No atual ano-safra, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja ocupa 31,7 milhões de hectares, um aumento de 4,9% em relação à temporada anterior, sendo essa a maior área já registrada. A colheita deve ter produtividade média de 50,4 sacas de 60 quilos por hectare, volume menor apenas ao registrado na safra de 2010/2011, quando bateu recorde histórico.
Somando a produção, o estoque inicial e as importações, o Brasil terá um total de 98,2 milhões de toneladas de soja disponível, sendo que 44,2 milhões de toneladas devem ser processadas internamente e 49,6 milhões de toneladas serão exportadas, dois recordes históricos.
A tendência de alta da produção brasileira também é observada no mercado internacional, especialmente na Argentina. Considerando o resultado recorde obtido pelos Estados Unidos no ano passado, os estoques mundiais de soja devem crescer, pressionando para baixo os preços em dólares, mesmo com a tendência de aumento do consumo.
Segundo o Cepea, os produtores não devem registrar perda de receita se o real continuar desvalorizando.
– O efeito do câmbio na contabilidade do produtor deve ser potencializado pelos fatos de que as vendas antecipadas estão menores que no mesmo período da safra passada e os custos já foram quase que totalmente travados – diz o responsável pelas pesquisas sobre o mercado de grãos do Cepea, Lucilio Alves.
A expectativa do Cepea é de que os negócios para exportação fiquem entre US$ 23,60 e US$ 24,80 a saca de 60 quilos, no Porto de Paranaguá, no primeiro semestre, um dos menores níveis desde 2010, com preços ao redor de US$ 400 a tonelada na primeira metade do ano.
Para os derivados, a tendência é de queda mais intensa das cotações até abril. Os preços médios do óleo de soja passariam de US$ 796 a tonelada em janeiro para US$ 747 a tonelada em abril, mantendo-se neste patamar nos meses seguintes. As cotações do farelo passariam de US$ 455 a tonelada para embarque em janeiro por Paranaguá para US$ 385,00 a tonelada em abril.
Outro desafio apontado pelo Cepea para a soja em 2015 é o escoamento da produção. No entanto, com a expectativa de maior produção no Norte e Nordeste, os portos de Paranaguá e Santos não devem sentir tanta pressão.
Fonte: Canal Rural