Produção deverá chegar a 91 milhões de toneladas do grão; preços das commodities se acomodam, mas dólar mais alto vai compensar.
O Brasil vai colher uma nova safra recorde de soja no ciclo 2013/14. É com esta expectativa que as equipes da 11ª edição da expedição “Rally da Safra” saem a campo – a partir desta quinta-feira (16) – para percorrer os principais polos produtores de grãos do País.
De acordo com a Agroconsult, consultoria responsável pelo Rally, a colheita teve início e as primeiras áreas já apresentaram boa produtividade. Nesta temporada, a produção da oleaginosa deverá alcançar 91,6 milhões de toneladas, aumento de 11% sobre a anterior, impulsionada também pelo incremento de 7% na área plantada – 29,7 milhões de hectares.
André Pessoa, sócio-diretor da Agroconsult e coordenador técnico do Rally, destaca que apesar das preocupações causadas pela infestação da lagarta Helicoverpa armigera, a praga está sob controle em todos os Estados.
Segundo ele, um cenário de clima mais homogêneo nas diversas regiões produtoras também contribui para sustentar a perspectiva de uma supersafra. “As condições climáticas foram mais parelhas nesta safra. Por hora, o foco de preocupação está na estiagem prolongada que vem castigando o sul do Mato Grosso do Sul.”
Milho cai, e “safrinha” se consolida como “safrona”
Em relação ao milho, a perspectiva é de uma produção menor, justamente pelo avanço da soja. A primeira safra do cereal deverá registrar um recuo de 8%, atingindo 32 milhões de toneladas, e a segunda uma queda de 7%, chegando a 44 milhões de toneladas, fazendo mais uma vez a chamada “safrinha” ser uma “safrona”.
Commodities recuam, mas câmbio compensa
No âmbito de mercado, a Agroconsult prevê uma acomodação no preço das commodities agrícolas, mas que será compensada por um câmbio – que se valorizou 18% ao longo de 2013. “A projeção de um dólar mais alto na hora da venda da colheita em relação à cotação no período da compra de insumos vai ajudar a compor preços em reais mais positivos para comercialização do produtor”, ressalta Pessoa.
Logística permanece como vilão
Mais uma vez a deficiente infraestrutura logística aparece como o vilão. De acordo com Pessoa, como esta safra foi marcada por uma grande concentração de plantio de variedades de soja precoce, a projeção é que o pico da colheita chegue mais cedo – final de fevereiro/início de março –, antecipando também os gargalos de escoamento, haja vista o histórico déficit de armazenagem do País.
Fonte: Portal Sou Agro