Safra 2014/15: Área de cultivo do milho deverá apresentar um recuo de 10% em SC na próxima safra. Produtores irão destinar a área para a soja. Até o momento, cerca de 30% da oleaginosa já foi negociada antecipadamente. No caso do trigo, lavouras apresentam boas condições, mas preocupação é com a comercialização do produto.

Foto: Vinícius Morales Porto

Foto: Vinícius Morales Porto

Na região de Xanxerê (SC), os produtores rurais já adquiriram os pacotes para a próxima safra. Assim como em outras importantes localidades produtoras, os agricultores relatam o aumento nos custos de produção, especialmente com os produtos agrícolas e mão de obra.

Inicialmente, a expectativa é que os produtores reduzam em 10% a área destinada ao milho, que deverá ser ocupada pela soja, conforme destaca o presidente do Sindicato Rural do município e vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri. “Os agricultores ficaram desanimados com a queda nos preços do cereal e temos o problema no mercado interno e internacional em relação às cotações, já a soja é mais estável”, afirma.

Na cidade, a saca do cereal recuou de R$ 27,00 para R$ 22,00 a R$ 23,00, atualmente. A soja também baixou de R$ 64,00 para R$ 57,00. Além disso, o preço em patamar um pouco mais baixo no mercado internacional, os agricultores estão mais cautelosos na comercialização antecipada, que até o momento gira em torno de 20% a 30%.

“E o produtor também prefere os estoques físicos do produto, especialmente devido às incertezas de mercado. No estado, temos um agricultor mais profissional agregando valor, com a proteína animal. Na suinocultura com a abertura do mercado do Japão, temos valores que remuneram o produtor, também temos a arroba do boi em valor mais elevado do que no restante do país”, explica Barbieri.

Trigo

Após as preocupações com o excesso de chuvas, o presidente destaca que as lavouras registram boas condições. Entretanto, a grande preocupação é com a negociação do produto, já que os agricultores aumentaram em 30% a área cultivada nesta safra. E a retirada da TEC, que vence nesta sexta-feira (15), para importação de 1 milhão de toneladas do produto fora do Mercosul, também contribuiu para o cenário de preços pressionados.

“O Governo deixou o mercado vulnerável, uma vez que sabia da intenção de plantio. E agora com o vencimento da taxa tende a ajudar o mercado, pois restringe as importações fora do Mercosul. Mas temos a grande safra da Argentina e se não houver limitação poderemos ter mais dificuldades na comercialização do produto”, destaca Barbieri.

Fonte: Fernanda Custódio/Notícia Agrícolas