faturamento das exportações e boa safra. Mas ele teme um desequilíbrio a médio e longo prazo por conta da cotação da moeda americana e da economia.
– No momento, o dólar alto é bom para quem exporta, mas a médio e longo prazo é ruim pois um desequilíbrio do dólar gera inflação, que corrói o ganho, além de aumentar o custo de importação – afirmou.
As lideranças do setor também alertam que a alta do dólar vai pressionar os custos e influenciar no aumento de preço ao consumidor.
– Vai pressionar os preços da carne, pois é uma espiral – diz Gouvêa, da Acav e Sindicarne.
O certo é que o agronegócio catarinense deve novamente propiciar uma balança favorável, que foi de US$ 1,7 bilhão em 2013.
Fonte: Diário Catarinense