Navegantes e Itapoá são responsáveis por avanço de 5,5% no mercado portuário catarinense. Com investimentos em sua estrutura, Portonave alcançou 7,5% do volume de cargas movimentados no Brasil, enquanto seu concorrente vizinho, de Itajaí, caiu para 4,5%.

Imagem Ilustrativa

Os portos de Santa Catarina ganharam destaque na edição especial da Revista Exame Melhores e Maiores 2014. O crescimento da presença brasileira no comércio exterior nos últimos anos fez a concorrência no setor crescer. Com isso, a abertura de portos privados em Santa Catarina alavancou a economia do estado e trouxe ao mercado um modelo mais eficiente para as empresas com presença internacional.

Menos burocráticos e mais ágeis no desembaraço de mercadorias, os portos de Navegantes e Itapoá são os principais responsáveis pela ascendência do estado no comércio exterior. Em 2010, Santa Catarina tinha 11,5% do mercado portuário nacional. Com a abertura e crescimento dos dois portos privados, o estado avançou para 17%, enquanto o maior porto da América Latina, de Santos, despencou 4% no mesmo período.

De acordo com a revista: “ambos são portos privados, administrados sem as amarras costumeiras dos portos públicos, como o de Santos e o da cidade gaúcha de Rio Grande. As novas opções mostraram-se atraentes para empresas de navegação, exportadores e importadores que, em certos casos, preferem percorrer uma distância um pouco maior, por terra ou por mar, para tentar economizar o tempo de desembaraço de mercadorias nos terminais”.

Além disso, os benefícios fiscais concedidos por Santa Catarina até 2012 também contribuíram para a ascendência do setor no estado, que colaborou para que esses desvios de rota ocorressem durante certo tempo no período.

A concorrência no setor portuário deve continuar crescente nos próximos anos, porém são necessárias algumas mudanças nas regras da Lei dos Portos. A perspectiva é que, após a resolução dos problemas, investimentos de R$ 50 bilhões podem ser destravados para a próxima década no país.

Outros R$ 44 bilhões podem ser aplicados por 85 empresas ligadas à Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), para a ampliação e modernização das estruturas administradas por elas. Sem contar que um bom número de empresas está disputando 159 áreas em portos organizados.

Os Portos Catarinenses

Controlado pela Triunfo Participações e Investimentos, o Portonave iniciou as atividades em 2007. Até o momento, o terminal já recebeu R$ 700 milhões em investimentos na montagem de sua estrutura e compra de equipamentos.

Para a Exame, o diretor do Portonave Osmar Ribas disse que o terminal recebe cargas de clientes da Região Centro-Oeste e interior de São Paulo, devido ao aperto que se formou em Santos. Porém, o maior volume é do oeste catarinense, onde está localizado grandes exportadores de carne de frango, que levaram o porto a criar uma câmara frigorífera para armazenagem e manipulação dos produtos.

Com a infraestrutura, o Portonave ampliou sua atuação e alcançou a marca de 7,5% do volume de cargas movimentados no Brasil. Enquanto isso, seu concorrente de Itajaí, porto gerenciado por uma autarquia da prefeitura do município, caiu um ponto nos três últimos anos, ficando com 4,5% da participação do mercado.

Há menos tempo no mercado, o Porto de Itapoá é controlado pelo grupo Battistella e a companhia de navegação Aliança, da alemã Hamburg Süd. O terminal atua apenas desde 2011 e já é responsável por 5% da movimentação de contêineres nacional. Para o futuro, o Porto de Itapoá pretende aplicar R$ 400 milhões para sua ampliação, de acordo com Marcus Harwardt, diretor comercial do terminal, para a Exame.

Fonte: William Anderson Westerkamp/Portal Noticenter